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quarta-feira, 23 de outubro de 2024
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Criadores denunciam furto de gado em áreas próximas às aldeias

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08/03/2013 17h30 – Atualizado em 08/03/2013 17h30

Os criadores que têm fazendas próximas às aldeias e acampamentos indígenas localizadas em Caarapó estão pedindo ajuda para combater uma onda de furto nas propriedades rurais, sobretudo, a matança de gado de corte de forma indis-criminada em diversas áreas. Apenas na Fazenda Santa Sofia foram abatidas mais de 50 cabeças de gado e, cansado de registrar boletim de ocorrência que nunca apresentava resultado o proprietário decidiu acabar com a criação de gado de corte e arrendou a área para o cultivo de cana-de-açúcar. “Chegou um momento em que o pessoal da Delegacia de Polícia via eu chegando e mandava voltar a tarde, quando eu retornava no horário indicado eles mandavam em voltar no dia seguinte, então entendi que não adiantava mais registrar boletim de ocorrência e parei de criar gado nessa área”, revela o proprietário da Fazenda Santa Sofia.

O presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Antônio Maram, disse que os furtos em fazendas da região formam o maior volume de reclamações que chegam à entidade todos os meses. “Em toda reunião ouvimos relatos de furtos de peças e baterias de tratores, queimadas criminosas, derrubadas de cercas, furtos de ferramentas e abate de gado nas propriedades vizinhas ou próximas às aldeias e acampamentos”, relata Maram.

A reportagem apurou que o Sindicato Rural já levou o problema às autoridades, mas esses episódios não são investigados porque a Polícia Civil entende que a competência é da Polícia Federal. Agora, com a repercussão do episódio em que o adolescente indígena Denílson Barbosa acabou morto por um tiro disparado pelo produtor rural Orlandino Carneiro Gonçalves, 61 anos, no interior da fazenda dele, que faz divisa com a Reserva Indígena de Caarapó, os produtores decidiram dar publicidade aos furtos. Os adolescentes indígenas estariam furtando peixe nos tanques e o produtor teria dispara-do uma espingarda em direção aos locais de criação.

Os produtores sugerem que organismos como o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), a Anistia Internacional, a Plataforma Dhesca Brasil, a Justiça Global, a FIAN Brasil e Comissão Pastoral da Terra (CPT), que estiveram ontem em Caarapó para elaborar um documento internacional em defesa da causa indígena, também orientem os índios que furtar equipamentos, incendiar canaviais, destruir cercas e abater gado alheio é crime punido pelo Código Penal Brasileiro.

A situação é tão grave que o Conselho Comunitário de Segurança de Caarapó se reuniu no ano passado com lideres da reserva Tey Cue, representados pelo vice-capitão João Goular Marques e pelo vereador Otonioel Ricardo, para discutir formas de acabar com a onda de furtos. A reunião contou ainda com a presença do então presidente do Sindicato Rural de Caarapó, Jesus Camacho, do delegado de Polícia Civil de Caarapó, Benjamim Lax, do capitão da Polícia Militar de Caarapó, Marco Antonio Kobayashi, mas a situação de insegurança persiste até hoje.

O proprietário da Fazenda Santa Sofia explica que a convivência com os índios em Caarapó sempre foi pacífica. “Eu mesmo já cheguei a empregar famílias inteiras, que moravam e trabalhavam na minha propriedade, mas depois que as comunidades indígenas passaram a ser manipuladas por essas ONGs tive que demitir todos”, conta. “Mesmo assim, ainda tenho um funcionário índio que trabalha comigo há mais de 8 anos, com carteira assinada, e que nunca me deu dor-de-cabeça”, revela. De acordo com o produtor, a convivência com os índios passou a ficar tumultuada depois que paraguaios chegaram na região e ergueram acampamentos nas proximidades das fazendas.

Gado ferido por facão (no detalhe) após ataque em pasto próximo às aldeias

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