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Desafios da pecuária pantaneira não impedem investimentos em genética

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22/04/2015 16h33 – Atualizado em 22/04/2015 16h33

Os pecuaristas que escolhem o Pantanal como cenário para a produção de carne em grande escala enfrentam desafios que vão desde predadores até as cheias da região, que chegam a eliminar centenas de cabeças de gado. Mesmo com dificuldades a busca por genética de ponta na região tem sido prioridade. É o caso da Fazenda Bodoquena em Miranda (MS). Segundo o diretor da propriedade, Edgar Ribeiro da Silva, os prós e contras da pecuária pantaneira fazem valer a pena a vida no campo.

Nesta quinta-feira (16) o diretor detalhou a rotina dos criadores do Pantanal durante o quarto dia do 3º Circuito Geneplus Embrapa, que conta com a participação de 62 produtores rurais de sete estados.

São 97 colaboradores diretos e outros 30 indiretos que administram as estratégias da Fazenda Bodoquena, que nos períodos de cheias, de janeiro a março, chegam a manejar os animais para propriedades vizinhas com a finalidade de evitar afogamento das rezes. “Em 2011, as chuvas fizeram com que uma propriedade vizinha perdesse 400 cabeças de uma só vez e eles acabaram tendo de se desfazer do rebanho, vendendo a preço de custo”, afirma Silva.

Além desses períodos em que se faz necessário uma equipe de peões pantaneiros eficientes para o manejo, a região com solo argiloso é propícia às pragas, como a aromita, uma das plantas invasoras mais agressivas para a pastagem. E ainda lidam com animais predadores, como as onças parda e pintada, que no período noturno vão até os pastos se alimentar geralmente de bezerros, devido a baixa capacidade de defesa dessas rezes.

Apesar das dificuldades, a Fazenda Bodoquena foi a primeira propriedade a se inscrever no Programa de Melhoramento Genético Geneplus, da Embrapa. “Não são os desafios que nos impedem de realizar pecuária de excelência e oferecer carne em escala e qualidade para os frigoríficos. Buscamos ser referência em produção e evolução, por isso buscamos a contribuição dos técnicos e da ciência”, enfatiza o diretor.

Segundo o pesquisador e coordenador do Programa Geneplus, Luiz Otávio Silva, a Bodoquena é uma das fazendas que buscam ferramentas de seleção que elevem a precisão da avaliação genética dos animais. “O objetivo do Programa é auxiliar o criador de gado de corte em suas tomadas de decisão, na elaboração de planos de acasalamento e no suporte de atividades de comercialização. Para isso, avaliamos e disponibilizamos os resultados para optem pelas escolhas mais vantajosas”, explica o pesquisador, ao defender que ao descobrir como utilizar a genética disponível, o pecuarista avança na qualidade, na inovação e tecnologia, que juntas trarão lucratividade.

A Fazenda Bodoquena incluiu 900 vacas no Projeto Genômica, iniciativa do Geneplus que tem como finalidade a busca por maior qualidade da proteína vermelha produzida no Brasil, aliada à multiplicação da genética avançada de forma estratégica. “O Pantanal tem suas vantagens e belezas que casam perfeitamente com gado de alta genética.

Atualmente trabalhamos com um rebanho de 37 mil cabeças e com o Programa vamos atingir o número de 50 mil, replicando as que apresentarem maior rendimento frigorífico e características genotípicas”, finaliza o diretor da fazenda.

Depois de conhecer a produção de cinco fazendas sul-matogrossenses os produtores rurais que participam do 3º Circuito Geneplus Embrapa seguem nesta sexta-feira (17) para Corumbá, onde conhecerão mais sobre as vantagens e desafios da pecuária pantaneira, na sede da Fazenda Aroeira NSA.

Foto: Divulgação

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