08/05/2015 15h43 – Atualizado em 08/05/2015 15h43
Com abate anual de até 9 mil bovinos, propriedade de Iowa é modelo de produção
Com abates anuais que oscilam entre sete e nove mil bovinos, das raças Angus e Holandês, uma propriedade rural localizada no município de Osage, em Iowa, nos Estados Unidos, serve como exemplo de modelo de produção. A visita à fazenda Linkenmeyer foi a primeira agenda dos integrantes do Líder MS – Liderança Empreendedora do Agronegócio nesta quarta-feira (6). Para conseguir alimentar o rebanho há uma grande estrutura de máquinas e caminhões que fazem todo o processo de mistura da ração e abastecimento dos cochos.
A Linkenmeyer é uma propriedade familiar, com aproximadamente 500 hectares de terras altamente férteis, onde há o cultivo de milho e de soja, em processo de rotação de culturas. No segmento pecuário, o diferencial está no peso de abate que, aos quinze meses, atinge de 590 a 740 quilos para o Holandês e Angus, respectivamente. Atuam também na terminação de suínos, possuindo 1300 animais em quatro baias, os dejetos desses animais são reaproveitados na produção de energia, por intermédio de um biodigestor.
“A produção é de 600 kw por hora e essa energia é vendida ao estado a US$ 0,15/kWh, valor acima do que o produtor paga pela energia que utiliza, por ser uma energia limpa possui incentivo do governo federal”, destacou a aluna e jornalista, Cristiane Nantes Sandin.
O Líder MS é formado por 44 pessoas e a viagem conclui o curso de especialização cumprindo uma programação de oito dias com roteiro incluindo visitas técnicas à propriedades produtoras de grãos, de gado de corte e de leite, além de instituições de ensino e pesquisa na região conhecida como “Corn Belt” (cinturão do milho), em três estados norte-americanos: Illinois, Wisconsin e Minnesota.
Na propriedade de Iowa, os animais são adquiridos de produtores da região a um preço de US$ 4,95/kg de peso vivo, o equivalente a R$ 225,7 a arroba, considerando o câmbio a R$ 3,04 (do dia 06 de maio). Atendendo a preocupação com o conforto térmico, a grande maioria dos animais é terminada em locais cobertos e com piso de concreto. ” Cerca de 60% da produção é comercializada antecipadamente via bolsa de valores, o que garante segurança para trabalhar”, acrescenta a jornalista.
Para o integrante, Paulo Bózoli, a propriedade rural chama a atenção devido à organização, estrutura física, o moderno e vasto parque de máquinas, o envolvimento de toda a família, a eficiência com que cuidam do negócio, o orgulho que possuem de seu trabalho, além da visão gerencial e empreendedora.
No período vespertino, a comitiva partiu para o Estado de Wisconsin, onde foi realizada uma visita a Universidade de Wisconsin. A engenheira agrônoma Marina de Arruda Danes é formada pela ESALQ – USP e está concluindo o doutorado em pecuária leiteira. Ela trabalha na universidade americana em uma pesquisa sobre o metabolismo do Nitrogênio e também de proteínas. “A Universidade de Wisconsin é a única em todo o território Americano que possui um rebanho bovino de alto desempenho dentro do seu campus, em área urbana”, ressalta.
Para o aluno Bózoli, a visita à Universidade foi proveitosa. “Fiquei impressionado com o trabalho de excelência que realizam nas áreas relacionadas à agropecuária, com ênfase em pecuária leiteira. Nessa Universidade muitos alunos brasileiros estão se especializando e quando voltarem ao Brasil contribuirão de forma positiva e significativa para o desenvolvimento de nosso país”, ressaltou.
Nesta quinta-feira, o grupo retornará à Universidade de Wisconsin, onde participará de uma palestra ministrada pelo Professor Victor Cabrera, responsável pelo projeto de Gestão da Pecuária Leiteira, com objetivo de promover a produção integrada e sustentável. No mesmo dia, os integrantes conhecerão a fazenda Família Jones, que possui aproximadamente 1.450 hectares, sendo 720 hectares para o cultivo de milho, 300 hectares de soja e 16 hectares para ervilha destinada a indústria de enlatados.