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Simpósio de ovinocultura destaca bem estar animal, verminoses e comercialização

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25/05/2015 16h21 – Atualizado em 25/05/2015 16h21

Cerca de 150 pessoas, entre estudantes, professores, pesquisadores e interessados na criação e

comercialização de ovinos participaram nessa quinta-feira, 21 de maio, das 7h30 às 11h30, do 8º

Simpósio de Ovinocultura, realizado no auditório da Expoagro, em Dourados (MS). Na ocasião,

os participantes puderam assistir a três palestras, que proporcionaram reflexões sobre o tema do

evento “da produção à comercialização, com foco na qualidade”, o qual teve como objetivo

fortalecer o setor produtivo de ovinos em Mato Grosso do Sul.

A pesquisadora da Embrapa Gado de Corte, Fabiana Villa Alves, falou sobre os principais

desafios para a pecuária e a ovinocultura na atualidade e apresentou inúmeras informações sobre

bem estar animal (BEA). “Hoje convivemos com uma exigência de aumento na produção de

alimentos, na eficiência e na produtividade, aliada a uma necessidade de adoção de práticas de

manejo que contribuam com a sustentabilidade e o bem-estar animal”, disse.

Ela explicou que no mercado internacional, os animais que são criados e abatidos com técnicas

que proporcionem seu bem-estar são identificados com a certificação Welfare, que seria como

uma certificação de bem estar animal. Segundo ela, os consumidores e a ciência comprovam que

os animais que são criados e abatidos com essas práticas apresentam uma carne de melhor

qualidade.

O bem estar está relacionado ao grau de dificuldade que um animal enfrenta para viver onde ele

está, ou seja, está diretamente relacionado ao nível de estresse do animal. “Modificações no

comportamento e indicadores fisiológicos alterados são alguns dos indicativos de presença de

agentes estressores no sistema produtivo”, explicou Fabiana.

Para a pesquisadora, o estresse térmico (frio ou calor excessivo) é um dos principais agentes que

podem interferir na produtividade tanto da pecuária quanto da ovinocultura nos trópicos. Os

prejuízos podem envolver tanto aspectos relacionados a qualidade da carne, quanto a

reprodução, ganho de peso e produção de leite. “A implantação do Sistema de Integração

Lavoura Pecuária e Florestas (ILPF) é uma excelente alternativa para reduzir os impactos do

estresse térmico, visto que a presença de árvores nos pastos melhora a ambiência (que é um dos

fatores que proporciona BEA) e contribui com o microclima. Alguns resultados revelam que houve

redução em até 61% dos ventos, em 80% da radiação solar, diminuindo em 2 a 8ºC a temperatura

no pasto”, esclareceu Fabiana.

Quanto à verminose de ovinos, o pesquisador da Embrapa Caprinos e Ovinos, sediado na

Embrapa Gado de Corte, Fernando Alvarenga Reis, destacou que estas aumentam nas fêmeas

prenhes. Nessa fase, os animais se tornaram três vezes mais suscetíveis aos vermes. “Os

cordeiros também merecem atenção especial, pois os vermes prejudicam o ganho de peso dessa

categoria”, enfatizou Fernando.

Fernando destacou ainda que a integração entre bovinocultura e ovinocultura é uma estratégia

que ajuda no combate à verminose e explicou que alguns vermes não se desenvolvem nos

bovinos, contribuindo com a descontaminação das pastagens. “As pesquisas demonstram que é

necessário aplicar duas vezes mais vermífugos nos ovinos criados sem rotação de pastos. No

caso de rotação de pastagens com lavouras, por meio do IPL, os ganhos foram ainda mais

significantes, pois as verminoses deixaram de estar presentes nos pastos recuperados com

lavouras de soja e/ou milho”, enfatizou Fernando.

A médica veterinária, Ana Guerrero Barrado, doutora pela Universidade de Zaragoza, na

Espanha, falou sobre as estratégias de marketing para a carne de cordeiro, tendo como exemplo

a Espanha. Ela falou dos incentivos financeiros que o governo espanhol proporciona aos criadores

de ovinos e apresentou campanhas publicitárias televisivas patrocinadas pelo governo daquele

país para incentivar o consumo de cordeiro.

“Atualmente, existe na Espanha, cerca de 29 selos que comprovam a certificação de origem de

cordeiros de diferentes regiões e raças. Os produtores espanhóis estão organizados em

associações e cooperativas”, explicou Ana. Segundo ela, o associativismo garante um importante

diferencial de mercado, tanto em termos de qualidade quanto em termos de redução de custos de

produção. Dentre as vantagens, Ana destacou que aumenta a venda, oferece qualidade

homogênea da carne, organiza a oferta para que aconteça de forma constante, diminuindo os

gastos com custo de produção e transporte.

Ela também demonstrou, por meio de gráficos, que durante os períodos de festas natalinas e

pascoais o consumo aumenta significativamente, enfatizando com isso a importância do produtor

conhecer os hábitos de consumo de seus clientes. “Hoje, o consumidor europeu está mais

exigente e prefere carne de origem ecológica, pois sabe que é mais saudável, natural e que tem

sabor diferenciado”, explicou.

O evento foi uma realização da Embrapa Agropecuária Oeste, UFGD – Grupo Ovinotecnia e

Grupo de Carcaças e Carnes. Contou com apoio do Sindicato Rural, da Cabanha Morena e da

PECPAR Nutrição Animal.

Foto: Divulgação

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