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Agropecuária aposta em plano de exportação para ampliar negócios

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17/06/2015 15h57 – Atualizado em 17/06/2015 15h57

De olho no movimento de queda dos embarques de produtos agropecuários neste ano, a ministra Kátia Abreu declarou que o lançamento de um plano nacional das exportações está previsto para os próximos dias, visando aumento na escala e nos valores exportados.

Kátia Abreu participou ontem do Seminário Perspectivas para o Agribusiness, realizado pela BM&FBovespa, em São Paulo.

Dados divulgados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) na última semana mostram que, em maio, as exportações do setor atingiram US$ 8,64 bilhões, uma queda de 10,5% em relação ao mesmo período de 2014. Só o complexo soja deixou de enviar US$ 384,59 milhões ao mercado internacional no mês passado. Nas carnes, um dos setores de maior valor agregado, a diminuição foi de US$ 300,47 milhões.

Saídas para a pecuária

Sem revelar detalhes sobre o plano de embarques, Kátia adiantou o avanço nas negociações da pecuária de corte, um dia após a divulgação da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec) que indica retrações de 24% e 14%, em faturamento e volume, respectivamente, para o segmento em maio, na variação anual.

“Vamos liberar até agosto a [exportação de] carne bovina para os Estados Unidos. Também vamos liberar a carne in natura e processada para o Japão. Conseguimos liberar oito empresas com a China, vamos liberar mais nove, mas nosso objetivo não é ficar abrindo companhias do Brasil, queremos caminhar para acordos fitossanitários”, afirmou a ministra. O anúncio do comércio inédito de cortes bovinos in natura aos norte-americanos deverá ser feito durante a visita da presidente Dilma Rousseff a Washington no fim deste mês.

Aos jornalistas, a ministra esclareceu o processo que deve ocorrer com os japoneses. “Eles pediram [como contrapartida] a abertura do nosso mercado para o gado kobe e vamos atendê-los”, explicou, referindo-se a um boi de origem japonesa de alto valor de mercado.

Outra ferramenta de comercialização em processo pelo Mapa é a liberação de frigoríficos brasileiros entre os compradores por meio de prelisting, ou seja, uma lista de unidades pré-autorizadas a embarcar. Após a missão para Tóquio, a ministra irá à Rússia em busca da formalização desta modalidade. A discussão acontecerá em paralelo à reunião de cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), em julho.

Kátia Abreu ressaltou ainda que há negociações iniciais para a criação de uma lista de frigoríficos pré-autorizados também com os chineses. “Ainda estamos em fase inicial de acordo sanitário e fitossanitário que já existe. Estamos muito confiantes de que até o final do ano possamos estar com o prelisting para China também assinado”.

Velhos gargalos

Na visão do diretor presidente da BM&FBovespa, Edemir Pinto, a infraestrutura do País vem sendo apontada há bastante tempo como um dos principais gargalos no Brasil, principalmente para o agronegócio.

“Somos mais competitivos da porteira para dentro e da porteira para fora perdemos competitividade.” Para ele, o pacote de concessões anunciado pelo governo irá trazer enormes benefícios ao agronegócio se for bem realizado.

Segundo a ministra Kátia Abreu, nos últimos dez anos, o custo de transporte de grãos na Argentina subiu 42%, nos Estados Unidos, 56%, e no Brasil mais de 228%. Para combater esta disparidade a ministra lembrou os principais investimentos previstos nos modais logísticos que podem beneficiar o escoamento da produção agrícola. Em destaque foi citada a ferrovia transoceânica, do Brasil ao Peru, para embarque de commodities à China. Neste empreendimento, ela afirma que os chineses são enfáticos no apoio às obras, que terão aportes brasileiros na ordem de R$ 40 bilhões.

Em contrapartida, o sócio diretor da Agroconsult, André Pessôa, “desmistifica” a visão da ministra. “O plano é um conjunto de projetos requentados que já existiam. Eles vão na direção certa mas o problema é o tempo. A ferrovia Norte-Sul está sendo construída há 28 anos. A BR-163 já passou por três presidentes diferentes e a transoceânica não passa de uma jogada dos chineses”.

Ainda sobre gargalos, o secretário de Agricultura de São Paulo, Arnaldo Jardim, chama a atenção para o seguro rural, para garantia de renda e previsibilidade ao setor. “A ideia é caminharmos para um plano de safra plurianual e acreditamos que isso será viabilizado.”

Fonte: DCI

Foto: Divulgação

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