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terça-feira, 26 de novembro de 2024
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Deputada lamenta incoerência de membros da igreja em discursos de ódio e boicote

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13/10/2015 15h58 – Atualizado em 13/10/2015 15h58

Em atos ecumênicos e notas oficiais, bispos e representantes religiosos incitam boicote econômico e tentam desacreditar a parlamentar

Por: Gazeta do Campo

A criação da CPI para investigação de denuncias contra supostos atos ilegais praticados por membros do CIMI – Conselho Indigenista Missionário em Mato Grosso do Sul, tem causado desconforto entre autoridades religiosas de todo o País, que vem se manifestando em constantes notas e atos de repúdio desde a apresentação da proposta de abertura da Comissão na Assembleia Legislativa. Desconforto que, para a deputada Mara Caseiro (PTdoB), é desnecessário e que, infelizmente, tem resultado em declarações irresponsáveis.

Em “Missão ecumênica em defesa dos povos indígenas”, CIMI, lideranças indígenas, representantes sindicais e líderes religiosos de diversas localidades do mundo estiveram esta semana em Mato Grosso do Sul, nas cidades de Campo Grande e Dourados, pedindo o fim da CPI do CIMI e a imediata instalação da chamada “CPI do Genocídio”.

Para a deputada Mara Caseiro, proponente e presidente da Comissão, a instalação de uma comissão não impede o trabalho da outra.

“Instalamos a CPI do CIMI com base em denúncias concretas e, em nenhum momento, nos colocamos contra uma CPI que investigue qualquer ato contra as nossas comunidades indígenas, muito pelo contrário. Esperava, inclusive, que os bispos tivessem a mesma postura, colocando-se à disposição para a investigação e não tentando desconstruir meu trabalho”, afirmou.

Em seus posicionamentos, Mara sempre defendeu a legalidade e nunca se opôs a ampliação das terras indígenas, desde que feitas de forma legal, com o devido ressarcimento aos proprietários titulados.

Dom Roque Paloschi, presidente do CIMI e bispo de Roraima, durante a manifestação realizada na Assembleia Legislativa, no dia 07 de Outubro, contestou a credibilidade da deputada, afirmando que a CPI deveria “ser chamada de CDF, Comissão de Despistamento dos Fatos”, conforme transcrito no site oficial do CIMI.

A deputada não fez referência à pessoa do bispo, porque diz não conhecê-lo, mas afirma que ele, enquanto presidente de uma organização deveria ser o primeiro a se colocar a disposição para mostrar o trabalho que dizem realizar em prol do desenvolvimento das comunidades indígenas.

Mais graves ainda teriam sido as declarações feitas por Dom Redovino Rizzardo, bispo de Dourados, na cidade de Dourados no encontro do dia 08 de Outubro. O bispo teria afirmado que “A Europa vai parar de comprar a carne do Mato Grosso do Sul, porque a carne daqui tem sangue de criança indígena. A Europa vai parar de comprar a soja do Mato Grosso do Sul, porque a soja daqui tem sangue de criança indígena”.

Diante do posicionamento do bispo, Mara Caseiro questionou a postura de algumas autoridades religiosas, que têm agido com imprudência em suas afirmações, incitando a um conflito desnecessário no processo de resolução desses problemas.

“Lamentável que a minha igreja não tenha a responsabilidade ao fazer esse tipo de declaração mentirosa, ao invés de proteger nossas riquezas e nossa independência. Nossa soja e nossa carne possuem o suor de trabalhadores do campo. Produtores rurais de pequeno, médio e de grande porte que trabalham diariamente para levar o alimento para a mesa dos brasileiros e do mundo”.

Na visão da deputada, as comunidades indígenas precisam ser respeitadas, ao invés de manipuladas, precisam ter condições de se auto sustentarem para, de fato, declararem a sua independência financeira. Porém, Ong’s e instituições, como o CIMI, parecem querer impedir essa discussão para continuar usando a fragilidade desse povo em benefício próprio.

FOTO: VICTOR CHILENO

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