26/11/2015 14h11 – Atualizado em 26/11/2015 14h11
Agricultores familiares e assentados da reforma agrária de todo o Brasil têm, a partir desta quarta-feira (25), maior facilidade para a aquisição de equipamentos de geração de energia renovável, solar e eólica, por um preço abaixo do praticado no mercado. O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), por meio de parceria firmada com a Associação Brasileira de Energia Eólica (Abeeólica) e a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar), incluiu no programa Mais Alimentos o financiamento de equipamentos para produção de energia renovável.
Para o ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, a ação reafirma o compromisso do ministério com o meio ambiente. “É fascinante termos no Brasil essa possibilidade do desenvolvimento integral, integrado e sustentável. Com essa parceria, estamos desenvolvendo os nossos dois principais compromissos estratégicos, que são avançar na reforma agrária e no desenvolvimento da agricultura familiar”, destacou.
O coordenador-geral da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar (Fetraf), Marcos Rochinski, classificou a novidade como mais um impulso para o crescimento dos agricultores. “A gente tem uma perspectiva real de ter fontes alternativas. Essas outras possibilidades de geração de energia dialogam com o que a gente sempre fez, ao longo da nossa trajetória, em nossas propriedades, que é produzir alimentos saudáveis, sem agrotóxicos, sem veneno e protegendo o meio ambiente”, observou.
Para a presidente executiva da Abeeólica, Élbia Gannoum, o acordo representa um marco. “Vamos levar a energia para a agricultura familiar, utilizando a energia do vento. A fonte eólica, que possui como característica a capacidade de trazer desenvolvimento regional e econômico, vai contribuir também para o desenvolvimento local da agricultura familiar, ao levar energia elétrica e água, por meio de sistemas de irrigação e bombeamento”, explicou.
O diretor executivo da Absolar, Rodrigo Sauaia, afirmou que a energia solar pode ser utilizada no campo para ajudar a aumentar a produtividade em condições ambientalmente corretas. “São condições com uso de fontes renováveis, que não tenham emissões elevadas. O uso da tecnologia solar vem para contribuir com esse ganho de produtividade, por meio do uso de uma tecnologia ambientalmente correta e positiva”, assegurou ao salientar que esse tipo de energia tem ampla variedade de aplicações no meio rural, como no sistema de irrigação, de aeração e de iluminação.
Na avaliação do secretário do desenvolvimento da produção do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), Carlos Gadelha, a iniciativa gera oportunidades concretas de emprego, renda e desenvolvimento. “Estávamos certos em apostar numa matriz sustentável, na questão da sustentabilidade, e essa nova ação mostra isso”, realçou.
Já o secretário de extrativismo e desenvolvimento rural do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Carlos Guedes, considera a ação um dos exemplos de cumprimento das metas estabelecidas em Paris, na Conferência do Clima. “Essa iniciativa nos dá segurança e firmeza de que vamos trilhar e assumir nossos compromissos e metas de adaptação climática. É possível produzir e proteger, produzir e conservar o meio ambiente”, ponderou.
O financiamento
Ao adquirir os equipamentos, por meio do Programa Mais Alimentos, os agricultores familiares e assentados da reforma agrária financiam materiais com condições de crédito diferenciadas das existentes no mercado. Além disso, todos os contratos incluirão os serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
Fonte: MDA