30/11/2015 14h19 – Atualizado em 30/11/2015 14h19
Trocar informações e experiências no plantio de hortifrutigranjeiros foi o objetivo de uma visita técnica realizada na última quarta-feira (25), no município de Terenos. Um grupo de 36 produtores familiares, com propriedades em quatro assentamentos no município de Corguinho foi até a sede da Cooplaf – Cooperativa Agrícola Mista da Pecuária de Corte e Leiteira para conhecer resultados positivos da agricultura familiar, decorrentes da busca pela qualificação profissional e trabalho em equipe.
O grupo está participando do curso de Produtor de Olerícolas, do Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural, via Pronatec – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego e pôde conhecer mais sobre a cooperativa que congrega associados assistidos pelo programa Hortifruti Legal. Atualmente, 36 propriedades recebem assistência técnica e gerencial e contam com o auxílio de um agente comercializador para escoar a produção.
O instrutor responsável pela turma de Corguinho é Arnaldo Mongello, que destaca a viabilidade da produção de hortifrutigranjeiros. “Atualmente, Mato Grosso do Sul importa 80% da produção de verduras, legumes e frutas. É um mercado que pode ser absorvido pelos produtores locais, com apoio adequado”, relata. Questionado sobre as condições da localidade, explica: “O município tem boa capacidade para produção, basta que os produtores saibam de que forma plantar. Por isso, nesta capacitação de 200 horas/aula abordamos princípios sobre condições e análise do solo, utilização de calcário e adubação correta. Como o curso está finalizando, resolvemos promover esta interação com o pessoal da cooperativa de Terenos”, acrescenta.
Programação diversificada – No primeiro momento da visita, os produtores puderam entender como funciona a metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial do Senar/MS. O técnico responsável, Paulo Mitio, esclareceu os presentes sobre o objetivo do trabalho. “Nossa orientação consiste em mostrar ao produtor, que pode trabalhar para que a sua propriedade produza e seja viável financeiramente. Para isso, será necessário participar de cursos e seguir as técnicas apontadas por nossa equipe”, argumenta.
Logo após, a equipe da Cooplaf também explicou um pouco do cotidiano de trabalho e quais os principais benefícios para os associados. “A cooperativa é resultado da força de vontade dos produtores familiares aqui da região. Começamos nossa caminhada nos capacitando em vários cursos oferecidos pelo Senar/MS e hoje, somos modelo de implantação do programa de assistência rural”, informou a secretaria responsável, Maria Nelzira Cardoso Garcia.
Estudantes Aplicados – A presidente do sindicato rural dos trabalhadores da Agricultura Familiar de Corguinho, Suley dos Santos, mora no assentamento PA Corguinho desde 2007 e produz mandioca, que vende descascada para os moradores da cidade. Ela afirma que buscou apoio do Senar/MS para que as famílias possam aprender e avançar na produção. “Temos 241 famílias nos quatro assentamentos da região e muitos vivem em situação de precariedade. Como não conseguimos ainda os créditos rurais da agricultura familiar, sobrevivemos do que plantamos e vendemos o excedente de casa em casa. O que estamos testemunhando aqui em Terenos são os frutos do trabalho feito coletivamente e com união”, enfatiza.
Reinaldo de Moura é morador no mesmo assentamento e produz melancia, pepino, pimenta e hortaliças folhosas como alface e couve. Ele conta que é a primeira vez que participa de uma capacitação do Senar/MS e está muito satisfeito. “Estou gostando demais, porque os ensinamentos do instrutor estão desenvolvendo minhas ideias e dos meus companheiros. Saio desta visita com mais vontade ainda de aprender e conquistar minha independência financeira”, argumenta.
Outra produtora familiar que se declarou estimulada com a visita técnica em Terenos é Adalgisa Antonia dos Santos. Ela mora com os dois irmãos no assentamento PA Corguinho e revela que estava ansiosa para participar de cursos do Senar/MS voltados ao plantio. “Eu e minha irmã cuidamos do nosso irmão que já tem 84 anos e pouco conseguimos produzir em nosso lote. Mas, eu não desanimo e assim que terminar o curso de Olerícola pretendo começar a cultivar hortaliças”, comenta esperançosa.
Depois de conhecer o trabalho do Hortifruti Legal e da Cooplaf, o grupo de assentados visitou uma propriedade atendida pelo programa e que atua na produção de mudas de frutas e hortifrutigranjeiros.