22/12/2015 14h42 – Atualizado em 22/12/2015 14h42
O Governo Federal modificou os critérios para renovação do prazo de emergência fitossanitária ou zoosanitária no Brasil. Com a alteração, a liberação do uso emergencial do benzoato de emamectina, utilizado no combate à lagarta Helicoverpa armígera poderá ser prorrogada. O anúncio foi publicado no DOU – Diário Oficial da União desta quinta-feira (17), trazendo otimismo ao setor produtivo, devido à relação custo – benefício do defensivo.
Para o presidente do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Mauricio Saito, a liberação proporciona um controle mais eficiente às lavouras com incidência severas da Helicoverpa. “O benzoato tem sido mais um aliado na estratégia dos produtores rurais, que têm adotado o manejo integrado da praga ao realizar constante monitoramento das lavouras e utilização correta dos defensivos agrícolas”.
O benzoato de emamectina é liberado em 70 países, inclusive pela União Europeia, região que tem uma condição climática diferente do Brasil, com um inverno rigoroso que faz com que a incidência de pragas seja menos intensa que no Brasil e nos países tropicais. Para o consultor técnico do Sistema Famasul, Clóvis Tolentino, a decisão do Governo Federal representa um avanço, mas os cuidados com a praga vão além da aplicação do defensivo. “A aplicação do benzoato é uma das práticas que deve ser associada ao controle, o produtor precisar adotar uma série de medidas para minimizar os efeitos da praga. É importante destacar que o benzoato apenas não é a única medida de combate à Helicoverpa, apesar de sua importância”, salienta Tolentino.
De acordo com o Decreto 8.591, existe a possibilidade da extensão do estado de Emergência Fitossanitária, ficando esta decisão a cargo do Ministério da Agricultura. Em se confirmando isso, os agricultores poderão solicitar o uso do defensivo benzoato de emamectina no combate à helicoverpa armígera em suas lavouras em conjunto com outras ações. Em 2014, a praga atingiu vários Estados do Brasil, entre eles, Mato Grosso do Sul. A Helicoverpa armigera ataca principalmente as lavouras de algodão, feijão, soja e milho.
Chapadão do Sul é um dos municípios mais atingidos e a maior preocupação é a produção de algodão. De acordo com os dados do IBGE – Instituto Brasileira de Geografia e Estatística, o município ocupa a segunda posição no ranking estadual de produção de algodão, com 101,5 mil toneladas. Para o pesquisador da Fundação Chapadão, Germison Vital, o uso do benzoato é uma das estratégias do manejo integrado de pragas. “É uma forma de rotacionar modos de ação de inseticidas. É um defensivo eficiente em Helicoverpa, reconhecido mundialmente”, destaca o especialista, acreditando que o produtor vê com bons olhos a iniciativa do Governo Federal e acredita que é um passo a mais para a liberação definitiva do defensivo.
Sobre o Sistema Famasul – O Sistema Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é um conjunto de entidades que dão suporte para o desenvolvimento sustentável do agronegócio e representam os interesses dos produtores rurais de Mato Grosso do Sul. É formado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), Fundação Educacional para o Desenvolvimento Rural (Funar), Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja/MS) e pelos sindicatos rurais do Estado.
O Sistema Famasul é uma das 27 entidades sindicais que integram a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Como representante do homem do campo, põe seu corpo técnico a serviço da competitividade da agropecuária, da segurança jurídica e da valorização do homem do campo. O produtor rural sustenta a cadeia do agronegócio, respondendo diretamente por 17% do PIB sul-mato-grossense.