06/04/2016 11h30 – Atualizado em 06/04/2016 11h30
A Embrapa Pecuária Sudeste apresentou, na última sexta-feira (1º de abril), em Belo Horizonte (MG), o projeto Gramados para representantes de concessionárias de ferrovias, que discutiam alternativas de controle de plantas invasoras às margens de trilhos.
O pesquisador Francisco Dübbern de Souza, convidado pela empresa VLI, especializada em operações logísticas que integram terminais, ferrovias e portos, participou do debate envolvendo representantes de oito estados brasileiros.
As invasoras têm grande impacto nos custos de manutenção e na segurança do tráfego ferroviário. Existem atualmente 11 empresas concessionárias de ferrovias no Brasil, todas associadas à Associação Nacional de Transportadores Ferroviários (ANTF), e que controlam cerca de 27 mil quilômetros de estradas de ferro.
Desde 2011, o projeto Gramados procura identificar espécies nativas de gramas adaptadas a diferentes regiões brasileiras que requeiram pouca manutenção, cubram satisfatoriamente a superfície do solo e apresentem baixa altura de crescimento. As espécies identificadas poderão ser usadas para diferentes propósitos, como jardins, margens de rodovias, de pistas em aeroportos e de estradas de ferro.
Segundo o pesquisador, as concessionárias têm poucas alternativas para controlar plantas invasoras nas margens das ferrovias, principalmente em seus trechos urbanos e próximos de APPs, onde o uso de herbicidas é legalmente proibido.
Nos locais em que o uso de herbicida é permitido, o problema é a resistência de várias espécies de plantas indesejáveis a esses produtos. “O controle tem sido feito por meio de podas e de capinas manuais, mas os resultados são de curto prazo e os custos são elevados. O cultivo de gramíneas nativas nessas condições poderá reduzir custos e impactos ambientais, além de contribuir à segurança do tráfego ferroviário”, explica.
O interesse do grupo pelos resultados do projeto da Embrapa se deve à expectativa de que as espécies identificadas possam proporcionar cobertura vegetal permanente com baixos requisitos de manutenção e competição com plantas indesejáveis. Idêntico interesse já foi manifestado por empresas concessionárias de aeroportos e de rodovias.
O evento possibilitou o estreitamento de laços entre a Embrapa e as empresas que passarão a acompanhar de modo mais próximo o andamento da pesquisa.
O projeto Gramados, coordenado pela Embrapa, tem como parceiros a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), a Universidade Estadual Paulista (Unesp – Campus de Registro) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE).
Fonte: Agrolink