15/04/2016 12h37 – Atualizado em 15/04/2016 12h37
O presidente do Cimi (Conselho Indigenista Missionário), Dom Roque Paloschi, recebeu, dos deputados que compõem a CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) que investiga a participação da instituição nas invasões à propriedades rurais em Mato Grosso do Sul, solicitação de desculpas oficiais à Assembleia e aos deputados da CPI. O fato ocorreu durante a sessão desta quarta-feira (13) após a veiculação de um vídeo que mostra Paloschi dando declarações consideradas como ofensivas, em outubro de 2015, durante ato ecumênico em Campo Grande. Ao final da sessão, Paloschi pediu perdão pelas declarações.
O deputado Paulo Correa apontou as iniciativas que a Assembleia tomou para colaborar com o processo de demarcação de terras no Estado ou de viabilizar iniciativas para colaborar na solução dos conflitos. “Temos uma lei de autoria do então deputado Laerte Tetila que criou em nosso Estado um fundo que permite a compra de terras dos produtores para ampliar as áreas indígenas”, lembrou Paulo Correa. Segundo o deputado, o governo do Estado chegou a solicitar ao governo federal a liberação de seis meses de dívida junto à União para reverter o valor ao fundo.
“Não podemos admitir acusações de que atuamos de forma irresponsável”, disse Paulo Correa. Na gravação, Paloschi, que mora em Rondônia e teria vindo para capital sul-mato-grossense, apenas para participar do ato, alega descaso do governo estadual, chama a CPI de “Comissão de Despistamentos dos Fatos” e acusa a deputada Mara Caseiro, que preside a Comissão, de usar a CPI como trampolim político para futuras disputas eleitorais. O arcebispo lista uma série de crimes, assassinatos de lideranças e suicídios e imputa a culpa de forma generalizada “à ganância dos fazendeiros”, dentre outros apontamentos.
Em resposta, Paloschi afirmou que não tinha como objetivo ofender os integrantes da Comissão, mas disse que não tem clara a missão da CPI. “É muito fácil atacar as organizações populares e igrejas. Espero que a CPI colabore, na verdade, para pacificação e resolução da demarcação de terras. Peço perdão porque não tive objetivo de ofender ninguém”, declarou.
A CPI do Cimi é composta ainda pela presidente, deputada Mara Caseiro; o vice-presidente, deputado Marquinhos Trad; e o relator, deputado Paulo Corrêa (PR). Também são membros da comissão os deputados Onevan de Matos (PSDB) e Pedro Kemp (PT).