15/04/2016 12h42 – Atualizado em 15/04/2016 12h42
Controle biológico é uma das ferramentas no manejo integrado de pragas
O pesquisador José Roberto Postali Parra, da área de Entomologia da Esalq/USP, estará na
Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) para ministrar a palestra “Oportunidades do
Controle Biológico no Manejo Integrado de Pragas Agrícolas”. O evento é gratuito, na segunda-
feira, 18 de abril, das 13 horas às 14h30, no Auditório da instituição. O público-alvo são técnicos,
acadêmicos, produtores rurais e demais interessados na área de controle biológico que
trabalham com cana-de-açúcar, milho e soja.
O tema central das pesquisas de Parra são técnicas de criação e nutrição de insetos para
Programas de Controle Biológico, com ênfase a parasitoides de ovos, especialmente a vespa
parasitoide Trichogramma spp.
Inspiração e referência
O pesquisador Parra é membro da Academia Brasileira de Ciências e da Academy of Science for
the Developing World. É professor Titular do Departamento de Entomologia e Acarologia da
Esalq/USP, além de outras qualificações (Curriculo Lattes). “Não é demais dizer que Dr. Parra é
uma referência para técnicos e produtores rurais e também uma inspiração para os profissionais
da área e estudantes de graduação e pós-graduação em entomologia, como por exemplo os
acadêmicos da UFGD”, diz o pesquisador Harley Nonato de Oliveira, chefe adjunto de Pesquisa
e Desenvolvimento da Embrapa Agropecuária Oeste.
Tanto Oliveira quanto o pesquisador Crébio Ávila, ambos da Unidade da Embrapa em Dourados,
que fazem parte da equipe docente do programa de pós-graduação em entomologia da UFGD,
destacam que a vinda do professor enriquece o conhecimento de todos os que estarão
presentes.
“É uma oportunidade para nós como instituição e para o Estado de Mato Grosso do Sul termos a
presença do Dr. Parra. A vinda dele é uma grande oportunidade de disseminar a informação e
fortalecer o controle biológico de pragas como uma das mais importantes ferramentas do manejo
integrado de pragas. Além disso, ele é uma pessoa acessível, o que contribui para o diálogo e a
interação”, afirma Oliveira.
Segundo Parra, para o Brasil ser líder em controle biológico, assim como é líder em pesquisas
para agricultura tropical, ainda é necessário desenvolver modelos específicos para as áreas
tropicais. “Temos que vencer algumas barreiras, como mudar a mentalidade do uso do
agroquímico como solução única para o controle de pragas, assim como a pouca variedade de
produtos biológicos disponíveis no mercado. São desafios que devem ser transpostos, mas as
perspectivas para o Brasil são boas”, afirma.
Oliveira relata que tanto produtores, técnicos quanto empresários em Mato Grosso do Sul têm se
mostrado atentos a esse tema, não somente buscando incrementar ações de controle biológico
na cultura da cana-de-açúcar, “em que se tem um dos maiores programas de controle biológico
do mundo, mas também buscando alternativas que possam ser comercialmente utilizadas nas
culturas do milho e da soja, bem como dinamizar formas de liberação desses inimigos naturais”.
O controle
O controle biológico é uma das ferramentas do Manejo Integrado de Pragas (MIP), que utiliza
patógenos, predadores e parasitoides para a supressão de populações dos insetos-praga.
Entre as vantagens está a redução de defensivos agrícolas e, consequentemente, a diminuição
do risco de atingir organismos não-alvos. Além disso, a técnica de controle biológico não
provoca o surgimento de populações de pragas resistentes; não afeta outras táticas de controle;
e não deixa resíduos tóxicos em alimentos, água e solo.
O MIP é formado por diversos métodos para manter o ambiente em equilíbrio, com redução de
agroquímicos, com o objetivo de evitar a proliferação de insetos considerados pragas – e sem
riscos à produtividade.