27/04/2016 10h16 – Atualizado em 27/04/2016 10h16
Análise avaliou o impacto econômico, social e ambiental de 48 tecnologias desenvolvidas pela APTA e adotadas pelo setor produtivo no biênio 2014/2015 Fernanda Domiciano – Assessoria de Imprensa – APTA
A Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, apresenta pela segunda vez seu “Balanço social”, com análise dos impactos econômicos, sociais e ambientas de suas pesquisas. Esta é uma iniciativa inédita para as instituições de ciência e tecnologia paulistas. Com base na análise de 48 tecnologias desenvolvidas pelos seis institutos e 14 polos de pesquisa ligados à APTA ficou constatado que a cada R$ 1,00 investido, a Agência retornou R$ 11,40 para a sociedade, no biênio 2014/2015. A publicação será apresentada ao público durante a Agrishow, que será realizada de 25 a 29 de maio de 2016, em Ribeirão Preto, interior paulista. O primeiro balanço realizado pela Agência foi lançado em 2014 e considerava o período de 2010 a 2013.
O objetivo da obra é tornar pública a prestação de contas dos recursos que a APTA recebe de diversas fontes, como Governo do Estado de São Paulo, agências de fomento e iniciativa privada, além de informar à sociedade em geral sobre os benefícios proporcionados pela ciência que estão incorporados no cotidiano. As análises foram realizadas com base na metodologia desenvolvida pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
No período considerado, o biênio 2014/2015, a APTA recebeu R$ 616,4 milhões, sendo 74% dos recursos provenientes do Governo do Estado de São Paulo, 17,6% da iniciativa privada, 4,2% das agências de fomento estaduais e federais e 3,2% do Fundo Especial de Despesa, constituído com recursos gerados pela venda de produtos e serviços dos institutos e polos de pesquisa da APTA. O retorno econômico da Agência, neste mesmo período, foi de R$ 7 bilhões, aproximadamente.
A assistente-técnica de direção da APTA, Adriana Verdi, destaca que, além deste montante econômico gerado, há também os resultados que contribuem para a preservação ambiental e a saúde humana, mediante a difusão de tecnologias poupadoras de recursos naturais e de reflexos mais benéficos para a saúde de trabalhadores e consumidores. “São valores que ainda não contabilizamos, mas que compõem um cenário mais sustentável, indiscutivelmente”, afirma.
Para o balanço, foram selecionadas 48 tecnologias desenvolvidas pelo Agronômico (IAC-APTA), Instituto Biológico (IB-APTA), Instituto de Economia Agrícola (IEA-APTA), Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), Instituto de Pesca (IP-APTA), Instituto de Zootecnia (IZ-APTA) e 14 polos regionais. “Esses tecnologias já foram testadas e adotadas pelos agentes de vários segmentos do agronegócio paulista e brasileiro. Contudo, há ainda outros pacotes tecnológicos que não foram dimensionados, o que nos leva a afirmar que o impacto da pesquisa paulista é seguramente maior”, afirma Orlando Melo de Castro, coordenador da APTA.
O secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, afirma que a obra mostra como os pesquisadores da APTA estão trabalhando para aumentar a oferta de alimentos e matérias-primas para a população, sem desmatar novas áreas e causar impactos negativos ao ambiente. “As pesquisas não buscam mais apenas a produtividade por área, mas também aspectos que facilitem a vida da população e promovam a saudabilidade, uma recomendação do governador, Geraldo Alckmin”, afirma.
Tecnologias paulistas trazem ganhos para economia brasileira
Fizeram parte da publicação tecnologias já consagradas desenvolvidas pelos institutos de pesquisa ligados à APTA. Um exemplo é o Programa Cana, do Instituto Agronômico (IAC-APTA), que vêm modernizando a canavicultura em São Paulo e em outros nove Estados brasileiros. O projeto Ambicana, que define as variedades de cana-de-açúcar para cada ambiente de produção, e o modelo de “matriz de ambiente”, desenvolvidos pelo IAC, tiveram impacto econômico de R$ 1,5 bilhão no biênio 2014/2015.
O programa de melhoramento genético da mandioca, também do IAC, tem grande contribuição ao setor produtivo, com o desenvolvimento da variedade de mandioca para processamento, IAC 14, e para mesa, IAC 576-70. O impacto das variedades no período analisado foi de R$ 150 milhões.
Também foram avaliados os ganhos alcançados pelo programa de melhoramento genético em bovinos de corte, do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), com as raças Nelore, Guzerá e Caracu. O impacto econômico da tecnologia foi de cerca de R$ 770 milhões.
Além dos programas consagrados, o “Balanço social” da APTA também avaliou tecnologias geradas por pesquisas contemporâneas e que estão revolucionando alguns segmentos do agronegócio paulista e brasileiro. Um exemplo é o conceito do Boi 7.7.7, desenvolvido pelo Polo Regional de Colina (APTA Regional) e adotado nas principais regiões produtoras de gado de corte no Brasil e por fornecedores dos frigoríficos nacionais. A tecnologia, que reduz em 30% no abate dos animais e melhora na qualidade da carne, teve impacto econômico de R$ 265 milhões no período analisado.
Outro destaque são os trabalhos do Instituto Biológico (IB-APTA), com controle biológico de pragas e doenças, como os fungos e ácaros predadores. O impacto econômico do uso do controle biológico proposto pelo IB foi avaliado em R$ 143 milhões, aproximadamente.
O Programa Sustentabilidade de Ponta a Ponta, desenvolvido pelo Instituto de Tecnologia de Alimentos (ITAL-APTA), em parceria com o Walmart Brasil, também foi analisado. A iniciativa tem promovido práticas de desenvolvimento de produto com menor impacto ambiental com base na ferramenta chamada ciclo de vida, em unidades de processamento de importantes grupos alimentícios de âmbito internacional. Com o trabalho conjunto entre Walmart Brasil e ITAL foi possível reduzir 19.883 GWh de eletricidade, 745 mil m³ de água, 290 mil litros de óleo combustível, 140 toneladas de matéria-prima para produção de embalagens, 1.340 toneladas de resíduos e diminuição na emissão de 4.291 toneladas de CO2 e gases do efeito estufa no processo industrial de 18 empresas.
“A análise do rol de tecnologias indica que, além dos objetivos econômicos clássicos perseguidos pelas tecnologias APTA, como agregação de valor e produtividade, consolida-se a tendência de incorporação da preocupação com os demais aspectos da sustentabilidade, principalmente, a ambiental”, afirma Adriana.
APTA é a maior instituição estadual de pesquisa no Brasil e a segunda maior do País
Em 2014, a APTA registrou 1.427 pesquisas em execução e, em 2015, contabilizou 1.424, nas áreas de agroexportação, grãos e fibras, proteína animal, hortícolas e agronegócios especiais, desenvolvimento regional, políticas públicas e bens de capital e informações.
No período, a Agência produziu cerca de 580 mil quilos de sementes básicas, destinadas à multiplicação comercial para o atendimento da demanda dos agricultores. “Esses materiais levaram à obtenção de altas produtividades nas lavouras, associadas a ganhos de qualidade na produção final. A APTA tem cerca de 220 normas e procedimentos laboratoriais certificados ou acreditados pela norma ISO 17025. É a instituição líder neste quesito”, afirma Castro. Cerca de 620 mil análises laboratoriais foram realizadas pela APTA entre 2014 e 2015.
IAC apresenta na Agrishow nova cultivar de feijão mais produtiva e resistente a doenças
Por Carla Gomes (MTb 28156) – Assessoria de Imprensa – IAC
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC-APTA), irá apresentar na Agrishow 2016 a cultivar de feijão do tipo carioca IAC Sintonia. O evento será realizado de 25 a 29 de abril, em Ribeirão Preto, interior paulista. O IAC é ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
A nova cultivar apresenta alto potencial produtivo, com produtividade média de 3.941 quilos, por hectare, na época de semeadura de inverno, 3.553 quilos, por hectare, na época de semeadura das águas e 2.131 quilos, por hectare, na semeadura da seca. Esses resultados foram observados em 18 experimentos realizados no Estado de São Paulo, de 2013 a 2015.
Esta produtividade supera, nas três épocas, a da IAC Milênio, cultivar que antecedeu a IAC Sintonia. A IAC Milênio apresenta, respectivamente nas três épocas, produtividade de 3520 quilos, por hectare; 2.835 quilos, por hectare, e 2.058 quilos, por hectare.
“O potencial produtivo médio observado em lavoura, no ano de 2014, em Campinas, foi de 4.740 quilos, por hectare, com colheita manual em área de um hectare”, afirma o pesquisador do IAC, Alisson Fernando Chiorato.
A cultivar IAC Sintonia apresenta ciclo semi-precoce, ao redor de 85 dias da emergência à colheita, conforme as condições de cultivo impostas. Esse ciclo representa uma redução de 15 dias em relação ao ciclo normal da cultura.
A semi-precocidade pode contribuir para reduzir as perdas do feijoeiro em decorrência do estresse hídrico, nas regiões com baixo índice pluviométrico, que já plantam cultivares de feijão IAC. Segundo o pesquisador do Instituto Agronômico, diminuir a permanência do feijoeiro no campo é importante para reduzir a exposição da planta ao estresse hídrico. “A falta d’água pode levar à perda diária de 74 quilos de feijão, por hectare. Daí a importância de a cultivar ser precoce ou semi-precoce e, assim, permanecer por menor tempo no campo”, diz.
O tamanho dos grãos da IAC Sintonia é outra característica de grande interesse para agricultores e indústria. “O setor de produção prefere grãos com peneiras acima do tamanho 12”, afirma.
Outra vantagem da nova cultivar é a resistência ao patógeno da antracnose (Colletotrichum lindemuthianum) e a tolerância à murcha de fusarium (Fusarium oxysporum). Essas duas doenças estão entre as principais que atacam o feijoeiro e representam cerca de 25% dos custos com controle químico na lavoura. “Ao reduzir a necessidade de pulverização, estamos contribuindo para baixar custos para o produtor e também para minimizar impactos ambientais, além de colaborar com a saúde do trabalhador rural e do consumidor”, avalia.
Ainda no rol de benefícios para o consumidor, a IAC Sintonia traz teor de proteína de 21% e tempo de cozimento em torno de 25 minutos, em condições de panela de pressão, com caldo espesso e com grãos grandes e inteiros, como preferem os apreciadores de feijão.
“Vale ressaltar que o melhoramento de feijão trabalhado no IAC vem agregando essas características que atraem o consumidor final com o objetivo de contribuir com o aumento do consumo deste grão. Esse pacote tecnológico também atende à demanda da indústria que processa o feijão que vai chegar à mesa das famílias”, afirma o diretor-geral do IAC, Sérgio Augusto Morais Carbonell, pesquisador da área de feijão.
Recomendações técnicas
De acordo com Chiorato, a cultivar IAC Sintonia responde muito bem à adubação nitrogenada. A recomendação é adotar doses ao redor de 100 quilos, por hectare, de nitrogênio, principalmente em áreas com a ocorrência de Fusarium oxysporum, visando aumentar a vegetação da planta para melhor enchimento dos grãos. “Deve-se realizar a adubação nitrogenada com 25 dias após a germinação para que não ocorram deficiências durante o florescimento e trabalhar da mesma forma com o potássio, caso não seja realizada a aplicação deste elemento durante a semeadura”, recomenda. O início do florescimento terá início aos 35 dias, após a germinação.
A nova cultivar responde bem ao manganês, com doses variando ao redor de 300 gramas, por hectare. O pesquisador destaca a necessidade de orientar a aplicação de acordo com a análise de solo.
Recomenda-se também utilizar populações ao redor de 200 mil plantas, por hectare, de modo que fiquem 10 a 11 plantas finais, por metro linear, no espaçamento de 50 cm. “Esta população foi a que se mostrou ideal para a cultivar IAC Sintonia, que apresenta porte de planta semi-ereto”, afirma.
IAC apresenta novo híbrido de milho na Agrishow 2016
Por Carla Gomes (MTb 28.156) – Assessoria de Imprensa – IAC
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC), irá apresentar na Agrishow 2016 o híbrido de milho IAC 8077. O evento será realizado de 25 a 29 de abril, em Ribeirão Preto, interior paulista.
O IAC 8077 é um híbrido de milho convencional, isto é, não transgênico, com potencial produtivo de nove a dez toneladas, por hectare de grãos. Este potencial pode ser superado, se a lavoura for conduzida com boa tecnologia. Segundo o pesquisador do IAC, Eduardo Sawazaki, essa produtividade está acima da média dos resultados obtidos no Brasil.
O novo híbrido intervarietal apresenta alta produtividade de grãos em todas as regiões paulistas onde foi avaliado. O melhor resultado foi obtido na região Central do Estado, com 9.032 quilos, por hectare, em quatro locais de experimentos conduzidos no verão 2014/2015. No mesmo período, na região Sul, onde foram conduzidos ensaios em cinco locais, o resultado foi de 7.592 quilos, por hectare. Na região Norte/Oeste, em três locais de experimentos, foram produzidos 7.440 quilos, por hectare. Na safrinha 2015, em seis locais no Vale do Paranapanema, a produtividade foi de 5.945 quilos, por hectare, e na região Norte/Noroeste, foi de 5.629.
Este híbrido é direcionado para propriedades com baixa e média tecnologia. “Ele têm baixo custo de implantação da lavoura, 20 quilos de sementes são suficientes para o plantio de um hectare”, afirma o pesquisador.
O IAC 8077 apresenta maior tolerância à seca e ao calor. “Ele é recomendado para regiões baixas e para o plantio de verão, quando ocorre maior incidência de veranicos e altas temperaturas”, explica. O IAC 8077 tem grãos semiduros de cor laranja. É adequado para ração e serve de matéria-prima para indústria.
A altura da planta varia de 2,05 a 2,42m, no verão, e de 2,25 a 2,30m, na safrinha, com espigas que ficam de 1,00m a 1,30m do chão, no verão, e de 1,15 a 1,20m, na safrinha. A população de plantas também varia nas duas épocas. No verão, de 60 a 70 mil plantas por hectare, e na safrinha, 50 mil, na mesma área. “O ciclo até o florescimento, após a semeadura, é de 70 a 77 dias, no verão, e de 65 a 68 dias, na safrinha”, explica o pesquisador do IAC.
O custo reduzido de produção deste novo material IAC tem relação também com a boa resistência às principais doenças foliares, não necessitando de controle químico quando as condições forem desfavoráveis às doenças. O porte baixo da planta contribui para reduzir as ocorrências de acamamento e quebramento.
“Os híbridos intervarietais do IAC foram selecionados de variedades sintéticas originadas de bons híbridos simples comerciais convencionais, disponíveis no mercado, o que confere a eles boa adaptação em plantio de verão e safrinha”, afirma.
APTA apresenta na Agrishow técnica de enxertia de maracujazeiro que previne doença causada por fungo de solo
É a primeira vez que a Agência apresenta a tecnologia na Feira
Fernanda Domiciano e Giulia Losnak (estagiária) – Assessoria de Imprensa – APTA
Durante a 23ª Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação (Agrishow), a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Polo Regional de Adamantina, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA Regional), apresentará, pela primeira vez, a técnica de enxertia de maracujazeiro. A tecnologia ajuda a prevenir a morte prematura, doença que pode causar até 100% de perda das plantas e inviabilizar a produção em áreas contaminadas. No estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, os visitantes poderão ver cerca de 500 mudas de maracujá enxertadas, a serem enxertadas e em formação, aprender a técnica de enxertia do maracujazeiro e falar com os pesquisadores.
A técnica da enxertia consiste na utilização de espécies tolerantes à doença como porta-enxerto. Apesar de ser bastante usada na citricultura e viticultura, a tecnologia ainda é pouco empregada nos plantios de maracujá, pois é relativamente recente na cultura do maracujazeiro e os produtores ainda não possuem informações suficientes para a sua utilização. Os porta-enxertos são híbridos de diferentes espécies mais rústicas, com resistência a pragas, doenças e nematoides do solo. Eles servem de base para a instalação de cultivares com características desejáveis e valor comercial, que está na copa da planta e responde pela produção.
A pesquisa desenvolvida pela APTA valida à tecnologia do uso de enxertia de maracujazeiro para a prevenção da doença, que não tem tratamento. “Uma vez que a afetada pelos patógenos, a planta certamente morrerá. A aplicação de defensivos agrícolas também não tem sido uma solução eficiente. Os produtores procuram medidas de controle preventivas, entre elas, o uso da enxertia”, diz o pesquisador da APTA, José Carlos Cavichioli.
A morte prematura é atribuída à associação de fungos de solo, nematoides e bactérias, que atacam o sistema radicular e que se manifestam e dizimam rapidamente, causando a morte das plantas em plena fase produtiva. “O uso da enxertia tem sido a solução para o plantio em áreas com histórico da doença, locais em que as produções são inviabilizadas por conta dos fungos patógenos presentes no solo”, diz o pesquisador.
De acordo com Cavichioli, esta doença atinge todas as variedades comerciais de maracujazeiro azedo existente. “O que existe são algumas espécies tolerantes, como a Passiflora gibertii. É uma tecnologia de produção sustentável, sem agressão ao ambiente e que permite a convivência da cultura do maracujazeiro-amarelo em área com histórico da doença, viabilizando o cultivo em áreas antes condenadas”, diz o pesquisador.
Como resultado destas pesquisas, verificou-se que a espécie que apresentou melhor comportamento como porta-enxerto foi o Passiflora gibertii. Observou-se também que o melhor tipo de enxertia é o de garfagem do topo em fenda cheia, com pegamento de até 90%. Esta pode ser realizada quando as plantas apresentam idade por volta de 40 dias, e deve ser realizada de cinco a 10 cm da região do colo.
“Na Agrishow, nossos pesquisadores se aproximam ainda mais dos agricultores com o objetivo de transferir tecnologia para melhorar a renda e a vida no campo. O governador Geraldo Alckmin sempre nos orienta a aproximar a pesquisa do produtor rural, para melhorar a vida no campo”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O pesquisador alerta para que a técnica seja usada somente quando o solo for condenado e apresentar os fungos. “Em áreas com o histórico da doença, a produção de enxertado é maior, por não existir morte das plantas. Em condições normais, ou seja, em área sem histórico da doença, a produção de maracujazeiro enxertado é menor do que a sem enxerto”, diz.
Cerca de 40 produtores utilizam a tecnologia proposta pela APTA na Alta Paulista, região é responsável por 25% da produção de maracujá do Estado de São Paulo e que produz cerca de cinco mil toneladas de maracujá, por ano. “A tecnologia pode ser adotada em outras regiões do Estado e do País. A cultura do maracujá é interessante para a agricultura familiar, por oferecer o mais rápido retorno econômico, entre as frutíferas, e uma receita distribuída pela maior parte do ano”, afirma.
APTA apresenta tecnologia de produção integrada de peixes e hortaliças que pode ser usada no campo e na cidade
Aquaponia é adequada para cultivos urbanos, com a possibilidade de oferecer alimento fresco para os consumidores e restaurantes dos grandes centros
Fernanda Domiciano – Assessoria de Imprensa – APTA
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Unidade de Pesquisa de Pirassununga, da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA Regional), apresentará na Agrishow 2016 a aquaponia, sistema de produção integrada de peixes e hortaliças. Pesquisadores da APTA trabalham na introdução do sistema no Estado de São Paulo. Além de ser usada para melhorar a renda e a produção e diminuir o consumo de água no campo, as técnicas de aquaponia são ideias para quem quer produzir por meio de um novo conceito de produção de alimentos, os cultivos urbanos. A ideia é que os produtores urbanos abasteçam restaurantes e vendam aos consumidores alimentos frescos, de alta qualidade. A Agrishow será realizada de 25 a 29 de abril de 2016, em Ribeirão Preto, interior paulista.
A aquaponia é uma tecnologia que está sendo introduzida pela APTA no Estado de São Paulo. Com o sistema, é possível reduzir em até 95% a quantidade de água necessária para a produção de peixe e diminuir em 80%, ou até mesmo eliminar, o uso dos agrotóxicos aplicados nas hortaliças.
Segundo o pesquisador da APTA, Fábio Sussel, o sistema pode ser utilizado no campo e na cidade, podendo ser facilmente empregada nos grandes centros urbanos. “A oferta de alimentos frescos e de boa qualidade atende a uma demanda crescente de consumidores exigentes e donos de restaurantes, por exemplo. A forma de se produzir é a mesma. A diferença é que o produtor urbano precisará investir em tecnologia para oferecer um produto de qualidade diferenciada para este nicho de mercado”, afirma.
Para produzir nos grandes centros urbanos o produtor precisa vislumbrar uma oportunidade de mercado, como restaurantes e supermercados que querem disponibilizar um produto extremamente fresco aos consumidores. “Os peixes produzidos no sistema de aquaponia seriam muito interessantes, por exemplo, para os restaurantes japoneses”, afirma o pesquisador da APTA. Na aquaponia é possível produzir diversas espécies de peixes, como lambari, tilápia, pacu e pirarucu.
O segundo passo é pensar em um espaço adequado. “É possível produzir em galpões e até mesmo nos terraços dos prédios. Aliar a aquaponia com as tecnologias adequadas resultará em um produto diferenciado, de alto valor”, afirma Sussel. Entre as tecnologias citadas pelo pesquisador está a automação e o uso de técnicas de manejo recomendadas pela pesquisa para o cultivo de peixes e hortaliças.
A produção em grandes centros é comum em países europeus. O Brasil está começando a realizar esse tipo de sistema. Em algumas cidades, é possível encontrar mel produzido com abelhas sem ferrão, escargot e rã.
“A transferência de tecnologia, por meio de cursos e eventos, e em especial a Agrishow, é fundamental para melhorar a produção dos produtores rurais, aumentando a renda e diminuindo os custos de produção, uma orientação do governador do Estado de São Paulo, Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Entenda como funciona a aquaponia
No sistema aquapônico é possível produzir qualquer hortaliça de fruta ou folhas, além de outras espécies de plantas de valor econômico, como plantas aromáticas e medicinais. “Não há restrição quanto às espécies de peixes, desde que sejam adaptadas a condições de confinamento, como as trutas e as tilápias”, explica Fernando André Salles, pesquisador da APTA.
A ideia dos pesquisadores da Agência é introduzir o sistema em São Paulo, por ser um Estado bastante populoso e possuir demanda crescente por alimentos e por água. A tecnologia é utilizada em países como Estados Unidos, Canadá e Austrália. “A agricultura é uma atividade extremamente dependente de água para conseguir adequada produtividade de alimentos, o que acaba competindo com recursos hídricos com a população urbana. Qualquer técnica que consiga reduzir a quantidade de água na produção de alimentos é extremamente bem-vinda”, afirma Salles. O uso de lambari para o sistema também é interessante, já que 70% da produção nacional deste peixe abastecem o mercado paulista. O lambari é usado, principalmente, como isca viva na pesca esportiva.
O novo conceito de produção agrupa todas as vantagens da produção intensiva de lambari com a hidroponia, em que as plantas não têm contato com o solo e são cultivadas em água e/ou substrato, dentro de estufas. Neste ambiente, há diminuição na ocorrência de pragas e doenças e proteção de intempéries climáticas e ataques de aves. Os resultados são plantas com melhor qualidade e redução de até 80% no uso de agrotóxicos. Em alguns casos, o controle químico é totalmente dispensado.
A principal diferença entre o uso de lambari e de outros peixes é o tempo necessário para atingir tamanho comercial. O lambari precisa de três a quatro meses, enquanto espécies como a tilápia, precisam de oito meses. “O resultado, em termos de produção, é a possibilidade de ter maior número de ciclos ao longo do ano”, afirma o pesquisador da APTA, Fábio Sussel.
O pesquisador explica que a proteína presente na ração é metabolizada para formação do tecido muscular do peixe, porém, parte é excretada diretamente pelas brânquias dos animais na forma de amônia ou é perdida por meio das fezes. A amônia, mesmo em baixas concentrações, é tóxica para o peixe. “No sistema de produção aquapônica, a amônia presente na água passa por um filtro biológico onde ocorre a nitrificação, transformando-a em nitritos e em nitratos, este último produto, de baixa toxicidade para os peixes, é prontamente absorvido pelas plantas na produção hidropônica”, explica.
Além dos nitratos, a mineralização dos dejetos dos peixes fornece às plantas boa parte dos elementos necessários ao crescimento, como o fósforo, cálcio e ferro, entre outros. Com isso, não há a necessidade do uso intensivo de fertilizantes químicos.
A tecnologia pode ser utilizada por pequenos, médios e grandes produtores. Os pesquisadores da APTA trabalham em conjunto com técnicos de extensão da Coordenadoria de Assistência Técnica Integral (CATI) para fomentar e divulgar os resultados das pesquisas, que devem começar a ser disponibilizados em dois anos.
Instituto de Zootecnia seleciona animais que produzem leite com beta-caseína A2
Proteína pode não causar alergia, diabetes tipo 1 e doenças coronárias. Estudo é inédito no País com a raça Holandesa
Fernanda Domiciano – Assessoria de Imprensa – APTA
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), trabalha em pesquisa inédita para a seleção de rebanho leiteiro das raças Holandesa e Jersey apenas com animais que produzem leite com beta-caseína A2, proteína que não causa alergia e pode beneficiar portadores de diabetes e doenças coronárias. A pesquisa integra o programa Leite Mais, desenvolvido pelo Instituto para fomentar a produção leiteira no Estado de São Paulo. Na Agrishow 2016, o Instituto de pesquisa paulista apresentará seis bezerras, sendo duas da raça Holandesa, duas Girolanda e duas Jersey, no estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo. A Agrishow será realizada de 25 a 29 de abril de 2016, em Ribeirão Preto, interior paulista. O Instituto de Zootecnia é ligado à Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA).
O objetivo da pesquisa desenvolvida pelo IZ é selecionar, por meio do melhoramento genético, animais que transmitam a seus filhos o gene da beta-caseína A2, conseguindo um leite com maior valor agregado. A expectativa do instituto é disponibilizar em três anos, touros e matrizes com essas características aos pecuaristas, por meio de leilão.
Segundo o pesquisador, Anibal Eugênio Vercesi Filho, cerca de 80% das proteínas existentes na composição do leite são caseínas, sendo que deste total, de 25 a 35% são beta-caseína, produzidas por 13 genes diferentes. Os mais comuns são o beta-caseína A1 e A2. “A digestão da beta-caseína A1 no trato intestinal humano produz uma substância que pode estar relacionada a doenças coronárias e diabete tipo 1. A beta-caseína A2 não causa esses problemas, por isso, queremos selecionar animais com essa característica para disponibilizar aos pecuaristas”, afirma Vercesi Filho.
O exame para saber qual tipo de beta-caseína a vaca produz no leite é simples e semelhante ao realizado para confirmação da paternidade nos humanos. O IZ analisou 139 animais do rebanho da raça Holandesa. Do total, 110 produzem em seu leite os dois tipos de beta-caseína, 23 apenas a beta-caseína A2 e apenas seis a beta-caseína A1. “Estamos selecionando para inseminação artificial do rebanho apenas animais que transmitam aos seus filhos o gene beta-caseína A2. Com a utilização contínua desses reprodutores, teremos um rebanho formado apenas por matrizes que produzam leite com beta-caseína A2”, explica Vercesi Filho. Os pesquisadores esperam que em dez anos, o Instituto de Zootecnia tenha um rebanho exclusivo de animais com beta-caseína A2.
O IZ pretende oferecer ao mercado matrizes e reprodutores que por meio de sua genética auxiliem o pecuarista a melhorar a renda da sua atividade, com animais mais produtivos, saudáveis, longevos e aptos a produzem leite rico em nutrientes e de maior valor agregado.
No Brasil, a raça Gir Leiteiro é a base zebuína mais utilizada para a produção de vacas mestiças em cruzamento com a raça Holandesa. Vercesi Filho explica que a frequência do gene A2 na raça Zebu é de cerca de 90%, daí a importância da seleção dos animais da raça Holandesa.
“As pesquisas dos institutos ligados à Secretaria de Agricultura buscam desenvolver produtos e tecnologias que agreguem valor e promovam a saúde da população, uma recomendação do governador, Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Programa Leite Mais
O Instituto de Zootecnia trabalha, desde 2015, no programa de melhoramento genético Leite Mais, para rebanhos das raças Holandesa e Jersey. O objetivo é selecionar animais que produzam maior quantidade de proteína, menor contagem de células somáticas (CCS), relacionada à saúde da glândula mamária e melhor qualidade do leite para fabricação de produtos lácteos e vida produtiva mais longa.
Instituto de Pesca apresenta as linhas de consultorias tecnológicas e produtos à base de pescado durante Agrishow
Produtos produzidos à base de Carne Mecanicamente Separada poderão ser degustados pelo público. Tecnologia reduz em 30% desperdício
Leonardo Chagas – Assessoria de Imprensa – IP
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto de Pesca (IP-APTA), apresentará aos produtores tecnologias de processamento de pescado que resultam no desenvolvimento de produtos de valor agregado. A 23ª edição da Feira Internacional de Tecnologia Agrícola (Agrishow), acontecerá entre os dias 25 e 29 de abril, em Ribeirão Preto, interior paulista.
No espaço destinado ao IP dentro do estande da Secretaria de Agricultura e Abastecimento, haverá degustação de iscas e patês de pescado defumado, além de linguiça de tilápia à base de Carne Mecanicamente Separada (CMS) de pescado, desenvolvidos pela Unidade Laboratorial de Referência em Tecnologia do Pescado (ULRTP), do Instituto. A CMS, obtida por meio de equipamentos específicos que separam mecanicamente a carne do peixe de ossos, escamas e pele, resulta em matéria-prima para produtos com valor agregado.
“A possibilidade de obtenção de Carne Mecanicamente Separada (CMS) faz com que categorias de pescado pouco valorizadas sejam melhor aproveitadas, reduzindo em até 30% o desperdício de carne em comparação à técnica de filetagem, dependendo da espécie de peixe e seu tamanho, entre outros fatores. Vale ressaltar também o rendimento de até 70% de recuperação de carne da carcaça de tilápia, porção normalmente descartada.”, destaca a pesquisadora do IP, Cristiane Neiva. Estarão disponíveis para demonstração o medalhão, fish-steak e casquinha, produtos também a base de CMS de pescado.
O sucedâneo de caviar produzido com ovas de truta arco-íris, iguaria desenvolvida por pesquisadores do IP, em parceria com a Unidade de Pesquisa e Desenvolvimento de Campos do Jordão, também será apresentado ao público durante a feira.
O produto é uma opção ao caviar produzido com ovas de esturjão, espécie de em extinção, e se torna atrativo por suas características nutricionais similares às do caviar original, como alto teor de proteínas, ômega 3 e ômega 6, além de apresentar menor preço final ao consumidor. “O preço médio de 100 gramas do caviar importado chega a ser comercializada por até R$ 1.500,00 no Brasil. Em contrapartida, a mesma quantidade de caviar de truta arco-íris custa cerca de R$ 50,00. A diferença de valores é grande e torna o produto desenvolvido por nós uma alternativa muito atrativa”, afirma a pesquisadora do IP, Thaís Moron Machado.
Para os truticultores que buscam diversificar seus produtos, a atividade se torna rentável pelo baixo investimento para aqueles que possuem uma estrutura de processamento de pescado previamente existente.
“No estudo de viabilidade econômica que realizamos, foi possível constatar que o investimento do empreendedor que já possui essa estrutura gira em torno de R$ 42 mil, podendo ser recuperado em um ano.”, finaliza.
“São Paulo tem uma agropecuária diversificada. Nossas instituições de pesquisa têm soluções para os diversos segmentos do agronegócio praticado no Estado. Isso é fundamental para o Estado ser conhecido como a terra do conhecimento, uma orientação do governador Geraldo Alckmin”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Além da degustação e exposição de produtos, ainda serão expostos banners com informações sobre as linhas de consultorias tecnológicas do IP, como o banco de dados sobre pesca marinha e continental, análises de qualidade da água, produção de espécies de peixes marinhos e de água doce, parcerias entre o setor e a pesquisa, além da avaliação da qualidade do pescado e de seus produtos.
Plano de treinamentos em aplicação de agrotóxicos com segurança é fruto de parceria entre IAC e ANDEF
Por Carla Gomes (MTB 28156) – Assessoria de Imprensa – IAC
Uma parceria com o objetivo de desenvolver treinamentos direcionados à prática de aplicação de agrotóxicos no Brasil será firmada entre a Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio do Instituto Agronômico (IAC), e a Associação Nacional de Defesa Vegetal (ANDEF). A assinatura do documento será feita na Agrishow, que será realizada de 25 a 29 de abril de 2016, em Ribeirão Preto, interior paulista. O acordo prevê o desenvolvimento de um plano de treinamentos na área de tecnologia e segurança na aplicação de agrotóxicos. O início das atividades está previsto para julho deste ano.
A ação em tecnologia e segurança na aplicação de agrotóxicos será pioneira no teste de métodos e logísticas. O IAC é o responsável pela criação e execução do projeto, que se inicia com a participação da ANDEF, mas está aberto ao ingresso de outros parceiros, que poderão ser empresas e associações.
Segundo o pesquisador do IAC e executor do projeto, Hamilton Humberto Ramos, para o futuro, deve ser planejado um sistema eficaz de transferência de tecnologia para estruturar a habilitação de aplicadores no Brasil, com propostas como a do IAC, organizadas em diferentes estados. “O processo que precisamos seguir é semelhante ao do Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (INPEV), que começou como um projeto de reciclagem dentro da ANDEF e uma usina piloto, em Guariba, atualmente é um instituto com vida própria que organiza toda a estrutura de recolhimento de embalagens no Brasil e esse sistema é modelo para o mundo”, afirma o pesquisador.
Neste trabalho do IAC, serão realizados cursos teórico-práticos de nível avançado, com duração de 15 dias, sobre os temas ligados à tecnologia de aplicação e segurança no trabalho com agrotóxicos. Haverá também visitas técnicas a empresas ligadas à fabricação e teste de equipamentos de proteção individual (EPI), estações experimentais de desenvolvimento de agrotóxicos e empresas especializadas em ensaios de toxicologia. Para a fase inicial, são planejados estudos sobre seleção, uso e manutenção de EPI, tecnologia de aplicação para pequenas propriedades e as relações de trabalho previstas na NR 31, que disciplina sobre segurança e saúde no trabalho na agricultura, pecuária, silvicultura, exploração florestal e aquicultura.
“Adicionalmente, o IAC trabalhará para a constituição de conteúdos programáticos, materiais padronizados de treinamento e avaliação de agentes multiplicadores, bem como na elaboração de esquemas padronizados de estruturação física e financeira de outras ações de treinamento a serem desenvolvidas no Brasil”, afirma Ramos.
O público-alvo é composto por professores de universidades e colégios técnicos, extensionistas e instrutores das diversas instituições envolvidas na transferência de tecnologia. “O público são pessoas que ajam como agentes multiplicadores. Para isso, dependendo do curso, precisam ter pelo menos nível técnico, mas para outros poderá ser exigido nível universitário”, afirma Ramos.
O IAC responde pela equipe técnica que conduzirá os trabalhos e, quando necessário, serão convidados profissionais externos para compor o quadro de profissionais que atuarão nos cursos. “Os consultores “ad hoc” serão identificados e atuarão por curso, como forma de complementar o conhecimento já existente no IAC. Por exemplo, em um curso na área de segurança, conceitos de toxicologia são importantes e não temos isso no Instituto”, esclarece.
O IAC possui estrutura adequada para o treinamento, com laboratórios estruturados para as atividades relacionadas à tecnologia de aplicação e segurança, espaço para aulas práticas de campo, além da proximidade de áreas para visitas técnicas, estação experimental de empresas, fábrica de produtos e de EPI e empresas de teste.
Segundo Ramos, a aplicação de agrotóxico é uma área que desperta grande interesse da sociedade, principalmente em função da sua relação direta com alguns aspectos da sustentabilidade da agricultura, como a contaminação do ambiente, alimentos e trabalhadores, além dos custos sociais envolvidos nesse processo. “Quando esse assunto é abordado, quase sempre enfatizam o lado negativo de sua utilização e o agricultor aparece como o grande vilão da história, o que não é em absoluto a verdade”, explica.
De acordo com o pesquisador, o IAC tem trabalhado para mostrar que grande parte do problema vem do desconhecimento do trabalhador rural em relação ao tripé que compõe uma aplicação adequadamente realizada, composto por boa máquina, bem regulada e operada por trabalhador capacitado. Este conceito é amplamente trabalhado no Programa Aplique Bem, desenvolvido pelo IAC desde 2006, que já treinou 50.500 profissionais, em 22 Estados do Brasil e 812 municípios, até março de 2016.
Para o secretário de Agricultura e Abastecimento, Arnaldo Jardim, a melhoria da qualidade das aplicações de produtos fitossanitários passa, necessariamente, por uma melhor capacitação dos técnicos, produtores e trabalhadores envolvidos. “É assim que a ciência agropecuária paulista alcança positivamente a saúde da população, como orienta o governador Geraldo Alckmin”, afirma.
No Brasil, a capacidade total de treinamento de agricultores é de, aproximadamente, cem mil trabalhadores, considerando todas as instituições e projetos que têm a função de treinar, dentre elas o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), o IAC, por meio do Aplique Bem, e outros. Porém, estima-se que o universo a ser treinado é de dois milhões de aplicadores de agrotóxicos. Segundo Ramos, o tamanho do problema pode ser mensurado da seguinte forma: O Brasil tem 10% da população brasileira trabalhando na agricultura, isto é, cerca de 20 milhões de agricultores. Destes, 10% são aplicadores de agrotóxicos. “O Brasil precisa urgentemente começar a discutir um sistema eficaz de transferência de tecnologia ágil e eficiente”, avalia.
Para Ramos, apesar do relevante trabalho que vem sendo realizado por diversas entidades e empresas envolvidas no processo de transferência de tecnologia, observa-se uma falta de atualização técnica e metodológica de ensino por parte de professores, extensionistas e instrutores que atuam na transferência de tecnologias de aplicação de agrotóxicos e segurança do trabalhador em manipulação direta e indireta de agrotóxicos. “Estes treinamentos vivenciais podem ser considerados essenciais para melhoria da responsabilidade na aplicação de agrotóxicos no Brasil, gerando benefícios incalculáveis à agricultura brasileira e à saúde ocupacional e ambiental nas regiões agrícolas”, avalia.
APTA e Embrapa apresentam projeto de longa duração para realização de pesquisa e difusão tecnológica na Agrishow
Área de 44 hectares, dentro da Feira, terá foco no desenvolvimento e transferência de tecnologia em pecuária de corte e recuperação de pastagens
Fernanda Domiciano – Assessoria de Imprensa – APTA
Um projeto de longa duração para realização de pesquisas e difusão tecnológica na área da Agrishow será apresentado durante a 23ª edição da Feira, pela Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, por meio da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA), e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). O projeto prevê a participação da iniciativa privada. A Unidade de Referência Tecnológica em Integração Lavoura-pecuária-floresta (URT ILPF) terá foco no desenvolvimento e transferência de tecnologia em pecuária de corte e recuperação de áreas degradadas. Durante as dinâmicas da Agrishow 2016, os pesquisadores da APTA proferirão três palestras diárias sobre variedades de milho e produção de silagem e a tecnologia do Boi 7.7.7, desenvolvida pela Agência.
O projeto prevê a implantação do sistema de integração lavoura-pecuária-floresta em uma área de 44 hectares que ficará dentro da Agrishow até 2028 e será de responsabilidade da APTA, por meio de seus polos regionais e do Instituto de Zootecnia (IZ-APTA), e da Embrapa Meio Ambiente. O projeto total é estimado em R$ 3 milhões. A APTA e a Embrapa buscam parcerias com instituições privadas para a execução dos trabalhos.
O objetivo da parceria é gerar, consolidar e promover tecnologias para a produção de bovinos de corte nas fases de recria e terminação em sistemas integrados. A expectativa é que na área sejam apresentadas oportunidades de uso eficiente do solo, considerando a recuperação de áreas degradadas ou em degradação e a renovação de áreas canavieiras.
Os pesquisadores também querem mostrar aos produtores rurais a importância de incluir culturas anuais ou de ciclo longo em áreas exclusivas para pastagem. “A inserção de soja e eucalipto nessas áreas contribuem para a produtividade animal e vegetal, melhoria das condições do solo e sustentabilidade de sistemas de produção de carne. Com o sistema ILPF o produtor também diversifica sua renda. A URT ILPF servirá como uma vitrine tecnológica, em que o produtor poderá conhecer as novidades da pesquisa para melhorar sua produção”, afirma Renata Helena Branco, pesquisadora e diretora-geral do IZ.
A expectativa é que sejam avaliados na área sistemas de sucessão de culturas que incluirão soja para a produção de grãos e milho consorciado com capim para produção de silagem, inseridas em áreas de plantio de eucalipto e mogno africano.
Os sistemas de integração lavoura-pecuária-floresta (ILPF) e integração lavoura-pecuária (ILP) têm como vantagens a melhoria na qualidade da pastagem, o aumento do conforto animal, da conservação do solo e a diversificação da fonte de renda do produtor. O principal benefício é a recuperação de pastagem, essencial para fornecer os nutrientes necessários à alimentação animal e evitar processos de degradação, como a erosão. A Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo estima que 4,8 milhões de hectares de pastagens estejam em estágio mediano de degradação e outros 1,5 milhão em estágio avançado em todo o Estado de São Paulo.
O IZ iniciou, em 2015, o Programa de Produção Animal em Sistemas Integrados (Propasi) com o objetivo de desenvolver uma pecuária intensiva, com sustentabilidade ambiental e respeito ao bem-estar animal, nas unidades de Nova Odessa e Sertãzinho, interior paulista. O Programa já contempla alguns projetos financiados pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), com o objetivo de avaliar os diversos sistemas existentes, a influencia de diferentes tipos de plantios na produção de forragem, bovinos de corte e leite e os impactos no solo e nas emissões de gases de efeito estufa. Também é objeto de estudo avaliar a produção do capim-marandu e o desenvolvimento das árvores de mogno africano em cultivo exclusivo – padrões comerciais – e em sistema ILP.
Boi 7.7.7
Produzir mais, com melhor qualidade e em menor tempo é, provavelmente, o sonho de todo produtor rural. Mas a ampliação da competitividade requer planejamento e adoção de tecnologias. Com o objetivo de disponibilizar um novo sistema à agropecuária brasileira, o Polo Regional de Colina (APTA Regional) desenvolveu tecnologia inédita voltada à produção de gado de corte, chamada Boi 7.7.7. O nome se deve aos ganhos obtidos com o novo método: o animal alcança sete arrobas na desmama, sete na recria e outras sete na engorda, totalizando 21 arrobas no momento do abate. Este resultado é obtido em dois anos, no máximo. No sistema tradicional de produção são necessários, no mínimo, três anos para o animal atingir 18 arrobas. Além da produção precoce, a tecnologia pode aumentar em até 30% os lucros dos pecuaristas.
O sistema de produção será incorporado na área URT ILPF, na Agrishow. Os animais serão recriados a pasto com suplementação e terminados em sistema intensivo, de confinamento ou semiconfinamento. Os pesquisadores traçaram duas estratégias nutricionais para os animais: abate aos 20 meses e aos 24 meses.
“A tecnologia do Boi 7.7.7, desenvolvida pela APTA, gera ganhos para todo o setor agropecuário. É um conceito importante para quem produz, processa e consome carne bovina. A tecnologia está alinhada as orientações do governador Geraldo Alckmin, de melhorar toda a cadeia produtiva”, afirma Arnaldo Jardim, secretário de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
O sistema vem sendo adotado por produtores dos Estados de São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, Paraná e Rondônia, principais regiões brasileiras produtoras de gado de corte. A produção de bovinos com qualidade e em tempo 30% menor requer estratégia. “É necessário que sejam utilizadas diversas ferramentas para atingir esse resultado. O trabalho envolve, principalmente, manejo de pasto e suplementação alimentar”, explica Gustavo Rezende Siqueira, pesquisador da APTA.
Em uma produção normal, os pecuaristas precisam de três anos para fazer o giro — período entre o início da produção até o abate. Com a tecnologia da APTA, é possível fazer um giro e meio nesse período. Essa precocidade do sistema é importante para toda a cadeia pecuarista. “Tempo é dinheiro. Essa redução no tempo de permanência do animal no pasto aumenta em até 30% os lucros dos produtores”, afirma Resende. Apesar de os custos de produção ser maiores, os pecuaristas conseguem produzir mais em uma mesma área e ter produtos com qualidade superior para comercialização.
Na avaliação do coordenador da APTA, Orlando Melo de Castro, como entidade gestora e executora da pesquisa agropecuária é necessário nortear as ações a fim de atender às necessidades das cadeias de produção, que só podem ter êxito se tiverem seus produtos bem aceitos pelos consumidores. “No caso da pecuária, é necessário produzir considerando a qualidade exigida pelo mercado, a sanidade dos rebanhos e a viabilidade econômica, além de minimizar os impactos ao ambiente. Nesse cenário, a tecnologia do Boi 7.7.7 atende a todos os quesitos. É uma grande contribuição da APTA a um setor altamente relevante para a economia nacional”, avalia Castro.
Palestras
Durante a Agrishow 2016, os pesquisadores da APTA proferirão duas palestras diárias sobre os trabalhos da Agência na seleção das melhores variedades de milho para produção de silagem e sobre o Boi 7.7.7. As palestras serão proferidas entre às 9h40 e 12h e 14h e 16h30, junto com as dinâmicas.