01/06/2016 11h42 – Atualizado em 01/06/2016 11h42
A indústria química nacional tem no agronegócio significativa oportunidade para reverter seu déficit comercial, que beira a casa dos US$ 31,4 bilhões. É o que aponta estudo da Bain & Company, o qual indica investimentos em defensivos e em outros insumos derivados de matérias-primas agrícolas, como, por exemplo, celulose, soja e cana-de-açúcar, como um caminho a ser seguido para que o setor químico reduza a diferença favorável às importações em sua balança comercial.
Investimentos em commodities agrícolas podem reduzir diferença na balança comercial da indústria química, aponta estudo (Foto: Valtra)Investimentos em commodities agrícolas podem reduzir diferença na balança comercial da indústria química, aponta estudo (Foto: Valtra)
Segundo o relatório, para reverter esse quadro, a indústria química nacional precisa diversificar e enfatizar a produção de artigos de alto valor agregado, além de investir no desenvolvimento de novas tecnologias e ampliar a integração e a diversificação das cadeias de commodities já existentes. De acordo com o documento, muitos segmentos da indústria química – com destaque para os ligados ao agronegócio – oferecem oportunidades para que empresas brasileiras exerçam um papel mais relevante no mercado global.
Começando pelos defensivos agrícolas, o estudo ressalta que a forte demanda local, que é altamente suprida pelas importações, poderia ser abastecida por produção nacional, beneficiando tanto a indústria química quanto o segmento do agronegócio. Todavia, o relatório ressalva que devido ao ambiente regulatório ser difícil no Brasil, com o registro de novos defensivos podendo levar anos, os investimentos não saem do papel. A solução, pontua o documento, é o desenho de políticas públicas que deem celeridade ao processo de registro para produção de novos agroquímicos em território nacional, destravando assim os investimentos.
O estudo salienta, também, que outra rota que a indústria química deve investir é no ramo dos insumos de alto valor agregado produzidos a partir de fontes renováveis, como, por exemplo, advindos de biomassa agrícola, que tem elevada disponibilidade no Brasil. Este nicho de mercado, de acordo com o relatório, tem potencial para representar 10% da indústria química nacional até 2020, caso sejam investidos cerca de US$ 20 bilhões em novas tecnologias e processos. O documento destaca que estes insumos da química verde têm forte saída para os mercados de cosméticos, alimentício, combustíveis, indústria do tabaco, entre outros.
Fonte: Datagro