02/06/2016 11h06 – Atualizado em 02/06/2016 11h06
No dia 1º de junho é comemorado o Dia Internacional de Leite, um dos produtos mais versáteis e consumidos do mundo. Com uma produção que ultrapassa 500 milhões de toneladas, o Brasil ocupa a 5ª colocação no ranking mundial e Mato Grosso do Sul está posicionado no 15ª lugar. A informação divulgada pela Conab – Companhia Nacional de Abastecimento sobre as perspectivas da Agropecuária 2015/16 reforça a importância de investir na atividade, utilizando ferramentas como capacitação e assistência técnica.
Por intermédio de cursos e programas, o Senar/MS – Serviço Nacional de Aprendizagem Rural colabora para a profissionalização do setor, sendo que em 2015 foram oferecidos 3.617 qualificações focadas no correto manejo da atividade. Com orientação da metodologia de ATeG – Assistência Técnica e Gerencial, os números devem aumentar ainda mais, já que o modelo de gestão identifica e aponta em quais cursos o produtor deve participar.
Na avaliação da diretora-secretária do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS e coordenadora educacional do Senar, Terezinha Cândido de Souza, a bovinocultura de leite alcança maior número de produtores rurais, porém, ainda carece de apoio técnico. “O impacto da produção de leite no Estado pode melhorar ainda mais e cabe a nós, representantes do setor oferecer condições por meio de capacitações e orientação profissional. A cartela de cursos do Senar disponibiliza 11 opções de aperfeiçoamento que podem ser solicitadas via Sindicato Rural”, esclarece.
Outra iniciativa implantada em 2016 pela instituição foi o primeiro curso profissionalizante sobre Bovinocultura de Leite, oferecido na modalidade à distância. “A regional do Senar/MS e de Santa Catarina idealizaram o curso piloto com 200 horas/aula, gratuito e com objetivo de especializar profissionais das ciências agrárias em assistência técnica. Foram oferecidas 200 vagas divididas entre Campo grande e Dourados e a conclusão acontecerá ainda este mês”, acrescenta Terezinha.
Assistência Técnica na produção de leite – um programa inovador do Senar em funcionamento desde 2014 é o Mais Leite que tem a finalidade de estimular a atividade leiteira, com foco na capacitação e gestão da propriedade rural. A equipe técnica atende atualmente em Mato Grosso do Sul, 930 produtores em 34 municípios e demonstrou resultados expressivos na produção que cresceu 38,5%, enquanto que o aumento da renda das famílias atendidas superou 37%, somente no primeiro ano de atendimento.
Segundo a coordenadora do Mais Leite, Bruna Bastos, inicialmente foi realizado um diagnóstico socioeconômico com os produtores selecionados para identificação das principais necessidades. “Durante as primeiras visitas nossa equipe comprovou que ainda existe muita falta de informação e gerenciamento nas propriedades do Estado. A maioria dos produtores atendidos são oriundos da agricultura familiar que envolve todos os membros na mão de obra. Desta forma não existe uma separação do custo com a produção e os gastos pessoais, impactando diretamente no resultado final da lucratividade”, argumenta.
Apesar das dificuldades encontradas, o trabalho de orientação técnica e gerencial do Senar/MS está confirmando que manejo correto, investimento na alimentação e na genética dos animais podem ser planejados de acordo com a realidade de cada família. “É muito gratificante acompanhar o crescimento de cada produtor, ainda mais quando percebemos a vontade que eles demonstram em trabalhar de maneira assertiva. Nesses dois anos de atuação, temos muitas histórias de sucesso e realização pessoal para contar, tanto dos produtores quanto de nossos profissionais”, acrescenta Bruna.
Cenário atual da produção leiteira – O coordenador da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Leite em Mato Grosso do Sul, Rodney Guadagnin, analisa que a atividade leiteira, assim como outros segmentos agropecuários enfrenta o desafio de aumentar a produção, a fim de que o empresário rural possa garantir a lucratividade do negócio. “As margens de lucro estão cada vez mais reduzidas e neste sentido o Senar/MS vem colaborando ao oferecer aperfeiçoamento técnico e acompanhamento profissional. Na atualidade, o produtor tem acesso a vários sistemas de produção e pode adotar o que melhor se adequar as características de sua propriedade”, pontua o médico veterinário.
Guadagnin considera que o Estado possui condições favoráveis para aumentar a produção de leite, no entanto é preciso que o setor público esteja atento para as necessidades do sistema produtivo local. “Os produtores sul-mato-grossenses necessitam de uma política de desenvolvimento da produção leiteira para expressar o potencial produtivo. Temos características positivas como a capacidade de produzir forragem com qualidade e em grande quantidade. Além disso, a produção de grãos regional vem apresentando em todas as safras números positivos, o que impacta diretamente no preço dos insumos e nos dá condições de competitividade em relação a preços menores”, conclui.