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quarta-feira, 30 de outubro de 2024
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Embrapa Pantanal expande atuação pelo MS e outros estados brasileiros

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22/06/2016 11h13 – Atualizado em 22/06/2016 11h13

A Embrapa Pantanal concentra suas pesquisas no bioma que é a razão de sua existência. Frágil e cenário de uma rica biodiversidade, o Pantanal precisa ser explorado de maneira sustentável. Há mais de 40 anos a Unidade da Embrapa de Corumbá vem cumprindo o papel de fornecer conhecimento científico para manter o bioma conservado e, ao mesmo tempo, orientar a produção econômica nessa região.

Embora o foco das pesquisas seja o Pantanal, cada vez mais o conhecimento da equipe técnica que atua no bioma vem sendo demandado por outras regiões do país. Confira, a seguir, algumas das atividades de pesquisa e transferência de tecnologias que os pesquisadores da Unidade vem desenvolvendo em outras localidades.

Em Brasilândia (MS), localizada na faixa leste do Mato Grosso do Sul, o pesquisador Walfrido Tomás está testando protótipos de colar de GPS para monitoramento de animais silvestres, como cervos, queixadas, jacarés e veados mateiros. O mesmo teste está sendo desenvolvido no Pantanal, em Corumbá. “Estamos produzindo conhecimento sobre características da paisagem e seu uso pelos animais, o que pode dar suporte para ações ou políticas públicas voltadas à conservação, manejo ou recuperação de paisagens”, explicou o pesquisador.

Uma pesquisa de campo para monitoramento de javalis está sendo desenvolvida pela Embrapa Pantanal emRio Brilhante (MS). Guilherme Mourão, pesquisador do Laboratório de Vida Selvagem, disse que os animais estão sendo acompanhados por meio de colar de GPS e armadilhas fotográficas. “O objetivo é indicar formas de controle e prevenção sanitária”, afirmou.

A OIE (Organização Mundial de Sanidade Animal) está preocupada com a expansão descontrolada de javalis em várias partes do mundo. “Nesse contexto, o Mato Grosso do Sul deve estar preparado para responder às demandas e manter seu status de área livre da peste suína clássica, mantendo as exportações de carne suína”, concluiu Guilherme.

A pesquisadora Márcia Divina, da área de limnologia, tem atuado na usina de Porto Primavera, no município de Rosana (SP). “Finalizamos um teste para uso de equipamento ultravioleta para o controle de larvas do mexilhão dourado dentro da usina. Esse acompanhamento começou há dois anos e a finalidade é buscar tecnologias alternativas à química para controlar a disseminação do mexilhão.

A pesquisadora também vem orientando a equipe do Instituto de Pesca que atua no reservatório de Canoas, em Assis (SP), no rio Paranapanema. “É um estudo básico de controle do mexilhão na piscicultura, em tanques-rede”, explicou. O mexilhão dourado apareceu também no rio São Francisco, o que levou Márcia a colaborar na confirmação da introdução do molusco no reservatório de Sobradinho, que está localizado nos municípios baianos de Sobradinho e Casa Nova.

Em Jaciara (MT), junto com a pesquisadora Débora Calheiros, no âmbito do projeto Agrohidro (Macroprograma 1 da Embrapa), elas desenvolvem pesquisas que avaliam o transporte de nutrientes em áreas de produção e pastagens.

Aquicultura e pesca

Jorge Lara, Agostinho Catella e Emiko Resende estão empenhados em formalizar um convênio de cooperação técnica com o IFMS (Instituto Federal de Mato Grosso do Sul) de Coxim (MS). Vários encontros presenciais já aconteceram entre as duas equipes, inclusive com a troca de conhecimentos por meio de palestras. O foco da transferência de tecnologias e projetos deve ser a pesca e aquicultura.

Maringá (PR) tem sido destino razoavelmente frequente do pesquisador Jorge Lara desde a finalização do projeto Aquabrasil, em 2011. “O projeto acabou, mas a parceria continua. Temos formatado estudos sobre genes candidatos para o desenvolvimento da qualidade da carne com a UEM (Universidade Estadual de Maringá).”

Jorge Lara também integra a Câmara Setorial de Aquicultura do Estado de Mato Grosso do Sul e está participando de um mapeamento da aquicultura no Estado. Além disso, ele faz parte do Comitê Gestor do Portfólio de Aquicultura da Embrapa e atua regularmente na definição de oportunidades de P, D & I e para a definição do olhar da Embrapa e de sua política de transferência de tecnologias para o setor.

Agricultura familiar

Pesquisas sobre alimentação alternativa para galinhas poedeiras têm levado os pesquisadores Raquel Soares e Frederico Lisita a uma atuação expandida. Apenas nos últimos meses eles transferiram tecnologias para agricultores familiares das regiões de Dourados (MS) e Miranda (MS), sendo que nesse último o público contemplado foram os indígenas. Durante o 1º Agroecoindígena, representantes de várias aldeias acompanharam oficinas promovidas pelos dois pesquisadores e já solicitaram novas ações no município.

Pesquisas sobre as galinhas poedeiras também têm envolvido uma parceria com a Fundação Bradesco, emMiranda (MS), com estudos sobre o uso da moringa como suplementação alimentar.

Pecuária

A Embrapa Pantanal tem acompanhado com frequência os núcleos de criação de bovino pantaneiro nos municípios de Rio Negro, Guia Lopes da Laguna e Aquidauana (MS). “Atendemos a esses núcleos orientando sobre o manejo e acasalamento, escolhendo touros, congelando sêmen e verificando o desenvolvimento dos animais, além de articular projetos futuros”, comenta a pesquisadora Raquel Juliano.

Trata-se de um projeto de desenvolvimento, e não de pesquisa, desenvolvido em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Bovinos Pantaneiros, fundada em 2013. Pesquisas têm sido desenvolvidas pela UEMS (Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), no núcleo de Aquidauana.

O pesquisador Urbano Gomes Pinto de Abreu esteve recentemente em Tauá (CE) participando de uma análise de sistemas de produção de pequenos produtores por um projeto do Macroprograma 4 da Embrapa. Três localidades serão estudadas: Tauá, Juazeiro (BA) e Campo Grande (MS). Segundo ele, serão montadas URTs (Unidades de Referência Tecnológica) para se avaliar, principalmente, a transferência de tecnologias para pequenos ruminantes (caprinos, ovinos) e outros animais (galinhas, capotes, entre outros).

Neste mês, Urbano participou de painéis com produtores locais para avaliar quais deles vão montar as URTs. “Temos dados de 300 produtores de Tauá e estamos analisando os perfis deles. O projeto, liderado pela pesquisadora Lisiane Dorneles de Lima, pretende customizar as tecnologias de acordo com esses diferentes perfis.”

Bagé, no Rio Grande do Sul, é outro município para onde a Embrapa Pantanal está levando seu conhecimento. Os pesquisadores Urbano e Eriklis Nogueira participam do projeto PoloGen, liderado pela pesquisadora Bruna Sollero, em que farão análise de raças típicas do sul do país, em especial Hereford e Angus. “Faremos uma análise genética do que produzem lá. São raças que estão chegando ao Centro-Oeste, há exemplares em Campo Grande e no Pantanal”, comentou Urbano.

Em Nova Andradina (MS), o pesquisador Luiz Orcírio Fialho de Oliveira desenvolve estudos sobre a engorda de bezerros nascidos aqui no Pantanal e submetidos às avaliações feitas durante o projeto +Cria, coordenado por Eriklis. Essa nova etapa se chama +Precoce. Na Embrapa Gado de Corte (Campo Grande-MS) será desenvolvido o +Engorda, outra etapa do projeto.

“É um somatório de equipes que estuda a produção de bovinos precoces do nascimento até o abate integrando o Pantanal e o Cerrado”, afirmou o pesquisador. Em Campo Grande, ainda relacionado à primeira fase (+Cria), Orcírio vai analisar estratégias de suplementação de bezerros na pré-desmama e seus efeitos tanto na engorda do bezerro quanto na reconcepção das vacas considerando o período de nascimento (“bezerro do cedo ou bezerro do tarde”).

Também na capital de Mato Grosso do Sul, Orcírio vem desenvolvendo uma pesquisa que tem a intenção de auxiliar técnicos, produtores e indústrias nas estimativas de consumo de capim. Essa
investigação, iniciada em 2013 na Embrapa Pantanal, aponta a possibilidade de a substância Caulim ser um potencial indicador capaz de oferecer esta resposta. O trabalho é realizado em parceria com a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) e a Asbram (Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais).

Em maio, a pesquisadora Márcia Furlan desenvolveu uma série de atividades de transferência de tecnologias sobre sanidade equídea em Campo Grande. Ela está finalizando um projeto sobre AIE (Anemia Infecciosa Equina) e repassou muitas informações e orientações a veterinários durante capacitação na capital sul-mato-grossense.

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