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Com quebra de safra de milho, negociação com tradings é complexa

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30/08/2016 11h53 – Atualizado em 30/08/2016 11h53

A Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) voltou a manifestar preocupação com o cumprimento, por parte dos produtores, dos contratos para a safra de milho 2016. Em reunião realizada nesta quinta-feira, 25, em Cuiabá, na Comissão de Política Agrícola da associação, a entidade reforçou que continua a dar suporte aos produtores na negociação com tradings, mas que a “situação é complexa”, disse a Aprosoja, em nota.

“Visitamos as empresas para fazer um diagnóstico da situação dos cumprimentos de contrato e expressamos nossa preocupação para que não haja mais endividamento do produtor, especialmente porque é importante a estabilidade das relações comerciais entre compradores e originadores”, informou o coordenador da comissão, Emerson Zancanaro.

Problemas climáticos, especialmente na safrinha 2015/2016, ocasionaram expressiva quebra na colheita do cereal em vários Estados brasileiros. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) previu colheita total (safras verão e segunda safra) 19,1% menor no País em relação a 2014/15, com 68,47 milhões de toneladas. Pesquisa realizada pela Aprosoja, em parceria com o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), mostrou ainda que a expectativa inicial de 48% dos entrevistados era de colheita de 100 a 120 sacas por hectare no Estado. O resultado final, porém, foi de 26% dos produtores colhendo entre 50 e 80 sacas por hectare e 33% colhendo menos de 50 sacas por hectare. Além disso, houve 177,7 milhões de hectares abandonados em razão da baixa expectativa de produtividade, ou seja, 4% do total da área semeada.

Conforme a Aprosoja já havia comunicado em 19 de agosto, antes da reunião desta quinta, a entidade está elaborando um parecer jurídico padrão para dar suporte a ações individuais de produtores em contratos de “wash-out” com tradings (firmados pelo descumprimento total ou parcial da entrega do grão previamente adquirido pela empresa). A proposta da entidade é orientar sobre o valor da multa a ser cobrada pelas tradings e o prazo de pagamento.

A associação disse que tem tentado, ainda, explicar às tradings que alguns produtores rurais não conseguiram colher a safra de milho e, por isso, não têm o produto para entregar e cumprir os contratos. “O ideal seria que as empresas reavaliassem sua postura quanto a esses produtores que não conseguiram colher em um ano de condições climáticas atípicas”, completa o gerente de Política Agrícola da Aprosoja, Frederico Azevedo.

Fonte: Estadão Conteúdo

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