05/09/2016 11h43 – Atualizado em 05/09/2016 11h43
O mercado de frango vivo encerrou a semana com cotações pressionadas, após iniciar agosto com altas consecutivas. Nesta sexta-feira (02), o mercado registrou preços estáveis, porém no decorrer dos últimos dias diversas praças de comercialização registraram recuo. Nas exportações, agosto encerra com dados abaixo dos meses anteriores, mas em bom ritmo.
O levantamento semanal de preços realizado pelo economista doNotícias Agrícolas, André Lopes, aponta que a maior baixa ocorreu em São Paulo, com recuo de 4,62%. Com isso, a referência da praça é de R$ 3,10/kg.
Em Minas Gerais, a baixa de preço também foi expressiva na semana, recuo de 4,35% e negócios a R$ 3,30/kg. Já no Paraná e em Santa Catarina, as cotações cederam 1,67%, com referência de R$ 2,95/kg. No Rio Grande do Sul, os preços médios estão em R$ 3,00/kg, após a queda de 1,64%.
Para o analista da Safras & Mercado, Fernando Henrique Iglesias, as cotações perderam o fôlego na segunda quinzena, diante da demanda enfraquecida do período. “A perspectiva é de retomada do movimento de alta durante a primeira metade de setembro”, projeta.
Apesar disto, o resultado de agosto foi positivo ao mercado, registrando recuperação as margens, diante de custos de produção altos em todo o primeiro semestre do ano. Um dos fatores responsáveis pela retomada de preços no início do mês, foi a regulação da oferta de animais, atrelada a demanda aquecida do período e o feriado de Dia dos Pais.
“A exceção ficou com o Paraná, cuja oferta não se mostrou ajustada ao potencial de consumo, dificultando um movimento de alta mais consistente”, comenta.
No atacado, o mercado já começa a dar sinais de melhora com o início de setembro. Segundo a Scot Consultoria, a carcaça teve valorização de 7,1% em sete dias. “Foram registradas altas nos preços, visto uma maior procura do varejo, possivelmente para se antecipar ao fortalecimento nas vendas com o início do novo mês”, aponta o boletim.
Em entrevista ao Notícias Agrícolas, a pesquisadora do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), Camila Ortelan, explica que as recuperações registradas no início do agosto fizeram com que a carne de frango perdesse a competitividade diante da bovina. “A diferença entre a carne bovina e a de frango é uma das menores desde outubro de 2004”, acrescenta.
Mesmo com essa diferença, Ortelan acredita que o mercado não deve ter consequências negativas, visto que demanda pela proteína de frango é firme e segue como a opção mais barata à população.
Exportações
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) divulgou os resultados de embarques do mês de agosto na quinta-feira para a carne de frango in natura. Em 23 dias úteis, foram exportados 328,9 mil toneladas, com média diária de 14,3 mil toneladas.
Neste mês, os resultados voltaram a ficar abaixo do esperado para o período. Em relação aos embarques de julho houve um recuo de 6,6%, enquanto que em comparação ao ano passado, a queda foi de 12,9%.Em receita, as exportações somam US$ 532,4 milhões, com valor por tonelada em US$ 1.618,7.
Segundo informações da ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal), no cenário geral, os embarques estão positivos em 2016, mesmo com os recuos deste mês. Se for considerado todos os produtos (in natura e processados), foram embarcadas 2,993 milhões de toneladas até agosto, o que representa alta de 6,15% ao mesmo período de 2015.
“Verificamos que alguns grandes compradores da Ásia e Oriente Médio diminuíram os níveis de importação. Em sentido contrário, mercados como o Egito ajudaram a reduzir o impacto desta retração”, destaca o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, em nota.
Fonte: Notícias Agricolas