23/08/2018 16h18 – Atualizado em 23/08/2018 16h18
Às vésperas de tentar fechar um acordo com a Argentina, para avançar, pelo menos no aspecto regional, nas negociações agrícolas Mercosul-União Europeia – que se arrasta há quase 20 anos -, os ministros brasileiros têm hoje (23) uma conversa preparatória interministerial. A ideia é encontrar uma saída para proteger produtores de vinhos e lácteos nas trocas na região.
A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que disse que vai se reunir com Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e Eduardo Guardia (Fazenda). Segundo ele, o encontro de hoje deve definir a estratégia para uma conversa com autoridades argentinas, que está agendada para esta sexta-feira (24).
“Da parte agrícola, praticamente falta definição sobre vinhos e lácteos. Não tem uma proposta brasileira, mas os produtores de vinho não têm condições de ingressar em um mercado aberto sem salvaguarda”, defendeu o ministro. O risco, segundo ele, é de que essa cadeia quebre diante da indústria argentina, mais consolidada.
Maggi não comentou a intenção do país vizinho em manter uma taxação sobre o açúcar brasileiro. As negociações fizeram com que o ministro deixasse Curitiba, onde chegou na tarde de ontem (22) para participar do Fórum de Agricultura da América do Sul, mais cedo do que o previsto.
Carne
Na abertura da sexta edição do evento, que ocorre anualmente para discutir os desafios do setor, o ministro voltou a lamentar a perda brasileira da venda de carne suína para a Rússia e cobrou responsabilidade das empresas exportadores. Maggi lembrou que o Brasil tem cumprido as regras e trabalhado para a abertura de mercados, mas, lembrou, que a manutenção dessas parcerias comerciais não é do ministério.
“Cabe ao ministério fiscalizar e cabe às empresas a responsabilidade de fazer a coisa certa”, cobrou. No mês passado, a Rússia suspendeu a compra do produto, fechada com a BRF, após detectar a presença de um aditivo não permitido pelo país, a ractopamina, em um carregamento de carne.
“Quando tem alguém no meio do processo que não entendeu que todos somos responsáveis, começamos a ter problema. Fizeram um acordo privado que a iniciativa privada não cumpriu. Não é o governo. O grande desafio na produção de carnes e derivados vem da responsabilidade de cada um de nós. O tempo do jeitinho não existe mais. Se alguém tentar, nós mesmos, produtores e cooperativas, temos que alijar do processo”, advertiu Maggi.
Esta é a sexta edição do Fórum de Agricultura da América do Sul que ocorre na capital paranaense. O tema central dos debates e mesas redondas, que têm uma lista de 40 palestrantes nacionais e internacionais, é discutir o uso de tecnologias no campo que podem impulsionar a produção regional. Entre falas que transcorreram ao longo da manhã, especialistas reiteraram o papel de celeiro dos países da América Latina e destacaram o momento de tensões comerciais entre grande players, como a que foi trava entre os Estados Unidos e a China. Para muitos, esses impasses podem servir para que o Brasil e outros países da região ganhem mais espaço no comércio global do agronegócio.
Fonte: Agência Brasil
Às vésperas de tentar fechar um acordo com a Argentina, para avançar, pelo menos no aspecto regional, nas negociações agrícolas Mercosul-União Europeia – que se arrasta há quase 20 anos -, os ministros brasileiros têm hoje (23) uma conversa preparatória interministerial. A ideia é encontrar uma saída para proteger produtores de vinhos e lácteos nas trocas na região.
A informação foi confirmada pelo ministro da Agricultura, Blairo Maggi, que disse que vai se reunir com Aloysio Nunes (Relações Exteriores), Marcos Jorge (Indústria, Comércio Exterior e Serviços) e Eduardo Guardia (Fazenda). Segundo ele, o encontro de hoje deve definir a estratégia para uma conversa com autoridades argentinas, que está agendada para esta sexta-feira (24).
“Da parte agrícola, praticamente falta definição sobre vinhos e lácteos. Não tem uma proposta brasileira, mas os produtores de vinho não têm condições de ingressar em um mercado aberto sem salvaguarda”, defendeu o ministro. O risco, segundo ele, é de que essa cadeia quebre diante da indústria argentina, mais consolidada.
Maggi não comentou a intenção do país vizinho em manter uma taxação sobre o açúcar brasileiro. As negociações fizeram com que o ministro deixasse Curitiba, onde chegou na tarde de ontem (22) para participar do Fórum de Agricultura da América do Sul, mais cedo do que o previsto.
Carne
Na abertura da sexta edição do evento, que ocorre anualmente para discutir os desafios do setor, o ministro voltou a lamentar a perda brasileira da venda de carne suína para a Rússia e cobrou responsabilidade das empresas exportadores. Maggi lembrou que o Brasil tem cumprido as regras e trabalhado para a abertura de mercados, mas, lembrou, que a manutenção dessas parcerias comerciais não é do ministério.
“Cabe ao ministério fiscalizar e cabe às empresas a responsabilidade de fazer a coisa certa”, cobrou. No mês passado, a Rússia suspendeu a compra do produto, fechada com a BRF, após detectar a presença de um aditivo não permitido pelo país, a ractopamina, em um carregamento de carne.
“Quando tem alguém no meio do processo que não entendeu que todos somos responsáveis, começamos a ter problema. Fizeram um acordo privado que a iniciativa privada não cumpriu. Não é o governo. O grande desafio na produção de carnes e derivados vem da responsabilidade de cada um de nós. O tempo do jeitinho não existe mais. Se alguém tentar, nós mesmos, produtores e cooperativas, temos que alijar do processo”, advertiu Maggi.
Esta é a sexta edição do Fórum de Agricultura da América do Sul que ocorre na capital paranaense. O tema central dos debates e mesas redondas, que têm uma lista de 40 palestrantes nacionais e internacionais, é discutir o uso de tecnologias no campo que podem impulsionar a produção regional. Entre falas que transcorreram ao longo da manhã, especialistas reiteraram o papel de celeiro dos países da América Latina e destacaram o momento de tensões comerciais entre grande players, como a que foi trava entre os Estados Unidos e a China. Para muitos, esses impasses podem servir para que o Brasil e outros países da região ganhem mais espaço no comércio global do agronegócio.
Fonte: Agência Brasil