23/08/2018 16h16 – Atualizado em 23/08/2018 16h16
Mercado do café não leva em conta que apesar da safra recorde deste ano, o número de 60 milhões de sacas é suficiente para atender exportação e consumo interno que devem demandar respectivamente, 35 e 23 milhões de toneladas
Eduardo Carvalhaes, analista de mercado do Escritório Carvalhaes, conversou com o Notícias Agrícolas nesta quinta-feira (23) a respeito do mercado do café, que enfrenta um momento crítico no qual as cotações atingiram o marco de US$1,00/lb.
Ele destaca que há tempos não há uma situação política e econômica no Brasil como a vigente. O país, enquanto maior exportador de café do mundo e segundo maior consumidor, influencia diretamente nos números, mas deve ficar sem estoques. Além disso, a próxima safra será de ciclo baixo.
Carvalhaes diz acreditar em um “jogo de cena”, já que o consumo está em alta não somente no Brasil, mas no mundo todo. Países como Índia e China estão aumentando o consumo da bebida. Os principais operadores estarão em férias durante o mês de setembro, pensando no abastecimento do hemisfério norte para o inverno.
Os cafeicultores brasileiros, entretanto, ainda têm o agravante dos preços do mercado físico, que não remuneram o custo de produção em alta. A diferença dos ganhos está na qualidade. O custo do frete do café prejudica bastante também. “Tudo isso ajuda a deixar ainda mais nebulosos os próximos tempos”, salienta Carvalhaes.
O conselho que o analista dá para os cafeicultores neste momento é de vender a safra aos poucos e pensar nas perspectivas do próximo ano para tomar suas decisões.
Fonte: Notícias Agrícolas