20/11/2018 09h05 – Atualizado em 20/11/2018 09h05
Roberto Castello Branco, indicado por Paulo Guedes, afirmou ser cotra a política de controle de preços dos combustíveis
O futuro presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, anunciado nesta 2ª feira (19), afirmou em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo ser a favor do livre mercado e não do controle de preços dos combustíveis, como ocorreu na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).
Desde 2016, os valores dos combustíveis comercializados nas refinarias da estatal acompanham a variação do dólar e do preço do petróleo no mercado internacional. A política de reajustes foi um dos principais alvos durante a greve dos caminhoneiros, ocorrida em maio de 2018.
Castello Branco defendeu que a estatal terá de concentrar esforços em atividades que tem competência para fazer –destacou as áreas de exploração e produção de petróleo.
“A Petrobras desenvolve outras atividades que não são naturais e que não atraem retorno. O melhor exemplo disso é a distribuição de combustíveis. A estatal ainda é dona da BR Distribuidora. A BR é uma cadeia de lojas, no fim das contas”, disse.
Indicado por Paulo Guedes para o cargo, Castello Branco afirmou que avaliará a continuidade do programa de desinvestimentos da petroleira e defendeu a venda da Liquigás. A Petrobras tentou vender a distribuidora de gás para o grupo Ultra, mas a operação foi barrada pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica).
O futuro presidente da estatal disse que dará continuidade à redução do endividamento da empresa e defendeu um mercado competitivo no setor de óleo e gás. Castello Branco afirmou ainda que o monopólio de 98% na área de refino de petróleo detido pela Petrobras poderá ser revisto.
“Além das medidas de compliance, a competição é o melhor remédio contra corrupção. A corrupção tem oportunidade de se manifestar onde existe monopólio: nos preços, nas relações políticas, pelos favores. Para a Petrobras, a competição será um antídoto permanente contra esse tipo de coisa que a sociedade não tolera mais”, afirmou.