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quarta-feira, 27 de novembro de 2024
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Quarentena reduz drasticamente demanda por suínos nas principais praças produtoras

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30/03/2020 19h28 – Atualizado em 30/03/2020 19h28

Por: Gazeta do Campo

Na semana passada (22/03 a 28/03), quando o período de quarentena começou a valer oficialmente em vários estados do Brasil, o setor da suinocultura já começou a sentir os efeitos da ruptuda da demanda, devido ao fehcamento de escolas, restaurantes, lanchonetes, hotéis e demais serviços de alimentação. Ainda na semana passada, suinocultores independentes em São Paulo e Minas Gerais não conseguiram fechar negociação com frigoríficos devido à queda na produra. Em Santa Catarina, também houve dificuldade na comercialização, acompanhada por queda nos preços.

Bolsas de suínos fecham sem negociação por falta de demanda em meio a Covid-19

De acordo com o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (ACSURS), Valdecir Folador, a questão tem afetado principalmente os produtores independentes e os pequenos e médios frigoríficos.

“O que a gente tem conversado com produtores aqui, principalmente os que stão fora da integração, e com os pequenos e médios frigoríficos, é que há uma dificuldade na agroindústria para escoar a produção”, disse Ele explica que estes pequenos e médios frigoríficos, geralmente, atendem exclusivamente o mercado doméstico e possuem um portifólio menor de produtos, e sentem mais os efeitos do isolamento social em linha. “Os que atentem o mercado externo sofrem menos com a atual situação, já que as expoetações estão aquecidas”, disse.

“Estes estabelecimentos reduziram para essa semana de froma drástica a compra de animais, e somado às vendas interestaduais, foi uma queda de até 70% do volume de vendas desses suinocultores esta semana”, explica Folador.

Os preços do quilo do suíno vivo no Rio Grande do Sul também caíram, devido à maior oferta de animais. Na semana passada, a queda no valor foi de R$ 0,08, passando de R$ 5,50 (cotação do dia 20 de março), para R$ 5,42, valor cotado no último dia 26.

Itamar Canossa, presidente da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso, explica que as oscilações no mercado de suínos ocorridas em São Paulo e no sul do país chegam no estado com certo atraso, cerca de uma semana. Segundo ele, a redução dos preços já começou a ser percebida, mas não da forma drástica como em outros etsados.

“A gente percebe que essa semana começou a ter um recuo no preço ofertado ao produtor, e aqui no Mato Grosso são quase todos independentes. Apesar de termos visto uma queda nos preços não tão significativas, temos a previsão de que vai cair mais um pouco”, disse.

Na última semana, houve uma queda de R$ 0,10 no preço do quilo do suíno em Mato Grosso, passando de R$ 4,48/kg (preço do dia 24), para R$ 4,48 no dia seguinte.

Ele cita, além do recuo da demanda por causa do fechamento de escolas, serviços de alimentação e hotéis, a incerteza dentro da casa das famílias em relação à situação financeira. De acordo com Canossa, muitas pessoas estão em casa, sem trabalhar, e como não sabem como ficará a situação dos empregos, acabam também economizando nas compras.

“Existe também uma situação inusitada em que o frigorífico tem estoque, tem demanda, mas com a atual situação e as incertezas na economia, fica com medo de vender e levar calote”, disse.

PROBLEMAS DESDE A SEMANA PASSADA

Em São Paulo e em Minas Gerais, suinocultores independentes não conseguiram entrar em acordo de comercialização de animais com os frigoríficos. No caso de São Paulo, o quilo do animal vivo ficou sem preço de referência, enquanto em Minas Gerais, preço de venda sugerido pela Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais (ASEMG) na quinta-feira (26) foi de R$ 5,20/kg para o animal vivo. No dia anterior, o preço era de R$ 5,40/kg, o que significa que houve um recuo de 3,70%.

Da mesma forma, em Santa Catarina, houve dificuldade na comercialização de suínos para abate e de escoamento da produção da agroindústria. Segundo o suinocultor e proprietário de um frigorífico no estado, Marcos Spricigo, câmaras frias da indústria estão lotadas, já que a falta de demanda impede o escoamento da produção, e as granjas enfrentam a falta de procura por animais para abate.

“Vimos clientes preocupados, sem querer fazer pedidos, alegando falta de demanda. Em entrega de carcaça suína em Curitiba (PR), teve situação de clientes sérios, fidelizados, devolvendo porque estão sem condição de passar para frente, mesmo refazendo os preços”, disse.

O preço de comercialização do suíno vivo em Santa Catarina na última quinta-feira (26) era de R$ 5,37/kg, queda de R$ 0,28 em relação ao dia anterior, o que representa redução de 4,96%.

Por: Alexandrozinho

Fonte: Notícias Agrícolas

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