02/09/2020 18h52 – Atualizado em 02/09/2020 18h52
Por: Gazeta do Campo
Os preços da soja reverteram as baixas registradas no início do dia, começaram a subir no início da tarde e encerraram a quarta-feira (2) com boas altas na Bolsa de Chicago. As altas já se repetem por oito pregões consecutivos e ficaram entre 7,25 e 8,25 pontos nos principais vencimentos, trazendo as posições a superarem novamente os US$ 9,60 nos primeiros contratos e os mais distantes, os US$ 9,70.
Assim, o novembro/20 fechou a sessão com US$ 9,62 por bushel, enquanto o março foi a US$ 9,69 e o maio/21 a US$ 9,72.
O mercado passou por uma realização de lucros diante do recente avanço, porém, voltou a se ater a seus fundamentos. “O fôlego do mercado para continuar as altas vai depender do clima nos EUA e até onde vai a deterioração da safra americana e do apetite comprador”, explica Camilo Motter, economista e analista de mercado da Granoeste Corretora de Cereais.
E para entender essa deterioração, o mercado segue monitorando as condições climáticas dos EUA, que ainda permanecem desfavoráveis em partes do Corn Belt, e assim se prepara para o novo boletim mensal de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que chega no dia 11 de setembro.
A ansiedade dos traders e dos fundos começou mais cedo este mês para o relatório mensal depois de um agosto de adversidades para os campos americanos.
Na outra ponta da oferta, o mercado acompanha ainda a movimentação da demanda, que inclusive vem se fortalecendo internamente nos EUA. Ainda como explicou Motter, há um consumo maior de farelos e óleos no mercado doméstico americano, puxando o esmagamento no país também fortalecendo as cotações da oleaginosa na CBOT.
MERCADO BRASILEIRO
Enquanto isso, o mercado brasileiro marca mais dias de disputa intensa pela pouca soja disponível entre indústria processadora e exportações, mas de negócios pontuais e, ao menos por enquanto, limitados pelos elevados percentuais de vendas antecipadas. Segundo analistas, o plantio 2020/21 deve começar com perto de 60% da safra já comercializada.
Assim, os preços permanecem muito firmes no Brasil ao se observar portos ou interior do país. As referências seguem acima dos R$ 130,00 para o produto disponível, com o terminal de Paranaguá encerrando o dia em R$ 133,00 par a soja spot. No indicativo de fevereiro de 2021, são R$ 118,00 de referência. Em Rio Grande, foram, respectivamente, R$ 130,00 e R$ 116,00 por saca.
Por: Alexandrozinho
Fonte: Notícias Agrícolas