17/09/2020 15h11 – Atualizado em 17/09/2020 15h11
Por: Gazeta do Campo
No estado do Mato Grosso, os produtores rurais estão sendo prejudicados com os incêndios às margens das rodovias e pedem por medidas de limpeza em áreas que são mais propensas a pegar fogo. Todos os anos ocorrem casos de falta de limpeza nas estradas, mas neste ano os casos têm aumentando e o clima seco tem contribuído para incêndios.
De acordo com o Produtor Rural de Nova Mutum/MT, Lucas Costa Beber, “as concessionárias das rodovias têm obrigação de limpar apenas 4 metros à beira das estradas. “As empresas realizam a limpeza quando tem muita matéria orgânica e acaba passando veículos que jogam bituca de cigarro e ataca atingindo as propriedades. Além disso, estamos com uma umidade relativa do ar menos de 12% e com vento muito forte”, alerta.
Neste período os produtores rurais já realização a adubação do solo para o plantio da soja, mas quando ocorre um foco de queimada destrói todos os nutrientes do solo. “Na adubação são utilizados ingredientes que fazem parte dos grandes custos de uma lavoura, como o potássio e enxofre. Em altas temperaturas, esses ingredientes acabam evaporando e perdemos esse adubo”, informa.
O produtor ainda esclarece que o fogo é muito prejudicial à produção agrícola, por isso que o setor abomina focos de incêndio. “Uma área que foi queimada demora até cinco anos para recuperar os nutrientes do solo e o agricultor tem outras ferramentas para controlar pragas e doenças, justamente para não precisar queimar parte da propriedade”, afirma.
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Medidas para a Prevenção
Quando não existia concessão das rodovias, os produtores rurais plantavam até as margens das estradas. “O produtor que era responsável por manter a área limpa, mas hoje não pode realizar esse serviço já que não pode mais realizar o plantio a beira da rodovia”, comenta.
Caso um agricultor decida semear a beira da rodovia acaba sendo notificado para suspender o trabalho. “O que falta é informação ao produtor rural, mas a empresa que cuida das rodovias soltou uma nota relatando que a limpeza das áreas pode ser realizada mediante a autorização”, destaca.
Beber aponta que quando ocorre um foco de incêndio o produtor rural precisa provar que não foi que colocou. “Quando acontece um incêndio, eu preciso realizar um boletim de ocorrência, chamar o bombeiro e abrir uma ata notarial para me defender e não ser multado”, ressalta.
COMUNICADO AOS PRODUTORES RURAIS LINDEIROS À BR-163
A Concessionária Rota do Oeste informa que os produtores rurais que possuem propriedades às margens da BR-163, em Mato Grosso, não são proibidos de roçarem as áreas entre as cercas e o bordo da pista como forma de prevenir queimadas. A informação equivocada foi veiculada por meio de vídeos em aplicativos de mensagens nesta quarta-feira (16.09).
Portanto, em atenção ao momento crítico para este tema que o Estado atravessa, aproveitamos para reforçar que, para obter a autorização, basta ao representante da propriedade uma comunicação simples, que pode ser feita de duas formas: por meio de contato telefônico (65) 3056-9212 e (65) 9 9619-8157 ou solicitação preenchida, assinada e encaminhada (clique aqui para baixar o modelos do documento) ao e-mail [email protected] . A autorização é concedida em até 24 horas.
A Rota do Oeste segue realizando toda a atividade de roçada na faixa de domínio atendendo aos parâmetros exigidos pelo contrato (quatro metros a partir do bordo da pista e até 30 centímetros de altura da vegetação), mas aproveita para esclarecer que este serviço é padrão em âmbito nacional e tem como foco a segurança viária e não o controle de queimadas.
Em paralelo, mesmo sem ter como obrigação contratual, todos os anos a Concessionária auxilia diretamente o Corpo de Bombeiros no combate a princípios de incêndios às margens da rodovia. A empresa conta com 5 caminhões-pipa, além de profissionais treinados e equipados com abafadores que percorrem o trecho sob concessão 24 horas por dia. Em casos de grande proporção, a empresa trabalha em contato direto com o Corpo de Bombeiros. Nos meses de julho e agosto, 188 casos de incêndios foram controlados com apoio dos profissionais da Rota do Oeste.
Por: Alexandro Santos
Fonte: Notícias Agrícolas