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Óleos Vegetais: Rally global dos preços continua e óleo de soja marca máximas em 10 anos na China nesta 2ª feira

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25/10/2021 21h57 – Atualizado em 25/10/2021 21h57

Imagem: Gazeta do Campo

O complexo de óleos vegetais voltou a chamar a atenção pelos preços e estoques globais apertados nos principais países produtores nos últimos dias. Mais uma vez, o óleo de palma é o que se destaca e a Malásia, segundo noticiou a Bloomberg nesta segunda-feira (25), caminha para sua mais fraca safra de palma em cinco anos. De acordo com a Malaysian Palm Association, a produção do país poderia cair a menos de 18 milhões de toneladas este ano, número que representaria, se confirmado, uma baixa de 6% em relação ao ano passado e e o menor volume anual desde 2016.

E não só as baixas produtividades são responsáveis pela queda na produção, mas também um dos piores momentos de escassez de mão-de-obra pela qual passa o país, que é o segundo maior produtor do derivado, ficando atrás apenas da Indonésia.

“Mesmo antes da pandemia, já tínhamos falta de trabalhadores, principalmente colhedores, mas nunca foi tão ruim. A escassez está piorando a cada mês. Esta é uma crise histórica de trabalhadores e está causando o pior déficit de produção em vários anos”, disse o presidente da associação malaia, Nageeb Wahab, à agência internacional de notícias. Na última sexta-feira (22), o primeiro-ministro da Malásia, Ismail Sabri Yaakob, afirmou que a nação permitirá a entrada dos trabalhadores totalmente vacinados que vierem de fora, mas quantos e em que data são detalhes ainda não definidos e informados.

PALMA

Produção de óleo de palma em queda na Malásia – Gráfico: Bloomberg + MPOB
As preocupações atuais se unem a projeções que também são desfavoráveis para o setor, uma vez que o rendimento menor dos campos de palma na Malásia deverão ser ainda baixos no primeiro trimestre de 2022. A produção poderia melhorar no segundo trimestre do ano que vem, no entanto, dependendo ainda dos trabalhadores – incluindo os 32 mil estrangeiros que atuam no setor – sendo permitidos de entrarem no país, ainda de acordo com Wahab.

O representante da associação afirma ainda que este cenário não só promoveu a diminuição da produção, como também não permitiu que os produtores pudessem participar do rally que os preços do óleo têm registrado neste ano. “Perdemos o barco”, disse à Bloomberg. A indústria está perdendo entre 20% e 30% do potencial de produção este ano e perderá, aproximadamente, US$ 4,8 bilhões em receita.

ÓLEO DE SOJA

Nesta segunda-feira, os preços do óleo de soja marcaram suas máximas em uma década na China, refletindo estoques bastante apertados e uma demanda robusta. A movimentação entre os preços do derivado deram espaço a uma melhora – que já vem acontecendo há algumas semanas – das margens de esmagamento da oleaginosa no país. Desde o meio de junho, os futuros do óleo acumulam uma alta de 30% na Bolsa de Dalian em seu contrato mais negociados.

“As margens de esmagamento estão se recuperando, principalmente, graças aos crescentes preços do óleo de soja. Enquanto os preços dos suínos estão próximos de níveis mais baixos, a demanda por farelo não está tão forte e, assim, os processadores buscam garantir seus lucros no mercado do óleo”, explicou à Reuters Internacional, Teng Hao, analista agrícolada consultoria Mysteel.

Na província de Shangdong, uma das maiores no esmagamento de soja da nação asiática, as margens são as melhores desde março.

Ainda sobre a China, os analistas internacionais acreditam que a demanda por óleos vegetais não se restringe somente ao consumo humano, mas que deverá ser maior e mais intensa também a medida que será utilizada como combustível para os mecanismos de aquecimento com a chegada do inverno. Além disso, lembram que em função da crise energética vivida pelos chineses reduziu o processamento em diversas plantas do país.

“Os estoques de óleo de soja estão baixos em praticamente todas as plantas de esmagamento e podemos passar por uma falta de produto durante esta segunda metade do ano”, explicou o gerente de uma processadora que possui plantas em diversas partes da China.

Os estoques semanais de óleo de soja chineses eram, até o último dia 15, de 933,8 mil toneladas, 0,5% menores do que os da semana anterior e 14,5% mais baixos na comparação anual, ainda segundo a Mysteel consultoria. E a tendência é de que estas reservas permaneçam apertadas ao observar-se o ritmo das importações de soja pela nação asiática em outubro e o que se enxerga para novembro.

“O lucro obtido com o óleo de soja tem estado tão bom agora que eu acredito que os esmagadores querem processar, produzir e vender quanto possam. No entanto, isso significa que os estoques de farelo de soja deverão subir”, voltou a dizer o executivo da indústria.

Na Bolsa de Chicago, os futuros do óleo de soja fecharam o pregão desta segunda-feira com ganhos de quase 2% entre as posições mais negociadas. O contrato dezembro terminou o dia com 63,14 cents de dólar por libra-peso. E as altas fortes do derivado ajudaram a dar espaço ao grão, que também subiu na CBOT e fechou a sessão com altas superiores a 15 pontos nas posições mais negociadas.

CANOLA

Além do óleo de palma – responsável pela liderança nos preços dos óleos vegetais – outro que chama a atenção é o óleo de canola. A safra no Canadá, maior produtor mundial, sofreu severamente com o clima adverso, em especial uma onda de calor muito agressiva, e assim a produção do subproduto também ficou bem aquém do que o inicialmente esperado. Assim, em maio, os preços do derivado de canola marcaram sua máximas em 13 anos.

A produção canadense de canola deste ano é a menor também em 13 anos, o que justifica as máximas nos preços da matéria-prima e do derivado – e tem forçado importadores tradicionais como Japão e México a buscarem fornecedores alternativos. De acordo com dados da Canadian Grain Association, o Canadá exportou 71% menos canola entre 1º de agosto e as primeiras sete semanas do novo ano safra.

Os preços da tonelada da canola já são 70% mais altos do que há um ano entre os futuros negociados na ICE. Todavia, os produtores – assim como se dá no óleo de palma – não conseguem aproveitar os recentes rallies diante da falta de oferta.

ESTOQUES LIMITADOS NA ÍNDIA

Na Índia, um dos maiores importadores mundiais de óleos vegetais, o governo estuda a implementação de uma medida de imposição de limites de estoques de óleos comestíveis e de oleaginosas em 18 estados, às vésperas do Festival Diwali. Comemorado em 4 de novembro, este é um dos maiores festivais indianos e onde a demanda aumenta de forma considerável.

O objetivo é de alguma forma ajudar a controlar os elevados preços do derivado, que testam suas máximas em múltiplos anos, complementando outras medidas já tomadas pelo governo local como forma de tentar conter a disparada forte nos preços dos alimentos de uma forma geral. Aprovados, os limites valerão para varejistas, atacadistas ou comerciantes, e a ordem será para que não mantenham estoques em excedendo suas necessidades para dois meses de sua capacidade de armazenamento.

Pela sexta vez desde oito meses, no início de outubro, o governo da Índia reduziu a tarifa de importação de óleos comestíveis, como mais uma forma de mitigar os efeitos do atual momento. Estão na lista os óleos de palma, soja e girassol, com alíquota reduzida, ao menos, até março de 2022.

Com todas as atitudes já adotadas pelas autoridades indianas, os preços dos óleos comestíveis, no varejo, já apresentaram baixas tímidas de 1% a 3% desde o último dia 21. Todavia, ao serem comparados com 2020, os preços apresentam altas de 19% a 62% mais caros, a depender da matéria-prima.

Especialistas ouvidos pelo portal local The Hindu – Business Line – acreditam, porém, que tais medidas serão capazes apenas de resultar em baixas temporárias e insuficientes para trazer respiro aos compradores, uma vez que os fundamentos para o mercado do subproduto são muito sólidos. E não vêem os preços dos óleos vegetais, mundialmente falando, se arrefecendo muito.

As importações de óleo por parte da Índia somam de 13 a 15 milhões de toneladas e deste volume de 55% a 60% corresponde a óleo de palma, derivado este que lidera as altas nos mercado internacionais.

Bastante consumido na Índia, os preços do óleo de mostarda também tem subido agressivamente e já registra ganhos acumulados no ano de 44%.

Por: Alexandro Santos

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