Quarta rodada do programa da ApexBrasil ocorreu no âmbito do V International Fish Congress, em Foz do Iguaçu. Ao todo, foram 36 reuniões de negócios entre empresas brasileiras do setor e compradores internacionais.
O setor de aquicultura e pesca do Brasil mostrou que tem potencial para expandir e não é pouco. De 19 a 21 de setembro, em Foz do Iguaçu, a Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) dedicou a 4ª rodada do programa Exporta Mais Brasil ao setor e promoveu rodadas de negócios entre 14 empresas brasileiras de nove estados e seis compradores internacionais da China, Estados Unidos, Uruguai e Emirados Árabes Unidos. O resultado, após 36 reuniões de negócios realizadas em apenas um dia, foi de R$ 81,221 milhões (US$ 16,475 milhões) em negócios gerados em até 12 meses.
Segundo o gerente de Agronegócio da ApexBrasil, Laudemir Muller, os resultados mostram que o setor de pescados brasileiro tem muito potencial e merece o olhar dedicado que o Governo Federal e a ApexBrasil estão oferecendo. “Este resultado reflete a estratégia acertada da ApexBrasil de levar as oportunidades de negócios internacionais para as diversas regiões brasileiras, ressaltando o potencial de cada estado, aumentando as exportações, ganhando novos mercados e ampliando o número de empresas exportadoras do Brasil”, afirma Laudemir, reforçando o objetivo do programa que, até o final do ano, vai contemplar 13 setores da economia, visitando 13 estados e trazendo compradores internacionais para fazer negócios diretamente com empresas e produtores.
“O ‘Exporta Mais Brasil Pescados’ marcou um capítulo histórico nas exportações de pescados brasileiros, impulsionando o potencial do setor e abrindo novos horizontes. Por meio de parcerias estratégicas com o Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) e o International Fish Congress (IFC), elevamos os pescados brasileiros a um novo patamar, ampliando as fronteiras de nossos produtos e marcas e apresentando volumes expressivos de negócios”, destaca Laudemir.
O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula, que esteve presente na abertura do IFC e do Exporta Mais Brasil, citou a importância do apoio da ApexBrasil ao setor. “Nós temos conversado muito com a Agência e o papel que ela está cumprindo aqui, durante o Congresso, promovendo as rodadas de negócios internacionais, diz muito sobre a importância dessa parceria, pois a promoção desse setor é uma motivação que une a todos nós sob liderança do presidente Lula”, disse o ministro durante coletiva de imprensa após a cerimônia de lançamento na última terça-feira (19).
Para o presidente do IFC Brasil e ex-ministro da Pesca e Aquicultura, Altermir Gregolin, os resultados mostram que o Brasil tem condições de ser um grande produtor e exportador mundial de pescado. “Há um Mar de Oportunidades pela frente. O resultado inédito da rodada de negócios reflete o amadurecimento da cadeia do pescado, cada vez mais competitiva e preparada para a concorrência no mercado internacional, além da competência da ApexBrasil na condução das negociações”, afirmou Gregolin.
O Exporta Mais Brasil voltado para o setor de pescados integrou a programação da 5ª edição do International Fish Congress (IFC) e contou com a parceria das entidades representativas do setor Peixe BR e Abipesca. O evento teve como objetivo impulsionar as exportações brasileiras de pescado e abrir novos mercados para os produtos brasileiros.
Momentos de destaque
Além das rodadas de negócio, a 4a rodada do Exporta Mais Brasil promoveu também momentos de discussões e apresentações relevantes ao setor de pescados do Brasil, que fizeram parte da programação do IFC. O painel “Evolução das exportações brasileiras de pescado e os desafios no mercado internacional”, com apresentação de Laudemir Muller, por exemplo, atraiu uma audiência expressiva de mais de 800 pessoas, além de contar com a presença de figuras importantes do cenário do Brasil e do setor, como o governador do estado de Rondônia, Marcos Rocha, o secretário executivo do Ministério da Pesca e Aquicultura, Carlos Mello, e outras autoridades locais.
Mulheres na Exportação
Na quarta-feira (20), a pauta sobre a participação feminina no comércio exterior marcou presença no painel dedicado ao programa “Mulheres e Negócios Internacionais”, que contou com participação da coordenadora da Câmara Técnica de Inovação, Empreendedorismo e Impacto da Companhia de Desenvolvimento de Três Rios (CODETRI), Mariangela Luckmann, e da conselheira do Conselho Estadual de Povos e Comunidades Tradicionais do Paraná (CPCT), pescadora artesanal tradicional e marisqueira, Zuleide Dos Santos, indicada pela Associação Caiçara de Desenvolvimento Sustentável do Litoral do Paraná (Associação Caiçara). A analista da gerência de Agronegócio da ApexBrasil, Deborah Rossoni, liderou a apresentação, que contou com a presença de 40 mulheres profissionais do setor de pescados.
“Estou muito feliz de estar aqui representando as Caiçaras, as pescadoras artesanais como eu. Eu vim de Paranaguá, da comunidade tradicional de Valadares, e lá a gente faz um trabalho muito bacana, atendendo o nosso povo, as mulheres, incentivando-as a mariscarem o siri e as ostras, usando os nossos métodos, o que é muito melhor do que ficar na cidade perdida sem saber o que fazer, como eu fiquei muito tempo”, contou Zuleide, emocionada. Além de seu profundo conhecimento e expertise no seguimento pesqueiro, Zuleide é reconhecida como uma liderança em sua comunidade, demonstrando constante militância e engajamento em causas relacionadas ao setor.
“Muito inspirador a gente escutar mulheres, falar de mulheres, e incentivar outras mulheres a participarem do mercado internacional”, disse Deborah Rossoni. Na ocasião, ela apresentou o programa Mulheres e Negócios Internacionais (MNI), da ApexBrasil, que visa ampliar a presença feminina no comércio exterior. “A gente vê muitas mulheres trabalhando nas indústrias, mas poucas em cargos de liderança. E quando a gente vai para o mercado internacional, esse número é menor ainda. Então nosso objetivo é fazer com que mais mulheres participem desse processo”, afirmou.
Pesca e aquicultura no Brasil e no mundo
De acordo com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) – ONU), no comércio mundial de proteína animal, os pescados já são responsáveis por 49% de todo o business global, seguida pela bovina com 19%, suína com 18%, e frango com 11% dos valores no comércio mundial.
Ainda segundo a FAO, a produção global de pesca e aquicultura atingiu um recorde de 214 milhões de toneladas em 2020, compreendendo 178 milhões de toneladas de animais aquáticos e 36 milhões toneladas de algas, em grande parte devido ao crescimento de aquicultura, especialmente na Ásia. Das 178 milhões de toneladas produzidas em 2020, 51% (90 milhões de toneladas) foi de pesca de captura e 49% (88 milhões de toneladas) de aquicultura
Com exportações de US$349,6 milhões, o Brasil alcançou, em 2022, uma fatia de 0,24% do total global exportado em produtos de pesca, e apresenta um enorme potencial de crescimento. As vendas externas se concentraram nos Estados Unidos, atingindo 57% do total, seguido pela China continental, que assume 23% do valor exportado pelo Brasil. A maior parte dos produtos vendidos foram de peixes congelados (42%), seguido de crustáceos e moluscos (25%), e peixes frescos ou refrigerados (19%).
“Hoje o mundo importa US$ 143 bilhões em pescado e o Brasil participa com apenas 0,23%. Quando a gente compara com frango, o Brasil participa com 35% do mercado mundial, olha como podemos ampliar o alcance dos pescados”, destaca Laudemir. O gerente de Agronegócio da ApexBrasil destaca que o país tem as maiores concentrações de água doce do mundo, grande extensão marítima, além políticas de proteção de espécies e uma enorme biodiversidade. “Ou seja, inúmeras vantagens competitivas que nos dão oportunidade de ampliar a produção e a variedade de espécies, além de alcançar novos mercados”, conclui.
Sobre o Exporta Mais Brasil
Com o slogan “Rodando o país para as nossas empresas ganharem o mundo”, o programa Exporta Mais Brasil busca uma aproximação ativa com todas as regiões do país para potencializar suas exportações. Por meio do programa, empresas brasileiras estão tendo a oportunidade de se reunir com compradores internacionais que vêm ao país em busca de produtos e serviços ligados a setores específicos. Ao todo, serão 13 estados brasileiros visitados e 13 diferentes setores contemplados. Além de pescados, os setores de móveis, rochas ornamentais e cafés Robustas Amazônicos já foram contemplados pelo programa que, ao todo, já movimentou quase R$ 100 milhões em negócios nas primeiras quatro rodadas.
A próxima rodada do programa será de 26 de setembro a 1º de outubro, em Fortaleza, voltada para o setor de artesanatos.
- Confira mais informações em https://apexbrasil.com.br/exportamaisbrasil
Fonte: Inpacto