A prevenção contra doenças infectocontagiosas e parasitas intestinais são ações periódicas indispensáveis para assegurar a proteção dos equinos.
Assim como outros animais, os equinos estão constantemente expostos a agentes infecciosos, que podem afetar sua saúde e bem-estar, além de gerar uma série de prejuízos econômicos aos criadores, associados aos gastos com tratamento, afastamento do equino das atividades e mortalidade.
Nesse contexto, a implementação de um protocolo de vacinação adequado emerge como um fator essencial para a prevenção de doenças. Entre as principais patologias que afetam os equinos destacam-se: raiva, encefalomielite e tétano.
A Raiva é uma zoonose causada por um Lyssavirus da família Rhabdoviridae sendo transmitida principalmente por morcegos hematófagos. O vírus atinge as terminações nervosas desencadeando disfunções neurológicas. Os sinais clínicos da doença em equinos incluem mudanças de comportamento, agressividade, dificuldades de engolir e paralisia. Com um índice quase inexistente de cura, a raiva, geralmente resulta na morte do animal.
Já a Encefalomielite Equina afeta o sistema nervoso central dos animais, resultando em inflamação do cérebro e da medula espinhal. A doença, que pode acometer diferentes espécies de animais, inclusive os humanos, é causada por vírus pertencentes à família Arbovírus e ao gênero Alphavirus, que são transmitidos por mosquitos Culex spp. e Aedes spp.. As manifestações mais comuns da enfermidade são: encefalomielite viral equina do leste, oeste e venezuelana.
No caso do tétano, a taxa de mortalidade chega à 80% dos animais acometidos. A condição é causada pela toxina produzida pela bactéria Clostridium tetani, presente no solo e frequentemente associada a ferimentos ou lesões. Esta bactéria pode invadir o organismo do cavalo através de cortes, abrasões ou feridas traumáticas, levando à produção da toxina tetânica que afeta o sistema nervoso central. Os sintomas incluem rigidez muscular, espasmos, dificuldade para engolir, entre outros.
“Uma característica comum entre essas enfermidades é que o contágio não exige necessariamente o contato direto entre equinos. Mesmo um animal isolado na propriedade está sujeito a ataques de morcegos, picadas de mosquitos e feridas perfurantes no casco. Portanto, a prevenção torna-se essencial para manter a saúde da população equina”, detalha a médica-veterinária gerente da linha de equinos da Ceva Saúde Animal, Fernanda Ambrosino.
Ao pensarmos em prevenção na equinocultura, as doenças que afetam o sistema respiratório dos equinos também estão constantemente no radar dos criadores. É o caso, por exemplo, da influenza equina. O vírus é reconhecido mundialmente como um dos principais agentes infecciosos desencadeadores de surtos respiratórios em equinos. Seu curto período de incubação está correlacionado com uma alta morbidade, os animais manifestam sinais clínicos que variam de leves a severos, com um período de recuperação que pode se estender por até três semanas.
A Adenite Equina é outra enfermidade que merece atenção. Popularmente conhecida como garrotilho, essa é bacteriose com alta morbidade, representa uma das doenças mais comuns do sistema respiratório anterior dos equinos, afetando animais de todas as idades. Embora sua taxa de mortalidade seja baixa, os prejuízos econômicos derivam dos custos com tratamentos e da suspensão das atividades dos animais afetados.
Além da salvaguarda da saúde, a implementação de um protocolo de vacinação adequado também visa mitigar os prejuízos gerados pela presença destas patologias no plantel, que podem acarretar a queda no desempenho e produtividade ou até mesmo levar a perda do animal.
“A relação entre a saúde e o bem-estar dos equinos é indissociável. Doenças que são passiveis de prevenção causam desconforto aos animais e afetam seu bem-estar. A vacinação, portanto, contribui para construção de um ambiente mais sustentável. Adicionalmente, a imunização destes animais auxilia na prevenção de riscos zoonóticos, ou seja, doenças que podem ser transmitidas aos humanos, desempenhando assim um papel relevante na promoção da saúde pública”, afirma Fernanda,
A vermifugação periódica também desempenha um importante papel na sanidade destes animais, combatendo aos parasitas internos mais comuns. A utilização de vermífugos orais de amplo espectro, como a ivermectina e o praziquantel, incluindo a associação entre os dois fármacos, tem ação eficaz contra os endoparasitas mais relevantes dos equinos. É indicado que sejam feitas entre 3 e 4 vermifugações anuais, dependendo da contaminação ambiental.
A prevenção contra doenças infectocontagiosas e parasitas intestinais são ações periódicas que limitam a proliferação dos agentes causadores de doenças e protege os equinos. Um calendário sanitário de vacinação e vermifugação bem elaborado tem a função de proteger o plantel a longo prazo, respeitando sempre as necessidades de reforço específicas para cada vacina e vermífugo. Desta forma, é possível evitar perdas econômicas e preservar a saúde dos animais.
Fonte: Ceva Saúde Animal