Com o intuito de estimular o crescimento da produção agrícola através do uso responsável dos recursos hídricos, foi criado o programa estadual de irrigação ‘MS Irriga’. Com um investimento superior a R$ 6 milhões, pretende-se implementar esse sistema em uma área de 230 hectares.
Essa iniciativa busca fomentar o desenvolvimento conjunto das atividades agrícolas e pecuárias. Durante a cerimônia realizada na tarde da terça-feira (23), o governador Eduardo Riedel ressaltou que esse programa representa um avanço significativo para o Estado.
“Trata-se de um conjunto de medidas, de políticas públicas, que promovem a competitividade da irrigação no Estado. Estamos nos referindo a benefícios fiscais, agilidade nos processos de licenciamento, diagnóstico das regiões, das bacias hidrográficas, e dos tipos de solo. Assim, são reunidas informações e políticas públicas que tornam o produtor irrigante cada vez mais competitivo. O financiamento é obtido junto ao Banco do Brasil, por meio do FCO, sendo uma abordagem bastante específica para a área de irrigação e uma prioridade estadual”, afirmou Riedel.
Durante o lançamento na Famasul, foi divulgado o edital do ‘Novo Siga MS’, que incluirá o mapeamento completo das áreas irrigadas. A previsão é investir R$ 38,8 milhões nesse projeto, no período de cinco anos e o edital receberá recursos do Fundems (Fundo para o Desenvolvimento das Culturas do Milho e Soja).
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), será necessário um aumento na produção agrícola de cerca de 70%, tanto para o consumo humano (grãos, frutas e hortaliças), quanto para a produção de ração animal, fibras e biocombustíveis.
Para atender a demanda global em 2050, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), prevê que será necessário o aumento na produção agrícola em 70% – com 8% fornecido pelo Brasil. A estimativa leva em conta o consumo humano de grãos, frutas e hortaliças e também de produção de ração animal, fibras e biocombustíveis. Além disso, a escassez dos recursos naturais aliadas aos riscos climáticos afetam a produção agrícola em todo o mundo, por isso existe a necessidade urgente de práticas agrícolas mais sustentáveis.
Nesse cenário, Mato Grosso do Sul se destaca por possuir abundantes recursos hídricos e grandes áreas aptas para a agricultura irrigada. Essas características oferecem uma oportunidade significativa para o desenvolvimento sustentável no Estado, garantindo a segurança alimentar e contribuindo para a preservação dos recursos naturais.
“A irrigação já era uma demanda das câmaras setoriais e foi priorizada pelo FCO, pois traz resultados para a agricultura, com estabilidade e tecnologia. E vamos avançar na questão da energia necessária para o sistema”, disse o secretário Jaime Verruck, da Semadesc (Secretário de Secretário de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação).
O financiamento de projetos nas atividades de irrigação junto ao FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) tem registrado demanda crescente no Estado. Em reunião realizada no dia 11 de julho, o CEIF-FCO (Conselho Estadual de Investimentos Financiáveis pelo FCO), foram aprovados R$ 28,9 milhões em projetos de irrigação nos municípios de Cassilândia, Rio Brilhante e Paraíso das Águas. Nos cinco primeiros meses de 2024, já haviam sido aprovados outros R$ 92 milhões que equivalem a 12,89% do total aprovado na Linha de Financiamento de Desenvolvimento Rural.
“O MS Irriga é um conjunto de ações em diferentes áreas que leva a maior competitividade do irrigante. Todo produtor que quiser fazer o investimento vai encontrar esse ambiente de competitividade para licença, crédito, conhecimento. A demanda de irrigação esse ano já está perto de R$ 60 milhões, no ano passado foi de R$ 134 milhões. Está avançando e todos que forem buscar esse financiamento e a modalidade de irrigação, vão encontrar esse ambiente mais competitivo”, disse o governador.
MS Irriga
O Programa Estadual de Irrigação, é parte integrante do Prosolo (Plano Estadual de Manejo e Conservação do Solo e Água), além de incentivar e apoiar a expansão da irrigação no Estado, surge como oportunidade para impulsionar a produção proveniente da agricultura familiar, contribuindo com a geração de renda e a diversificação da economia local.
Em um cenário de desafios e oportunidades, o programa deve nortear o desenvolvimento de uma agricultura tecnológica, estratégica e sustentável, impulsionando o Estado rumo a um futuro inclusivo, próspero, verde e digital.
Também participaram do lançamento do ‘MS Irriga’ o secretário executivo de Desenvolvimento Econômico Sustentável, Rogério Beretta, além do representante do Sistema Famasul, Frederico Borges, dos produtores rurais e do Banco do Brasil.
O produtor rural de Naviraí, Nelson Antonini, cultiva soja, milho, feijão e melancia com irrigação em 1,2 mil hectares instalados há dez anos, e já planeja expandir o investimento, após o lançamento do programa estadual. “Com certeza, tudo que vem para auxiliar é bem-vindo. A irrigação é um investimento alto, mas o Estado tem muita terra boa, com água abundante. O projeto é chegar a uns 4 mil hectares irrigados nos próximos dez anos”, afirmou Antonini.
Carbono Neutro
O Mato Grosso do Sul é o primeiro estado no Brasil a formalizar um projeto com propostas de ações para a redução e mitigação das emissões de GEE (gases efeito estufa), lançado em 2016. O “Programa Estado Carbono Neutro”, alinhado com os objetivos da Política Estadual de Mudanças Climáticas (Proclima), desenvolve e implementa ações integradas de governança voltadas à sustentabilidade em diversos setores da economia estadual.
Nos eixos temáticos do agronegócio, mudança no uso da terra e florestas, energia, resíduos e processos industriais, o Governo de MS estrutura ações de combate às mudanças climáticas e incentiva a adoção de estratégias para a geração, implementação e difusão de tecnologias adequadas, integrando as diversas entidades do setor produtivo e outros segmentos.
Com informações: Comunicação Governo de MS
Fotos: Saul Schramm