Além de ser uma potência para a fomentação do setor, a extensa área do Mato Grosso somado aos problemas específicos que o produtor enfrenta, como dependências climáticas e falta de informação técnica, inspiram surgimento de pesquisas específicas com foco nas necessidades da região
Não é segredo que o Mato Grosso é fundamental para o agronegócio no Brasil. De acordo com dados recentes divulgados pelo Ministério da Agricultura e Pecuária, o estado foi responsável por quase R$ 175 bilhões dos R$830 bilhões da produção agrícola brasileira em 2023. Apenas Mato Grosso contribui com 30,2% da produção nacional de grãos, incluindo soja, milho, algodão e girassol.
Porém, para sustentar toda essa potência, necessita-se de muitas pesquisas e adaptações para que produtor local obtenha sucesso no cultivo. Mudanças climáticas e solos com déficits de cálcio, magnésio e outros elementos, impactam diretamente na produtividade e na qualidade do grão.
Outro fator a ser considerado é a extensão do estado, que corresponde a 10,5 do Brasil, com mais de 900 mil km de área com 62% de área preservada, o que requer um olhar interno diferenciado e atento para pesquisas e tecnologias que sejam adaptadas para a realidade do Mato Grosso.
“Por ser um estado extenso, muitos produtores que residem em municípios distantes da capital e fora de grandes centros sentem dificuldade de acessar todos os recursos voltados para o agro”, comenta Rodrigo Pasqualli, diretor da Fundação Rio Verde.
Não à toa, foi atento ao potencial do estado e nas necessidades específicas do produtor local que nasceu a Show Safra, evento que apresenta estudos, pesquisas, tecnologias e soluções com foco, principalmente, no produtor mato-grossense. “Escolhemos o estado para ser a sede do evento justamente para fornecer ao produtor todo o suporte que ele precisa, adaptado à realidade local. Esse é o principal meio de potencializar a força do estado para o giro econômico do setor como um todo”, complementa Rodrigo.
Atualmente, a Fundação Rio Verde, instituição sem fins lucrativos que atua nos bastidores do evento Show Safra, realiza investimentos consistentes – e pesados – em profissionais, cientistas, engenheiros agrônomos, entre outros, para pensarem exclusivamente em como solucionar os problemas encontrados pelo produtor na região do Mato Grosso.
“São milhões de reais investidos anualmente em laboratórios e equipe qualificada em dispor de todo o equipamento necessário para aplicação de testes que combatam pragas, doenças e técnicas de cultivo específicas nos cultivares e híbridos disponíveis no mercado e produtos ainda em fase de regulação”, pontua Rodrigo.
Além disso, a presença da pesquisa da Fundação Rio Verde foi responsável por viabilizar o cultivo de milho em segunda safra calendarizando plantio, técnicas de cultivo, adubação etc. Isso é considerável porque o milho do estado representa 35% da produção brasileira e 3% da produção global, conforme dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA). “Com isso, avanços nesse cultivo teve reflexos diretos da linha de trabalho de nossa instituição com impacto imediato no produtor local”, finaliza.