O estado apresenta a maior participação do biocombustível no mercado de combustíveis desde 2020, com uma taxa de substituição superior a 60% em novembro.
No final de 2024, São Paulo alcançou um marco relevante em sua matriz energética, com mais de 60% da gasolina sendo trocada por etanol no mês de novembro. Informações da consultoria DATAGRO indicam que o consumo de etanol hidratado no estado chegou a 847 milhões de litros nesse mês, o maior volume para novembro desde 2020, representando um crescimento de 6,9% em comparação ao mesmo período de 2023. No total acumulado entre janeiro e novembro de 2024, o consumo de etanol hidratado foi de 9,391 bilhões de litros, registrando um aumento de 27% em relação ao ano anterior. Esse número é o segundo maior da história, ficando atrás apenas do que foi registrado em 2019.
Queda no consumo de gasolina impulsiona participação do etanol
Enquanto o etanol ganhava espaço, o consumo de gasolina C no estado recuou 12,3% em novembro de 2024, totalizando 701 milhões de litros. No acumulado dos onze primeiros meses do ano, o consumo de gasolina foi de 8,361 bilhões de litros, uma queda de 12,9% em relação ao mesmo período de 2023. Com isso, a participação do etanol (hidratado e anidro) no mercado total do ciclo Otto em São Paulo atingiu 60,45% em novembro de 2024, o maior patamar mensal do ano e acima dos 56,9% registrados em novembro de 2023. No acumulado de janeiro a novembro, a taxa de substituição da gasolina por etanol ficou em 59,1%, superando a média de 52,5% observada no mesmo período do ano anterior.
Competitividade do etanol impulsionada por mudanças tributárias
A taxa de substituição da gasolina por etanol havia caído abaixo dos 50% em maio de 2023, pouco antes da implementação de uma nova fórmula de cálculo do ICMS sobre a gasolina, que passou a vigorar em junho daquele ano. A mudança estabeleceu uma alíquota fixa para o tributo em todo o país, o que melhorou a competitividade do etanol hidratado. A relação de preços entre etanol e gasolina passou a se manter consistentemente abaixo de 70%, atingindo 59,2% de paridade em janeiro de 2024.
Essa melhoria na competitividade, aliada à recuperação do consumo de etanol no estado, tem elevado a participação do biocombustível no mercado do ciclo Otto a patamares semelhantes aos observados entre 2018 e 2020, período marcado por forte competitividade do etanol e recordes históricos de consumo. Os dados reforçam a tendência de crescimento do etanol como alternativa sustentável e econômica frente à gasolina no principal estado consumidor de combustíveis do Brasil.
Fonte: Portal do Agronegócio