A saca de 60 quilos, que era comercializada à vista por R$ 86,09, no dia 2 de janeiro deste ano, segundo o indicador Cepea, foi negociada a R$ 59,99 em 3 de novembro – uma redução de cerca de 30,32%.
A queda histórica que o preço da saca do milho sofreu em 2023 impactou diversos setores, sendo na pecuária de corte uma oportunidade estratégica para reduzir custos sem comprometer a qualidade da alimentação do gado. A saca de 60 quilos, que era comercializada à vista por R$ 86,09, no dia 2 de janeiro deste ano, segundo o indicador Cepea, foi negociada a R$ 59,99 em 3 de novembro – uma redução de cerca de 30,32%
Na pecuária de corte, os custos associados à alimentação do gado representam uma fatia considerável dos investimentos do produtor. Nesse contexto, a dieta do grão inteiro surge como uma alternativa economicamente viável para produtores de todos os portes. Entretanto, os benefícios não se limitam à redução de custos; há uma série de vantagens associadas à adoção dessa estratégia alimentar.
A dieta do grão inteiro é composta principalmente pelo milho grão inteiro, sem nenhum tipo de processamento, como moagem. Essa abordagem alimentar também inclui o pellet, uma mistura que contém fontes proteicas, aditivos, micro e macro minerais para suplementar a alimentação do gado e otimizar seu desempenho. Em essência, a combinação do milho inteiro e do pellet constitui a dieta do grão inteiro.
Vantagens econômicas e operacionais – a redução de custos é evidente ao adotar a dieta do grão inteiro. Contudo, essa não é sua única vantagem. A estratégia também proporciona uma melhor conversão alimentar e simplificando o manejo do gado. Isso é especialmente crucial em um setor onde a eficiência operacional é determinante para a rentabilidade.
A implementação prática da dieta do grão inteiro é simples. O pellet incorpora todos os elementos essenciais, como fontes proteicas, aditivos, micro e macro minerais e promotores de crescimento, necessários para maximizar o potencial genético do animal. Ao mesmo tempo, o milho grão inteiro atua como fonte primária de energia e estímulo mecânico para o rúmen. Isso promove a salivação e garante a estabilidade ruminal, prevenindo distúrbios metabólicos prejudiciais ao desempenho do animal, como a acidose.
Proporções e período de adaptação – a dieta consiste em uma proporção de 85% de milho e 15% de pellet. Entretanto, uma transição cuidadosa é decisiva. Inicialmente, é recomendado fornecer 80% de milho e 20% de pellet enquanto o gado está em pastagem ou tem acesso a fontes de volumoso, como feno, bagaço de cana ou silagem. Após cerca de 15 dias de adaptação, o gado é levado ao confinamento, iniciando o período de engorda e acabamento com a proporção final de 85% de milho e 15% de pellet, sem a necessidade de volumoso adicional. Essa abordagem deve ser mantida até que o animal atinja o peso final desejado pelo criador.
Em resumo, as oscilações do preço do milho representam uma oportunidade para os criadores de gado de corte, pois no cenário atual os preços do milho estão muito atrativos para a implementação das dietas de grão inteiro.
Fabiano Lopes Bueno é gerente de Nutrição da Linha Ruminantes da Vaccinar
Fonte: Press Comunicação Empresarial