Institutos de pesquisa brasileiros estão liderando iniciativas para aprimorar, inovar e diversificar a produção e uso de hidrogênio verde e de baixo carbono.
Um destaque é a Universidade de São Paulo (USP), que, em parceria com a Shell Brasil, Hytron, Raízen, Toyota e Senai, prevê o funcionamento de uma estação experimental de abastecimento de hidrogênio renovável a partir de etanol no segundo semestre de 2024. Com investimentos de R$ 50 milhões, a unidade terá capacidade para produzir 4,5 kg do combustível por hora.
A estação, localizada na cidade universitária, atenderá ônibus e um carro da Toyota, avaliando o desempenho do hidrogênio produzido a partir do etanol. Julio Meneghini, diretor científico do centro de pesquisa para inovação em gases de efeito estufa da USP, destaca a logística favorável do etanol, aproveitando a infraestrutura de transporte e armazenamento já existente no país.
A Coordenação dos Programas de Pós-Graduação em Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Coppe/UFRJ) também está engajada no H2V, inaugurando uma unidade-piloto de produção por eletrólise, utilizando energia fotovoltaica. O projeto abrange geração de energia elétrica, armazenamento de energia, produção de querosene de aviação sustentável e o uso do H2V em bicicletas elétricas.
Outra instituição, a Universidade Federal de Itajubá (Unifei), inaugurou o Centro de Hidrogênio Verde (CH2V) em setembro, com foco em pesquisa para uso de H2V em processos industriais, geração de energia elétrica e mobilidade urbana. A Unifei planeja iniciar uma unidade de produção de hidrogênio baseada em eletrólise movida por energia solar em março de 2024.
Rafael González, diretor-presidente do Centro Internacional de Energias Renováveis – Biogás (CIBiogás), destaca o potencial da produção de H2V a partir de biogás. O CIBiogás está envolvido em projetos, incluindo a produção de combustível de aviação sustentável e a produção de hidrogênio renovável em estações de tratamento de águas residuais, em colaboração com a Sanepar, a estatal de saneamento do Paraná. Esses projetos visam não apenas à produção da molécula, mas também à sua aplicação em diferentes setores.
Fonte: Portal do Agronegócio