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domingo, 24 de novembro de 2024
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O preço do arroz deve diminuir aproximadamente 20% nas próximas semanas

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Em uma reunião realizada nesta quinta-feira (14), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e seus ministros discutiram a questão da alta nos preços dos alimentos para os consumidores no final de 2023 e início deste ano.

Durante os meses de novembro a janeiro, o setor de alimentos e bebidas foi o que mais impactou a inflação e afetou o bolso dos brasileiros. Fatores climáticos, como altas temperaturas e aumento nas precipitações em diversas regiões do país, influenciaram a produção de alimentos e, consequentemente, os preços.

O ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, destacou que o aumento foi sazonal e que o presidente está preocupado em garantir que os alimentos cheguem de forma acessível à mesa do povo brasileiro. Ele afirmou que há evidências de que os preços já estão em queda, com redução para os produtores e a expectativa de uma diminuição ainda maior.

De acordo com o ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, a expectativa do governo é que a redução de preços seja repassada integralmente aos consumidores pelas empresas atacadistas, responsáveis pela distribuição aos consumidores finais. No caso do arroz, isso deve ocorrer entre o final de março e o início de abril, à medida que os estoques forem reabastecidos com preços mais baixos.

“Fator Gerador do Rio Grande do Sul é responsável por aproximadamente 85% do arroz consumido no Brasil e enfrentamos inundações exatamente nas regiões produtoras, o que gerou certa instabilidade. Atualmente, a colheita no Rio Grande do Sul está em torno de 10% e os preços pagos aos produtores já reduziram de R$ 120 para cerca de R$ 100 por saca. Nossa expectativa é que essa queda de preços seja repassada para os atacadistas e, consequentemente, refletida nas prateleiras dos supermercados, onde as pessoas fazem suas compras”, afirmou.

“Com o avanço da colheita, esperamos alcançar entre 50% e 60% nos próximos dias, e assim, acreditamos que os preços do arroz ainda possam baixar um pouco mais”, complementou Fávaro.

Plano safra 2024/25

Os ministros também discutiram com o presidente Lula as mudanças que serão feitas no próximo plano safra para incentivar a produção de alimentos e redução de preços, em especial de arroz, feijão, milho, trigo e mandioca.

Segundo o ministro Carlos Fávaro, houve uma quebra na produção de feijão de cerca de 3,5%, mas que deve ser recuperada com o terceiro ciclo de plantio, que está acontecendo agora. O trigo também é uma preocupação pois há um aumento da produção de cevada em substituição ao trigo, principalmente no Paraná, com a instalação de grandes indústrias cervejeiras.

“É bom a diversificação, mas a gente vai tomar medidas para que haja um incentivo da produção de arroz, feijão, trigo, milho e mandioca”, disse.

Fávaro citou, como exemplo, a desconcentração das regiões produtoras. “O incremento de área plantada, em segunda safra, de arroz em Mato Grosso, no Centro-Oeste é algo muito significativo, algo em torno de 20%”, contou. “O Brasil é quase autossuficiente [na produção de arroz], só que isso é concentrado no Sul do país. Então, quando a gente estimula o plantio de segunda a safra do Centro-Oeste, do Matopiba [região produtora entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia], estamos incentivando a ter arroz perto desses centros consumidores”, explicou.

Medidas de facilitação de crédito, formação de estoques públicos e política de preço mínimo também devem fazer parte do arcabouço para a redução dos preços dos alimentos, bem como para aumento da renda dos produtores. O ministro explicou que objetivo é estimular principalmente a agricultura familiar, com a atuação fundamental da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

“Se com essas medidas estruturantes os preços não baixaram nós podemos tomar outras medidas governamentais que serão estudadas pela equipe econômica”, acrescentou Fávaro, explicando que, assim como os agricultores familiares, os grandes produtores do agronegócio também serão atendidos.

“A agricultura empresarial exportadora, por mais que os preços de soja e milho estejam achatados, mas a gente consegue e somos muito competitivos, é outra linha de medidas. E aí, vamos anunciar nos próximos dias, inclusive para essa dificuldade momentânea de renda desse setor”, disse.

Segundo Fávaro, na próxima semana, o presidente Lula vai receber representantes de, pelo menos, quatro setores do agronegócio – fruticultura, cafeicultura, algodão e pecuária.

Além de Teixeira e Fávaro, participaram da reunião os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad, além do presidente da Conab, Edegar Pretto.

Fonte: Agência Brasil

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