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domingo, 24 de novembro de 2024
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As fortes chuvas no Rio Grande do Sul devem impactar todos os setores da economia e ocasionar aumento nos preços dos alimentos

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De acordo com a FecomercioSP, produtos como arroz, leite, derivados, frutas e hortaliças podem ser afetados pelos efeitos das tempestades no estado.

O Rio Grande do Sul vive um momento dramático, com dezenas de mortes e um cenário de devastação estarrecedor. A população tem enfrentado as consequências dos temporais que atingem o estado desde a semana passada, resultando em milhares de pessoas e animais desabrigados. Além dos impactos humanos e ambientais – que precisam ser priorizados neste momento visando salvar mais vidas e restabelecer a normalidade o quanto antes -, é evidente que a catástrofe terá repercussões econômicas tanto para o Rio Grande do Sul quanto para o país.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) estima que as perspectivas são de perdas, com efeitos, inclusive, sobre os consumidores, em decorrência de uma eventual pressão nos custos, especialmente dos alimentos. Nenhum setor deixará de ser afetado — no Comércio, nos Serviços, na Industria e no Agronegócio.
 
Tudo isso considerando que ainda é cedo para se ter uma ideia da real dimensão dos estragos.
 
ITENS MAIS AFETADOS
O arroz e os derivados do leite são alguns exemplos de itens que devem ficar mais caros por conta da catástrofe. O Rio Grande do Sul é o maior produtor de arroz do País, e, embora pouco mais de 80% da safra tenha sido colhida, ainda não dá para saber se os estoques foram atingidos ou quanto da parcela restante foi perdida. Há incertezas ainda sobre a logística do produto pelas restrições das rodovias.
 
O mesmo acontece com a criação de gado para produção de leite, que deve ser impactada com a perda de vacas e pasto, além da ingestão, por esses animais, de água sem qualidade, em razão das condições atuais do local.
 
Outros itens que devem encarecer são as frutas: uva, pêssego e maçã, tradicionais da região, podem ter a produção e o escoamento afetados pela interdição de estradas, impactadas pelos estragos ou pelo deslocamento de caminhões que estão sendo usados para prestar apoio à população atingida.
 
Nesse caso, os preços, que já estavam em alta desde o ano passado, em consequência de outro fator climático (El Niño), devem sofrer ainda mais pressão. Já no caso das hortaliças, a perspectiva é de falta de estoques nos estabelecimentos durante algumas semanas.
 
A paralisação da indústria local, seja para o atendimento às famílias, seja por outros fatores, pode levar à falta de suprimentos de inúmeras outras indústrias que utilizam o aço, por exemplo, como matéria-prima.
 
Para o Turismo, haverá, sem dúvidas, grande efeito: o Aeroporto Internacional Salgado Filho ficará fechado até o fim deste mês, com cancelamentos de voos, até que as operações sejam restabelecidas. O aeroporto é responsável por 3% da movimentação de passageiros pelo Brasil — no mês de maio do ano passado, circularam por ele 540 mil pessoas.
 
Para se ter uma ideia da dimensão desse evento, a tragédia de Brumadinho, menor e mais localizada, provocou uma queda de 0,2% no Produto Interno do Brasileiro (PIB) em 2019 — mais de R$ 20 bilhões em valores atuais. No Rio Grande do Sul, é muito provável, infelizmente, que os danos causados tenham impacto ainda maior para o PIB nacional. Isso, sem falar, é claro, dos efeitos significativos para a economia e para a população locais.
 
A FecomercioSP se solidariza com as vítimas da tragédia no Rio Grande do Sul e mantém diálogos abertos com várias instâncias para ajudar na reconstrução do estado a partir de agora.

Fonte: FecomercioSP

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