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sábado, 23 de novembro de 2024
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Preços apresentam queda de 0,02% em agosto, marcando a primeira deflação do ano, segundo o IPCA.

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Dois importantes grupos contribuíram para essa redução no índice geral: Alimentação e Bebidas.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que é considerado a inflação oficial do Brasil, indicou uma diminuição de 0,02% nos preços em agosto. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Neste mês, dois dos nove grupos avaliados registraram redução, levando à primeira deflação do ano e ao menor índice desde junho de 2023 (-0,08%).

O grupo Alimentação e Bebidas teve uma queda de 0,44% em agosto, o que resultou em um recuo de 0,09 ponto percentual (p.p.) no índice geral. Por sua vez, Habitação apresentou uma diminuição de 0,51%, impactando negativamente o índice em 0,08 p.p. Juntos, esses dois grupos correspondem a 36,53% do total do IPCA.

Dessa forma, o resultado de agosto indica uma desaceleração se comparado ao mês anterior; em julho, o IPCA havia registrado um aumento de 0,38%. Em agosto de 2023, os preços subiram 0,23%.

Atualmente, a inflação acumulada no Brasil é de 4,24% nos últimos 12 meses e está dentro da meta estipulada pelo CMN (Conselho Monetário Nacional). No acumulado do ano até agora, o aumento é de 2,85%.

O resultado é ligeiramente melhor do que a expectativa do mercado financeiro, que esperava 0% para o mês e acumulado de 4,26% em 12 meses.

Veja o resultado dos grupos do IPCA:

Alimentação e bebidas: -0,44%;

Habitação: -0,51%;

Artigos de residência: 0,74%;

Vestuário: 0,39%;

Transportes: 0,00%;

Saúde e cuidados pessoais: 0,25%;

Despesas pessoais: 0,25%;

Educação: 0,73%;

Comunicação: 0,10%.

Alimentos em queda

O grupo Alimentação e bebidas registrou seu segundo mês consecutivo de quedas, puxado novamente pelo subgrupo Alimentação no domicílio (-0,73%). Ali estão presentes os alimentos in natura, que tiveram problemas no início do ano pelas complicações climáticas.

Com uma redução dos choques e encerramento do fenômeno El Niño, o IBGE destaca as quedas de preços da batata inglesa (-19,04%), do tomate (-16,89%) e da cebola (-16,85%). Entre os subitens que tiveram alta no mês, estão o mamão (17,58%), a banana-prata (11,37%) e o café moído (3,70%).

“O principal fator que contribuiu para a queda nos preços foi uma maior oferta desses produtos no mercado por conta de um clima mais ameno no meio do ano, que favorece a produção desses alimentos, com maior ritmo de colheita e intensificação de safra”, destaca André Almeida, gerente da pesquisa de preços do IBGE.

A Alimentação fora do domicílio teve alta de 0,33%, mas o avanço foi ligeiramente menor do que no mês de julho (0,39%). O lanche desacelerou de 0,74% para 0,11% em agosto. A refeição passou de 0,24% para 0,44%.

Já o grupo Habitação foi influenciado por uma forte deflação da energia elétrica residencial. A conta de luz teve queda de 2,77% no mês, por conta da mudança de bandeira tarifária no mês — de amarela em julho para verde em agosto.

O IBGE também destaca reajustes tarifários para baixo em zonas de abrangência da pesquisa, como Porto Alegre (-0,69%), Vitória (-1,49%), São Paulo (-3,07%), São Luís (-4,52%) e Belém (-5,63%).

Com isso, a energia elétrica residencial sozinha teve a principal contribuição negativa para o índice geral, com -0,11 p.p.

O grupo Transportes, um constante protagonista das divulgações de preço, teve estabilidade em agosto. O subgrupo de Combustíveis teve alta de 0,61%, com altas de gás veicular (4,10%), gasolina (0,67%) e óleo diesel (0,37%).

A gasolina, inclusive, teve o maior peso positivo no IPCA de agosto, com contribuição de 0,04 p.p. no índice geral. Já são 3,84% de alta para o combustível nos últimos dois meses, após o reajuste da Petrobras para as refinarias desde 9 de julho.

Por outro lado, a passagem aérea teve queda de 4,93% nos preços. Em julho, o subitem costuma registrar avanços fortes por conta das férias escolares, mas neste mês teve boa contribuição negativa para o IPCA, com -0,03 p.p.

Serviços e monitorados

O pós-férias também ajudou a desacelerar o índice de serviços contra o mês de julho. Houve alta de 0,75% no mês anterior para uma alta de 0,24% em agosto.

Além da passagem aérea, itens como o pacote turístico (-1,34%) e aluguel de veículo (-6,40%) recuaram, por exemplo. A hospedagem subiu (1,96%).

Na janela de 12 meses, a inflação de serviços passou de 5,01% em julho para 5,18% em agosto. Com a aceleração do acumulado, o indicador chegou ao maior valor desde fevereiro.

Pelo lado dos monitorados, itens cujos preços são definidos pelo setor público ou por contratos, foram influenciados pela baixa da energia elétrica.

Assim, na janela de 12 meses, o acumulado dos monitorados passou de 7,04% em julho para 5,58% em agosto. É o menor resultado desde julho de 2023, quando marcava 3,64%.

INPC tem queda de 0,14% em agosto

Por fim, o INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor) — usado como referência para reajustes do salário mínimo, pois calcula a inflação para famílias com renda mais baixa — teve queda de 0,14% em agosto. Em julho, a alta foi de 0,26%.

Assim, o INPC acumula alta de 2,80% no ano e de 3,71% nos últimos 12 meses. Em agosto de 2023, a taxa foi de 0,20%.

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