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sábado, 23 de novembro de 2024
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Cenário Favorável para o Mercado de Boi: Potencial nas Operações Futuros

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Um estudo realizado pela Consultoria Agro do Itaú BBA destaca a recuperação do mercado de boi gordo e a importância de aproveitar as oportunidades nos contratos futuros.

Após iniciar um processo de recuperação em junho, o mercado de boi gordo manteve-se positivo em agosto e na primeira metade de setembro, beneficiado pelo aumento das exportações e pela alta nos preços. Segundo o Agro Mensal de setembro, publicado pela Consultoria Agro do Itaú BBA, o setor alcançou avanços significativos, embora a oferta e os contratos futuros ainda necessitem de uma atenção estratégica.

Nesse período, as escalas de abate apresentaram uma leve redução, refletindo uma diminuição no envio de fêmeas para a indústria, que teve grande intensidade no primeiro semestre do ano, além da forte seca que afetou diversas regiões pecuárias do Brasil. No entanto, a demanda externa se manteve sólida, e os preços das carcaças bovinas no mercado interno mostraram um crescimento significativo desde o início de setembro.

Entre o começo de agosto e o dia 16 de setembro, o preço do boi em São Paulo teve um aumento de 8,8%, enquanto a carcaça casada no estado subiu 13%. Atualmente, o boi está sendo comercializado por cerca de R$ 255/@. Essa situação contribuiu para uma recuperação no spread da indústria no Mato Grosso do Sul, após dois meses sem variações.

Os dados mais recentes sobre os abates no Mato Grosso, referentes ao mês de agosto, embora tenham alcançado recordes para esse período, mostraram uma queda na porcentagem de fêmeas abatidas pelo terceiro mês consecutivo em comparação ao ano anterior. A desvalorização da arroba da vaca também foi reduzida, passando de -13% em agosto de 2023 para -9% em agosto de 2024, indicando uma diminuição na oferta de fêmeas.

Em relação às exportações, agosto marcou um novo recorde histórico para este mês, com a exportação de 217 mil toneladas in natura, representando um aumento de 17% em comparação a agosto do ano passado e um crescimento acumulado de 30% até agora neste ano. No entanto, apesar do significativo aumento no volume enviado, o preço médio da carne permaneceu constante e o spread das exportações apresentou uma leve estabilização.

Para o futuro, as perspectivas permanecem positivas, com uma demanda robusta por exportações e uma recuperação nos preços das carcaças no mercado interno, o que pode elevar ainda mais o valor do boi em curto prazo. Entretanto, é crucial notar que se espera uma boa oferta de gado proveniente dos confinamentos, que costumam ocorrer em outubro e novembro. Portanto, este é um momento adequado para garantir as margens das boiadas, reduzindo riscos e assegurando resultados favoráveis.

Os contratos futuros do boi também apresentaram uma valorização expressiva, com o contrato de novembro subindo R$ 10/@ desde o início de setembro, fechando perto de R$ 264/@ em 16 de setembro. A previsão é de um volume considerável de gado a ser confinado até o fim do ano, sustentado por margens vantajosas devido ao preço atrativo do boi magro e da ração.

O levantamento de intenções de confinamento do IMEA, feito em julho, revelou um acréscimo de 57% no volume a ser confinado no Mato Grosso quando comparado ao total do ano anterior. Com os custos da atividade já definidos, as margens projetadas tiveram um aumento significativo, atingindo R$ 750 por cabeça em São Paulo e no Mato Grosso do Sul, e R$ 300 por cabeça no Mato Grosso, onde a diferença de bases é maior.

Adicionalmente, a primeira previsão do adido do USDA na China para 2025 indica uma leve queda na produção interna de carne bovina e um crescimento mais moderado no consumo. Contudo, as importações devem crescer em 1,3%, somando 3,950 milhões de toneladas, o que representa uma perspectiva favorável para o Brasil como fornecedor. No mercado atacadista chinês, os preços da carne estabilizaram após uma queda, o que pode reduzir a pressão por uma diminuição nos preços de exportação brasileiros.

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