22/04/2015 16h46 – Atualizado em 22/04/2015 16h46
Por Álvaro Peixoto
Por: Gazeta do Campo
Está chegando o Dia do Boi, comemorado em 24 de abril, e pouco se ouve falar sobre essa data comemorativa. A comunicação nos dias atuais é um fator importantíssimo para gerar novos negócios, conhecimento, fortalecer marcas e aproveitar oportunidades, tanto na cidade como no campo. O curioso é que, na pecuária, poucos exploram o marketing estratégico do negócio, e quase nunca se divulgam os números expressivos do setor. Ao mesmo tempo, os consumidores querem cada vez mais saber a origem da carne que comem. As empresas, por sua vez, investem muito para garantir a qualidade de seus processos e podem fazer chegar essa informação ao cliente final.
Mas, e o Dia do Boi? Creio que ele se confunde com o dia do pecuarista.
Os resultados da pecuária brasileira são expressivos. Em 36 anos, nosso rebanho dobrou, passando de 102,5 milhões de cabeças para 204 milhões. Somos o maior exportador de carne bovina do mundo. O agronegócio continua a contribuir e manter o superávit de nossa balança comercial, tentando manter no azul o crescimento do PIB, através de safras recordes, apesar do pouco crescimento de área utilizada – que comprova que estamos produzindo mais, com o mesmo espaço, e ainda sim não conseguimos o reconhecimento por um setor sustentável, qualificado e seguro.
É preciso lembrar que os pecuaristas investem para garantir uma propriedade sustentável, nos mais altos níveis de produtividade e segurança alimentar. Hoje, vemos genética de qualidade para matrizes e reprodutores, manejo de solo e pastagem, sementes de qualidade, nutrição e saúde animal, tecnologia de aplicação de defensivos agrícolas, preservação de nascentes, adubação e manutenção de base, gestão de pessoas, rodízio de pastos, histórico de chuvas, controle da sanidade animal, controle financeiros, preocupação com o bem-estar animal, além de muitas outras atividades que garantem rentabilidade ao pecuarista. Quantos conhecimentos são exigidos e quantas decisões precisam ser tomadas!
De certo, há espaço para evolução e incremento de tecnologia. Sabemos que ainda há muito para melhorar no nosso setor. Mesmo assim, temos que reconhecer o empreendedorismo do pecuarista brasileiro e investir cada vez mais em qualidade e para que processos sejam criados em prol de uma pecuária cada vez mais sustentável e moderna. O marketing, visto de forma estratégica, e não apenas pela promoção, pode ajudar muito mais este setor, em plena expansão!
Por Álvaro Peixoto, Engenheiro Agrônomo e Gerente de Marketing da Cargill – Divisão de Nutrição Animal.