22.1 C
Dourados
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
- Publicidade-

Lideranças Terenas solicitam parceria com instituições de MS para promover evento indígena sobre agroecologia

- Publicidade -

17/07/2015 10h23 – Atualizado em 17/07/2015 10h23

Lideranças Terenas solicitam parceria com instituições de MS para promover evento indígena sobre agroecologia

Mato Grosso do Sul é o segundo Estado com a maior população
indígena do Brasil, de acordo com o último censo divulgado pelo IBGE, com
cerca de 72 mil indígenas (o primeiro, é o Estado do Amazonas, com quase
170 mil). Entre as etnias estão os Terena, índios que praticam a agropecuária –
as outras etnias em MS são Atikum, Guarani kaiowá, Guarani ñandeva, Guató,
Kadiwéu, Kiniquinau, Ofaié e Kamba (não reconhecida oficialmente).

A comunidade Terena, em busca da continuidade da prática de uma
agricultura e pecuária mais sustentáveis, solicitou uma reunião com instituições
estaduais para verificar a possibilidade de se promover um evento em 2016
para discutir a agroecologia na visão do Povo Terena. Entre as instituições
estão duas Unidades ecorregionais da Embrapa em MS – Embrapa
Agropecuária Oeste (Dourados) e Embrapa Pantanal (Corumbá) – a
Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (Uems), a Universidade Federal
de Mato Grosso do Sul (UFMS).

As Lideranças Terena das Terras Indígenas de Taunay/Ipeque
(Aquidauana), Lalima e Cachoerinha (ambas de Miranda, MS) aproveitaram a
Feira de Sementes Nativas e Crioula e Produtos Agroecológicos de Juti/MS,
em 11 de julho, para apresentar, nesse primeiro encontro, sua ideia inicial.

“Esse projeto envolve mulheres, jovens, anciões, rezadores e lideranças
tradicionais. O evento que queremos elaborar para 2016 se propõe a debater a
agroecologia dentro da ótica do Povo Terena, com abordagem mais ampla,
extrapolando o arco teórico ambiental e econômico, fortalecendo nossos
valores tradicionais”, explica Leosmar Terena, assessor regional do Projeto
Gestão Ambiental e Territorial Indígena (Gati).
Segundo ele, a proposta foi idealizada a partir da “Mobilização
Agroecológica Terena”, iniciada, em 2012 a partir da implementação do Projeto
Gati nas Terras Indígenas Taunay/Ipegue (Aquidauana), Cachoeirinha
(Miranda) e Lalima (Miranda).

Ainda nesta mesma linha de considerações, Leosmar Terena diz que
têm também a intenção de organizar uma Feira de Sementes Terena, no
mesmo evento, com o intuito de preservar as sementes tradicionais do povo
indígena. “As sementes são como patrimônio que resguarda nossa história,
fruto de um cuidadoso processo de seleção dos nossos ancestrais,
imprescindíveis para soberania alimentar e nutricional das nossas
comunidades”, enfatiza.

Para aprofundar as conversas iniciadas no evento de Agroecológico de
Sementes e de ouvir as propostas dos Caciques Terena, será realizada em 28
de julho de 2015, um encontro na Embrapa Pantanal (Corumbá/MS). Esse
encontro pretende reunir diversas instituições interessadas em apoiar o evento
“para definir diversos pontos, ainda, em aberto, para realização da iniciativa”,
diz Terena.

“Queremos nos unir com as demais etnias, universidades, instituições de
pesquisa, extensão rural, prefeituras e outros possíveis apoiadores para
construirmos de forma conjunta um projeto de futuro comum, criando caminhos
sustentáveis aos padrões atualmente dominantes de desenvolvimento”,
destaca o assessor do Projeto Gati, e ainda menciona: “Dentro desse contexto,
numa abordagem intercultural, conciliando os saberes tradicionais do povo
indígena com os saberes acadêmicos/técnicos, queremos apontar alternativas
que não prejudique o homem, a natureza e o futuro de milhares de crianças.”
Embrapa como parceira

A missão de Unidades de pesquisa da Embrapa ecorregionais é atuar
em função de demandas do bioma da Região brasileira em que estão
localizadas. Por esse motivo, as lideranças indígenas convidaram a Embrapa
Agropecuária Oeste e Embrapa Pantanal, entre as instituições de Mato Grosso
do Sul, para estar entre as parceiras no evento idealizado para 2016 e
promovido pelas lideranças indígenas.

“Nós da Embrapa Pantanal queremos saber mais sobre as demandas e
interesses destes Índios Terena sobre o tema agropecuário para que
possamos estudar a melhor forma de atendê-los dentro das nossas áreas de
atuação”, afirma Emiko Kawakami de Resende, chefe geral da Embrapa
Pantanal.

O pesquisador Auro Otsubo, chefe adjunto de Transferência de
Tecnologia da Embrapa Agropecuária Oeste, presente na reunião em Juti,
conta que é mais uma oportunidade de se abordar em conjunto “questões
técnicas, principalmente voltadas para a sustentabilidade  e que tenha
momento de trocas de experiências, sementes, saberes, sabores”, diz Otsubo,
que também menciona que a programação começará a ser discutida no dia 28
de julho, na Embrapa Pantanal.

Isso vem ao encontro de um dos focos de atuação da Embrapa
Agropecuária Oeste, como ressalta o pesquisador Guilherme Asmus, chefe
geral da Embrapa Agropecuária Oeste. “A Unidade trabalha para gerar
conhecimento por meio de tecnologias que ajudem no processo de
desenvolvimento regional agropecuário, respeitando as diferenças econômicas,
sociais e culturais. Sabemos a importância de se trabalhar com pesquisas que
gerem conhecimento para a população indígena, de forma sustentável,
respeitando seus valores culturais”.

Lideranças Terenas solicitam parceria com instituições de MS para promover evento indígena sobre agroecologia

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-