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Falta de boi para abate é o problema da pecuária de MS hoje, diz secretário

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20/07/2015 14h47 – Atualizado em 20/07/2015 14h47

A falta de bovinos prontos para o abate é o grande problema do setor frigorífico atualmente emMato Grosso do Sul e um dos principais fatores que levaram ao fechamento de 16 plantas em todo o estado nos últimos dois anos. A avaliação é do secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Econômico do estado, Jaime Verruck.

Verruck lembrou que em 2008 houve um grande abate nas matrizes do estado, o que fez com que os produtores tivessem dificuldades para recompor o rebanho e trouxe como reflexo a falta de animais em condições de serem abatidos para abastecer a indústria frigorífica local. “Todas as plantas do estado estão trabalhando como ociosidade. Em 2014 foram 300 mil animais a menos em condições de serem abatidos no estado e este ano o número deve cair ainda mais”, comentou.

O secretário apontou ainda que o fechamento de unidades frigoríficas nos últimos anos, sendo a mais recente a planta do Marfrig em Paranaíba neste fim de semana, que ocasionou a demissão de mais de 500 funcionários, não tem, em sua avaliação, correlação com a queda de demanda e citou como exemplos a abertura de novos mercados externos para a carne brasileira e sul-mato-grossense, como os Estados Unidos e a China e a ampliação dos já existentes, como o da Rússia, por exemplo.

“A questão central é realmente a falta de matéria-prima para essas indústrias. Demanda tem. O governo está, inclusive, conversando com o setor para saber se poderia adotar alguma medida que poderia auxiliá-los e as informações que recebemos é que o problema não tem nada a ver com carga tributária, que neste aspecto somos muito competitivos. Que o problema é realmente falta de boi e de vaca para o abate”, reiterou.

O secretário disse que neste cenário, em que ocorre falta de animais prontos para o abate e que o preço da arroba se valoriza cada vez mais, os criadores têm retido as matrizes, em razão do valor dessas fêmeas e para fazer a recomposição dos rebanhos e que a tendência no segundo semestre deste ano é a situação do setor não melhorar.

“Estamos com uma capacidade instalada de abates muito superior a capacidade de fornecimento de animais para estes abates. Então vai haver a médio e longo prazo um ajuste. O estado não deve retomar os volumes de abates nos patamares anteriores. A tendência hoje é de uma realocamento desses abates, da concentração em algumas unidades. Estamos conversando com algumas empresas e quando a quantidade de animais a disposição aumentar a tendência é que algumas delas até mesmo retomem as atividades, mas não todas”, ressaltou.

Momento de recuperação

Segundo o economista Aldo Barrigosse, neste momento de valorização da arroba, os criadores do estado estão se recuperando dos prejuízos que acumularam nos últimos anos. Ele destacou que além do abate de fêmeas que ocorreu no estado em 2008, outro fator que foi preponderante para a redução do rebanho do estado foi o aumento do custo de produção da atividade, o que fez com que muitos pecuaristas mudassem totalmente de atividade, investindo no cultivo de soja, de cana-de-açúcar ou mesmo de florestas plantadas, ou reduzissem a área dedicada a produção de bovinos.

“Vai haver naturalmente uma recomposição do rebanho, mas isso vai ocorrer com uma menor área de produção disponível. Desse modo o produtor vai ter que investir mais em tecnologia para produzir mais, em menor espaço e quantidade de tempo”, analisou.

Consumidor

Na outra ponta da cadeia, o consumidor do estado sente os reflexos deste momento do setor. Segundo o comerciante Telcio Imada Leal, que é proprietário de um açougue em Corumbá, município que tem o maior rebanho bovino do estado, em razão da alta nos preços da carne as vendas no seu estabelecimento caíram cerca de 40% nos últimos 12 meses. “A carne hoje é um produto caro. Descontada a inflação de cerca de 9% nesse período, o produto subiu em média em torno de 30%. Como reflexo disso o consumidor está deixando de consumir os cortes mais nobres, como o coxão mole e o contra filé, por exemplo, para comprar cortes mais baratos, como a costela, a ponta de peito, o músculo e a agulha”.

Fonte: G1

Foto: Divulgação

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