29/09/2015 15h49 – Atualizado em 29/09/2015 15h49
Nutrição e melhoramento genético podem aumentar oferta de animais para abate, avalia analista da Famasul
Em Mato Grosso do Sul, existe uma oferta adequada de bovinos, o que pode dar uma margem de segurança de animais prontos para o abate. Entretanto, para que isso de fato ocorra é fundamental a adoção de medidas como nutrição adequada, melhoramento genético e manejo de pastagens. A conclusão é do analista de pecuária do Sistema Famasul – Federação da Agricultura e Pecuária de MS, Guilherme Monteiro, feita durante palestra ministrada no 1º Simpósio Repronutri, realizado nesta quinta-feira (24), em Campo Grande.
Para um público de aproximadamente 250 pessoas, formado por produtores rurais, estudantes e profissionais do setor, Monteiro destacou o panorama da pecuária de corte no Estado, a relevância da adoção de novas tecnologias e a aplicação da pesquisa no campo. “Mato Grosso do Sul tem 36 plantas frigoríficas instaladas, com capacidade de abate de 23 mil cabeças ao dia. Entretanto, apenas 22 plantas estão em operação, com capacidade de abate de 16 mil cabeças”, destacou.
O Simpósio termina nesta sexta-feira (25) e é uma realização do Grupo Repronutri, formado por técnicos, produtores rurais e pesquisadores da Embrapa Pantanal, Embrapa Gado de Corte, Universidades Federal e Estadual de Mato Grosso do Sul (UFMS e UEMS), Universidade Anhanguera-Uniderp, Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Gênesis Reprodução Animal e Cia Pecuária. O evento tem o apoio do Sistema Famasul e tem como objetivo reunir pesquisadores, produtores rurais e técnicos para apresentar as inovações e novas tecnologias na pecuária e discutir as principais demandas do setor.
De acordo com os dados apresentados no evento pelo analista, a pecuária de corte ocupa uma área de 19,6 milhões de hectares, isso é equivalente a 55,1% das áreas agricultáveis no Estado, tendo a pecuária uma participação de 34,78% no VBP – Valor Bruto de Produção agropecuário de 34,78% projetado para 2015, com um crescimento de 8,24% nos últimos três anos. “Este resultado é fruto do investimento em tecnologia de reprodução, nutrição, melhoramento genético por parte do produtor rural”, acrescenta.
Outro ponto destacado pelo analista no evento foi o melhoramento e da certificação genética dos touros para a melhora do desempenho reprodutivo no setor. “Mato Grosso do Sul tem um déficit de 38 mil touros certificados por ano, ou seja, sem avaliação genética comprovada. É um mercado a ser conquistado, com informações sobre a importância da certificação”.
Para Guilherme Monteiro, eventos como o Simpósio podem auxiliar o produtor na tomada de decisões sobre investimentos na pecuária. “Acende uma luz ou coloca uma interrogação na cabeça do produtor e isso pode fazer com que mudanças ocorram no setor a curto, médio e longo prazo”. Segundo o analista, a pesquisa e a tecnologia podem melhorar a renda do pecuarista, de forma sustentável.
Após a palestra, o analista da Famasul participou de uma mesa redonda com os demais palestrantes e com a participação do público, onde apresentou o Sigabov, módulo desenvolvido pelos técnicos da Famasul e que integra a plataforma do Siga/MS – Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio de MS.