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sexta-feira, 1 de novembro de 2024
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Lavoura, pecuária e floresta na mira de produtores da região sul de MS

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16/12/2015 15h35 – Atualizado em 16/12/2015 15h35

A adoção de sistemas sustentáveis de produção nas propriedades rurais de
Mato Grosso do Sul pode e precisa ser ampliada. Segundo pesquisador Júlio
Cesar Salton, da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), ainda existem
propriedades que realizam o monocultivo da soja ao invés da rotação de
culturas, o que intensifica os problemas sanitários, aumenta o custo de
produção e deixa a produtividade média da cultura estagnada em MS. Soma-se
a isso, o fato de ainda existir milhões de hectares de pastagens degradadas no
estado.

Esse tema foi debatido por pesquisadores da Embrapa e técnicos da Copasul
com cerca de 80 inscritos – entre técnicos, produtores rurais, estudantes e
professores de ciências agrárias, no Dia de Campo “Sistemas integrados de
produção agropecuária (Integração Lavoura-Pecuária e Integração
Lavoura-Pecuária-Floresta)”, realizado em 9 de dezembro. O evento foi na
Fazenda Copasul II, onde estão os experimentos da Embrapa Agropecuária
Oeste (que somam uma área de 31 hectares).

Para o superintendente da Copasul, Gervásio Kamitani, a possibilidade de
melhorar a produção de carne da região de Naviraí associada a produção de
grãos deve ser aproveitada pelos produtores. “É uma grande oportunidade de
aumentarmos a produção de carne, investir na produção de culturas e
diversificar sem perder de vista a sustentabilidade”, disse Kamitani.

Antônio Oliveira, superintendente de planejamento da Secretaria de Produção
e Agricultura Familiar de MS (Sepaf/MS), representando o secretário Fernando
Lamas, lembrou que o governo do Estado vai colocar em prática, em 2016, o
Programa de Recuperação de Pastagens Degradadas. Entre as ações do
programa, estão financiamentos por meio do FCO, entre outros; instalação e
ampliação de armazéns e capacitação continuada. “Este modelo de Dia de
Campo, como o realizado pela Copasul e Embrapa, é um exemplo de
transferência de tecnologia que pode e deve ser adotado”, avaliou Oliveira.

O pesquisador Guilherme Asmus, chefe geral da Embrapa Agropecuária Oeste
(Dourados, MS), falou que ainda existe vazio demográfico e vazio tecnológico
em Mato Grosso do Sul, mas que devem ser vistos como oportunidade para o
desenvolvimento do estado. “Estamos em um estado que possui cerca de dois
milhões de habitantes. Estamos indo bem, mas ainda temos espaço para mais
desenvolvimento. E devemos colocar em prática as tecnologias que estão ao
dispor para o setor agropecuário e buscar sistemas de produção adequados à
realidade regionais”, afirmou.

Lavoura, pecuária e floresta

Muitas áreas de pastagens da região de Naviraí estão degradadas e precisam ser
recuperadas. O cultivo da soja integrado ao sistema, no mínimo, cobre os custos da
recuperação dos pastos. Porém, só é viável cultivar a soja em Sistema Plantio Direto
(palha e correção). Mas para o sistema plantio direto ser eficiente, é preciso ter uma
boa pastagem, por isso o mais indicado é realizar a integração lavoura-pecuária.

No caso da região de Naviraí, a indicação é o Sistema São Mateus: correção química
e física do solo com formação de palhada para o plantio direto da sequência
soja/pasto/pasto/soja…

Com a integração lavoura-pecuária (ILP), a temperatura é mais amena devido a
palhada que está no solo. Na integração lavoura-pecuária-floresta (ILP), além desse
benefício, a árvore contribui para amenizar a temperatura. Esse fator é importante,
principalmente nos chamados veranicos, que são os períodos de chuvas irregulares.
Quanto menos a temperatura do solo e da planta, menor a evapotranspiração.
Outro benefício da ILP/ILPF é a redução na emissão de gases de efeito estufa.

Nesses sistemas, existe o acúmulo de carbono no solo e árvores, reduzindo sua
emissão para atmosfera; não há perdas de solo por erosão; diminui-se o tempo de
abate dos animais (ou seja, menor emissão de metano para atmosfera); potencializa-e
o uso de insumos, como fertilizantes, combustível, sal mineral, pesticidas, entre outros;
aumenta-se a produtividade com menor emissão de gases de efeito estufa por quilo de
produto.

Realização

A realização do Dia de Campo foi da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS),
Embrapa Gado de Corte e Cooperativa Agrícola Sul Matogrossense (Copasul –
Naviraí, MS). O evento faz parte de uma das atividades do Projeto Integração
Lavoura-Pecuária/Rede de Fomento em ILPF.

Lavoura, pecuária e floresta na mira de produtores da região sul de MS

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