11/04/2016 12h31 – Atualizado em 11/04/2016 12h31
Desde o ano 2000, a produção leiteira no Brasil cresceu 104%, um recorde entre todos os demais países. Quinto maior produtor do mundo, o país também tem um preço médio 18% superior frente a outros países exportadores (como EUA, Argentina, Chile e Uruguai), o que mostra como o produto nacional é valorizado lá fora. Contudo, a produtividade no segmento leiteiro ainda é um desafio para o Brasil, em função da alta carga de tributos e dos custos trabalhistas e sociais.
Este panorama – e as dicas para aumentar a produção de leite no país – é destaque do boletim de tendências produzido pelo Sistema de Inteligência Setorial (SIS) do Sebrae.
Quando falamos em produtividade, devemos lembrar que vários fatores são determinantes para este indicador, como a alimentação do rebanho (em quantidade e qualidade) e a administração do negócio (que deve ser eficiente no uso dos recursos e competitivo para enfrentar a concorrência do mercado mundial). No Brasil, a região Sul lidera o setor leiteiro em termos de volume e de produtividade. Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina respondem por mais de um terço (34,7%) da produção nacional. A produtividade em Santa Catarina (2,8 mil litros em média por vaca), por exemplo, chega a ser 80% maior do que a média nacional.
Na comparação com quatro países que são referência neste setor (EUA, Alemanha, Nova Zelândia e Argentina), o Brasil possui uma estrutura de produção pulverizada, com número alto de animais mas baixa produção individual por animal e fazenda. Em relação aos dados de mão de obra do leite, o país perde em quesitos como produtividade por homem, salário e custo da mão de obra (o que poderia ser uma vantagem competitiva se perde devido à produção abaixo da média dos demais países).
Para qualificar esses resultados na indústria leiteira do país, o relatório do SIS/Sebrae recomenda um trabalho não só técnico mas pessoal e diário nas fazendas:
· Qualifique seus colaboradores por meio de programas, cursos e treinamentos além de instruções informais durante o trabalho;
· Motive, com palestras ou cursos externos, criando um ambiente de bem-estar, respeito e liberdade;
· Crie metas diárias e bonifique os colaboradores que atingirem os resultados. A pecuária leiteira exige atenção desde o amanhecer e anoitecer.
· Profissionalize a fazenda, instalando rotinas colaborativas baseadas em indicadores, metas e planilhas com bases em dados. É um processo desafiador, mas que levará o negócio à frente de outros concorrentes, já que ainda predomina no setor rotinas arcaicas de gestão
· Vá além da técnica na hora de contratar. Busque conhecer as pessoas a o quanto estão dispostas a crescer profissionalmente.
Um bom exemplo de aumento de produtividade está em Bom Despacho (MG), onde o empresário e gestor da Fazenda Gurita, Paulo Gontijo, procurou cursos de aperfeiçoamento gerencial para aplicar na propriedade. Os funcionários são motivados por metas, orientações diárias e um ambiente de bem-estar e respeito e, com isso, conseguiram aumentar de 17 para 18 litros a produtividade por vaca/dia com a mesma equipe de 11 pessoas. Em Goiânia (GO), o pecuarista Gilsoney Tiago da Silva participou do Programa Empreendedor Rural (PER), do Sebrae, e com informações sobre gestão do conhecimento e desenvolvimento pessoal, levou sua fazenda a aumentar a produção de 200 para 1,5 mil litros de leite por dia.
Outras ações recomendadas pelo SIS/Sebrae:
· Procure o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar) para qualificar e profissionalizar sua fazenda;
· Leia o artigo sobre as formas de incentivo a funcionários para a atividade leiteira e procure opções que se adaptem a realidade da sua fazenda
· Fique atento aos cursos oferecidos pelo Sebrae. Procure opções voltadas ao desenvolvimento de pessoas e de gestão e planejamento;
Fonte: Agrolink