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Escassez pode impulsionar preços internacionais de açúcar

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09/05/2016 10h24 – Atualizado em 09/05/2016 10h24

A escassez de açúcar nos EUA e na União Europeia pode impulsionar os preços globais do produto se autoridades permitirem mais importações, afirmam traders europeus. Para proteger suas indústrias, a UE e os EUA cobram impostos sobre as importações, mas podem aceitar remessas adicionais do exterior se os estoques estiverem baixos.

Como a oferta de açúcar de cana nos dois mercados está muito reduzida, a alta dos preços do produto fez com que a indústria pedisse medidas excepcionais. Nos EUA, a escassez de açúcar resulta de uma mudança no gosto dos consumidores. As empresas de alimentos especializadas em produtos naturais estão evitando cada vez mais o açúcar feito de beterrabas, que, nos EUA, são quase todas geneticamente modificadas.

No mercado interno, os preços futuros de açúcar bruto de cana subiram 6% neste ano, para cerca de 27 cents por libra-peso. Já os preços de açúcar refinado de beterraba caíram 15%, para 30 cents/lb. Para dar conta da demanda, as refinarias norte-americanas pediram autorização para importar, com uma tarifa reduzida, centenas de milhares de toneladas de açúcar bruto.

De acordo com especialistas do setor, há expectativa de que antes do fim de junho o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) intervenha para melhorar o abastecimento no mercado interno. Os EUA podem importar mais açúcar de 40 países sob um sistema tarifário ou permitir importações adicionais do México dentro de um acordo de livre comércio, afirma o economista Tom Earley, da Agralytica.

Na Europa, a falta do produto decorre de uma safra menor de beterraba. Uma diminuição da área plantada e o clima desfavorável reduziu a produção em 24% na temporada 2015/2016, de acordo com a Comissão Europeia. O açúcar refinado já chega a custar mais de 600 euros (US$ 692,48) a tonelada em alguns países do bloco, segundo traders.

Os contratos de açúcar refinado negociados na bolsa de Londres (ICE Futures Europe) estão próximos de US$ 460 a tonelada. Especialistas aguardam medidas das autoridades europeias ainda este mês para aumentar, também com uma tarifa reduzida, a quantidade de açúcar que pode ser importada para os países-membros da UE. A perspectiva de exportações adicionais para os países da União Europeia contribui para um sentimento altista no mercado de açúcar, afirma Nick Penney, da Sucden.

Fonte: Estadão Conteúdo

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