09/05/2016 10h44 – Atualizado em 09/05/2016 10h44
A combinação entre excesso de chuvas durante o período de plantio e estiagem no mês de abril reduziu o potencial produtivo das lavouras da segunda safra de milho da região de Dourados, em Mato Grosso do Sul. Isso foi o que constatou a Equipe 9 do Rally da Safra 2015/2016, único levantamento de safra técnico privado. Agricultoresprojetam que a colheita será significativamente menor do que a do ano passado.
De acordo com José Tarso Rosa, tesoureiro do Sindicato Rural de Dourados e que cultiva 700 hectares na região de Laguna Carapã, as lavouras que foram semeadas mais cedo, em janeiro, sofreram com o excesso de chuvas no período de plantio. Mais tarde, em abril, as plantações ficaram cerca de 20 dias sem precipitações, o que prejudicou praticamente todas as lavouras, informou Rosa.
O presidente do sindicato, Lucio Damalia, disse que o plantio na região de Dourados se estendeu de janeiro até o início de abril. Assim, a falta de chuva pegou o milho em diversos estágios de desenvolvimento. “A safra está ruim, tivemos muitos problemas com o clima e, agora, para as áreas que foram semeadas mais tarde, ainda temos a possibilidade de geadas”, disse.
Conforme revelou Damalia, alguns produtores abandonaram parte das lavouras. Ele ponderou, contudo, que as últimas lavouras que foram semeadas podem reverter parte dos danos se voltar a chover de forma regular.
A Agroconsult estima que o rendimento médio das lavouras no Estado será menor do que o do ano passado. A mais recente projeção é de que serão colhidas 85 sacas por hectare na safra atual, ante 94 sacas por hectare no ciclo anterior. Em palestra a produtores, Fabio Meneghin, sócio analista da Agroconsult, alertou que o número pode ser revisado para baixo novamente pela consultoria. “De acordo com o que a equipe observou no campo, este número deve ser reduzido”, disse ele.
Com 800 hectares semeados com milho safrinha no município de Laguna Carapã, o agricultor Luiseu Bortoloci, estima que terá produtividade ainda menor, entre 50 e 70 sacas por hectare, a depender da área. No ano passado, em média, Bortoloci colheu 90 sacas por hectare. “Ficou sem chover por quase 30 dias, isso causou muito prejuízo”, lamentou ele.
Fonte: Estadão Conteúdo