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segunda-feira, 18 de novembro de 2024
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Brasil deve ter condições de produzir pescado com qualidade, diz Dilma

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09/05/2016 11h23 – Atualizado em 09/05/2016 11h23

A presidente da República, Dilma Rousseff, disse neste sábado (7/5), que o governo pretende incentivar a produção de pescado em propriedades de todos os tamanhos. E que o papel da Embrapa Aquicultura e Pesca será dar as condições necessárias para o país se torne um grande produtor e exportador do produto. Ela fez a afirmação durante a cerimônia de inauguração da sede da divisão da Embrapa, em Palmas, capital do estado de Tocantins.

“Além de reserva de água doce, temos um litoral de mais de 8 mil quilômetros, mas, estranhamente, esse país cheio de água importa peixe. A gente quer que se produza peixe na agricultura familiar, nos assentamentos, em unidades médias desse país e também em larga escala. Daí a importância de criar condições de produzir com melhor qualidade. Aqui vai se gerar uma grande onde de crescimento da produção de peixes em todo o Brasil”, disse.

A Embrapa Aquicultura e Pesca existe desde 2009, mas não tinha uma sede própria. De acordo com o governo federal, no novo local, serão desenvolvidas pesquisas de abrangência nacional e também regional, com foco na região do Matopiba (confluência entre os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia).

Durante a cerimônia, foi assinado um convênio que prevê investimentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) em pesquisa feitas pela Embrapa Aquicultura e Pesca. Segundo o Palácio do Planalto, o valor total é de R$ 57 milhões, 80% do BNDES, 10% do Ministério da Agricultura e outros 10% do orçamento da própria Embrapa. Os projetos relativos ao convênio devem ser desenvolvidos em quatro anos.

O presidente da Embrapa, Maurício Lopes, destacou que o projeto faz parte do plano de fortalecimento da empresa, lançado em 2008 e conhecido como PAC Embrapa. E reforçou a expectativa de que o trabalho a ser desenvolvido na unidade ajude a tornar o Brasil autossuficiente e exportador de pescados. “Com esses recursos (do BNDES), vamos deslanchar e rápido”, previu Lopes.

A ministra da Agricultura, Kátia Abreu, destacou a importância da pesquisa para incentivar a produção e a oferta de produtos com preço mais acessível para a população. “A exemplo de outros produtos, damos as boas vindas aos outros países, mas temos condições de ser autossustentáveis. Queremos que o peixe seja um produto popularizado e tudo começa pela pesquisa”, declarou.

Matopiba
Também durante a cerimônia, foi assinada a criação da chamada Agência Matopiba, com o objetivo de impulsionar o desenvolvimento da região, chamada pela presidente Dilma Rousseff de “última grande fronteira agrícola do país”. Foi apresentado também um plano diretor para a região, projeto que contou com apoio de empresas privadas.

“Esses quatro estados (Maranhão, Piauí, Tocantins e Bahia) têm um enorme potencial de crescimento. É uma das poucas grandes regiões que restam no mundo como fronteira agrícola a ser explorada. Temos aqui o que á de melhor: solo adequado e uma infraestrutura que está em conclusão”, afirmou Dilma.

Representante da Freedom Partners, um dos apoiadores do plano diretor para a região, Bruno Cabral Isidoro, destacou que apesar dos seus 73 milhões de hectares de área, o Matopiba é uma região que esteve à margem da economia do Brasil. No entanto, nos últimos anos, tem registrado avanços que considerou significativos, baseados, especialmente, em vantagens competitivas e logísticas.

“Acreditamos que essas vantagens vão continuar a pautar o crescimento do Matopiba nos próximos anos”, disse. Isidoro apresentou projeções que apontam para uma safra de grãos de 43 milhões de toneladas na região até o ano de 2035.

Segundo ele, o potencial de investimentos na região varia de R$ 29 bilhões a R$ 66 bilhões, o que espera vir majoritariamente da iniciativa privada. Além de questões de infraestrutura e logística, destacou a necessidade de investimentos em áreas fundamentais como saúde, educação e acesso ao saneamento básico na região.

“Essa posição menos favorável do Matopiba hoje não deve ser motivo de descrédito para a região. A trajetória de outras regiões agrícolas no passado mostra que é possível desenvolver a região do Matopiba nos próximos anos”, avaliou Isidoro.

Fonte: Revista Globo Rural

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