22.8 C
Dourados
quarta-feira, 23 de outubro de 2024
- Publicidade-

Agroecoindígena 2016 acontece em Miranda

- Publicidade -

01/06/2016 11h22 – Atualizado em 01/06/2016 11h22

Nos dias 3 e 4 de junho, acontece em Miranda, no Parque de Exposição 16 de
julho, a 1ª edição do Agroecoindígena. O evento, com forte protagonismo
indígena, terá como tema "Fortalecendo a Agroecologia em Terras Indígenas
(TI) do Pantanal Sul-mato- grossense" e busca a promoção da autonomia
indígena, proporcionando um espaço para se refletir a gestão sustentável dos
territórios indígenas a partir do diálogo entre a ciência indígena e a acadêmica.
O evento também pretende fortalecer os princípios e filosofia da agricultura
tradicional Terena, por exemplo, por meio de Sistemas Agroflorestais
Biodiversos (SAFs) nas comunidades indígenas do Estado. Além disso, o
evento pretende dar visibilidade as ações desenvolvidas pelos indígenas na
conservação do Pantanal, promovendo o diálogo de saberes e fortalecendo as
práticas sustentáveis.

Para o coordenador do evento, o Biólogo da etnia Terena, Leosmar Antonio, o
Agroecoindígena pretende valorizar os conhecimentos tradicionais indígenas
no âmbito das Ciências da Terra, nasceu a partir da necessidade de se garantir
um espaço onde se pudesse pautar questões específicas dos Povos Indígenas.
Pretendemos reunir diversos indígenas, e através da nossa experiência
histórica de relação com a terra, da nossa sabedoria tradicional, em conjunto
com os parceiros institucionais e sociedade de maneira geral, queremos
contribuir para apontar novos caminhos diante de inúmeras crises que nos
afetam, explica ele.

A Prefeita de Miranda, Juliana Pereira Almeida de Almeida, acredita que o
protagonismo indígena é um tema central para cidade, considerando o
tamanho da população indígena local. O evento vem de encontro às nossas
políticas de fomento para o desenvolvimento de atividades econômicas e de
subsistência que possam ser desenvolvidas nas aldeias, gerando renda,
melhorando a qualidade de vida das comunidades indígenas sem, contudo,
desrespeitar as tradições, disse ela.

O Chefe Geral da Embrapa Agropecuária Oeste, Guilherme Lafourcade Asmus,
destaca a importância da participação da instituição em atividades
desenvolvidas em parceria com os indígenas. Como uma Unidade
Ecorregional temos um compromisso de desenvolver pesquisas que
contribuam com a sustentabilidade agrícola de toda a área de abrangência da
Unidade, independente da escala de produção desses agricultores, salienta
ele.

Ele explica ainda que área de abrangência da Unidade, conta com a presença
da etnia terena, que são indígenas que possuem tradições agrícolas, onde
estão sendo desenvolvidas pesquisas há alguns anos. Esse é um evento
importante, pois possui uma abrangência regional. O evento gera uma
oportunidade de divulgar técnicas agrícolas adequadas às necessidades dos
indígenas e que tragam maior eficiência à produção e que agreguem valor ao
trabalho desenvolvido nas aldeias, enfatizou Guilherme.

O Chefe Adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Agropecuária
Oeste, Auro Akio Otsubo, reforça que a participação da Embrapa nesse evento
reforça o protagonismo e a importância das pesquisas que estão sendo
desenvolvidas junto a comunidade indígena de Miranda pela Unidade. Essas
atividades geraram resultados positivos para a comunidade, tanto por meio da
capacitação de indígenas, alguns inclusive realizaram estágios na Embrapa,
outros participaram de cursos e de Dias de Campo. Isso demonstra que esses
indígenas estão interessados nas tecnologias transferidas que aprenderam,
praticaram, estão inovando e querem obter mais conhecimentos. Agora
desejam proporcionar oportunidades de dividir com outros indígenas e esse
evento é resultado disso, acrescenta Auro.

Várias práticas de manejo utilizadas pelas comunidades indígenas daquela
região foram repassadas pela equipe da Unidade, dentre elas: rotação de
culturas, uso de adubos verdes, conhecimentos sobre componentes biológicos
do solo, estratégias de manejo de solo, arranjos de plantas em SAFs,
implantação e manejo de SAFs, disse Auro. Segundo ele, essa é uma
oportunidade organizada e demandada pelos próprios indígenas que pretende
consolidar as práticas agropecuárias que ele já aprenderam e compartilhar
conhecimentos com outras etnias. A expectativa é que esse evento sirva como
exemplo para que indígenas de outras regiões comecem a promover trocas
como essa, explica ele.

A expectativa do evento é de reunir cerca de mil participantes, entre indígenas,
pesquisadores, técnicos, extensionistas, estudantes e professores envolvendo
todo o município de Miranda onde concentram nove aldeias. Também estão
sendo esperados indígenas de outros municípios do Mato Grosso do Sul:
Dourados, Nioaque, Aquidauana, Sidrolândia, Dois Irmãos do Buritis, entre
outros.

A Embrapa Agropecuária Oeste e Embrapa Pantanal estão trabalhando como
uma das instituições organizadoras do evento. O evento é uma realização do
Coletivo Ambientalista Indígena de Ação para Natureza, Agroecologia e
Sustentabilidade (Caianas), composta por anciãos, homens, mulheres, jovens e
lideranças indígena de Terra Indígena (TI) Cachoeirinha , em parceria com
diversas instituições. Subsecretaria de Políticas Públicas para População
Indígena (SPPPI), Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural
(Agraer), Secretaria de Agricultura Familiar (Sepaf), Projeto Gestão Ambiental e
Territorial Indígena (Gati), Instituto Terena de Educação Intercultural, Prefeitura
Municipal de Miranda, Funai, IFMS, UEMS, UFMS, UFGD, Programa Rede de
Saberes “Permanências de Indígenas no Ensino Superior”.

Programação – O 1º Agroecoindígena reúne alguns seminários e encontro.
Sendo os Seminário de Sistemas Agroflorestais Indígenas e o Seminário de
Concepções para o Curso Superior em Agroecologia Indígena (contando com a
participação de representantes de todos os órgãos parceiros entre eles: IFMS,
UFMS e UFGD). Serão realizadas as primeiras edições dos seguintes
Encontros: “Encontro de Agricultores e Agricultoras Indígenas”, “Encontro dos
Xamãs Indígenas”, “Encontro de Concepção do Curso superior de
Agroecologia Indígena”, haverá ainda a primeira edição da “Feira de
Etnovariedades”.

Serão oferecidas 10 oficinas focadas para técnicas e práticas de interesse com
variados temas, além de giro etnotecnológico (visitação nas aldeias locais), que
consistem em visitas e conversas nos locais de Unidade Produtiva familiar,
Escola Indígena e Unidade Demonstrativa Agroecológica giro tecnológico
(visitação nas aldeias locais), que consistem em visitas e conversas nos locais
de plantio e de desenvolvimento na comunidade.

SERVIÇO:

1º Agroecoindígena 2016 – “Fortalecendo a Agroecologia em Terras Indígenas
do Pantanal Sul Matogrossense”
Data: 3 e 4 de junho de 2016
Local: Parque de Exposições 16 de Julho – Miranda/MS

Agroecoindígena 2016 acontece em Miranda

Veja também

- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade -
- Publicidade -

Últimas Notícias

- Publicidade-