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quarta-feira, 30 de outubro de 2024
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Tratos culturais melhoram produtividade da cana-de-açúcar

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07/06/2016 10h45 – Atualizado em 07/06/2016 10h45

Quase 200 técnicos de usinas de cana-de-açúcar comparecem ao evento na Embrapa Agropecuária Oeste intitulado “2º Seminário: Tratos Culturais – Soqueiras em Cana-de-Açúcar”, em 2 de junho. O seminário, realizado pela Biosul (Associação dos Produtores de Bioenergia do Mato Grosso do Sul) e Embrapa Agropecuária Oeste, foi no auditório da Embrapa Agropecuária, das 8h30 às 17 horas. A organização do evento foi da TCH Gestão Agrícola.

O consultor de gestão agrícola para produção de cana-de-açúcar da TCH, José Trevelin Junior, disse que, assim como o primeiro ciclo de seminários agrícolas, em 2015, este segundo ciclo contará com cerca de cinco seminários. “São diversos assuntos que precisamos debater ao longo do ano”. Representando Roberto Hollanda, presidente da Biosul, Erico Paredes, assessor técnico da Biosul, disse que o desafio atual é voltar ser competitivo no mercado. “Só a pesquisa vai nos ajudar a voltarmos a ter produtividade; e o interesse de vocês [técnicos das usinas] é muito importante. Sem dúvida, este é o maior quórum de presença de todos os seminários que já realizamos. É o reflexo do evento que vem mostrando resultados e se consolidando”, falou Paredes.

O chefe de P&D da Embrapa Agropecuária Oeste, o pesquisador Harley Nonato de Oliveira, considerou que as pecualiaridades de Mato Grosso do Sul para a cana-de-açúcar são conhecidas a fundo por cada um dos técnicos que trabalham nas usinas. “Esse evento traz à luz discussões e troca de experiências de todos que participam da cadeia produtiva. O fruto das pesquisas nesta área é o resultado das demandas levantadas pelo setor da cana em reuniões já realizadas na Embrapa Agropecuária Oeste. O objetivo final é sempre enriquecer e fortalecer a cadeia produtiva”, concluiu.

Uma das demandas do setor, especificamente para este ano, foi a situação do tempo e do clima para 2016 em Mato Grosso do Sul. A intensidade e quantidade de chuva desde novembro de 2015 tem deixado o setor produtivo da cana-de-açúcar apreensivo. Com informações compiladas de previsões do tempo, a partir de dados de diversos institutos nacionais e internacionais que realizam previsão do tempo, o pesquisador Claudio Lazzarotto apresentou as probabilidades de junho a outubro de 2016.

Segundo Lazzarotto, o fenômeno El Niño está terminando e disse que o volume e a distribuição de chuvas como ocorreu não é o normal dentro das estatísticas ao longo do ano e não deve causar preocupação. “Este ano, as previsões acertaram em cheio de janeiro a maio. Se continuarem assim, o que os institutos estão prevendo é que tenha pouca chuva de junho a outubro”, disse. O que animou Trevelin: “Não precisamos de mais chuva”.

As geadas costumam ser um problema nos meses de maio, junho e julho, períodos de maior risco de ocorrência do fenômeno, e por isso também preocupam os técnicos das usinas. Mas, de acordo com as previsões pesquisadas por Lazzarotto, não existe probabilidade para este ano. “Mas se ocorrer será em um período em que a cana já estará mais alta, não tendo problema”.

Já o pesquisador Cesar José da Silva, da Embrapa Agropecuária Oeste, falou sobre recolhimento da palha X escarificação de Soqueiras. Na pesquisa, estão sendo comparados o sistema convencional de plantio, o sistema duplo convencional de plantio e o sistema plantio direto. Os experimentos estão em duas fazendas de Mato Grosso do Sul: Fazenda São Marcos (iniciado na safra 2011/12) e Fazenda Caçula (iniciado na safra 2012/13).

Com os resultados parciais de pesquisa em renovação de canavial, a sugestão do pesquisador é deixar pelo menos metade da palha residual sobre o solo; fazer a escarificação das soqueiras para maior produção e longevidade dos canaviais – avaliar cada talhão de acordo com as características locais. “Em situações onde não há limitação química ou física, sugere-se avaliar a adoção do Sistema Plantio Direto para as culturas de renovação e cana em sucessão”, disse, lembrando que ainda não são recomendações, porque as pesquisas ainda estão em andamento e precisam fechar o ciclo completo da cana para obterem resultados finalísticos.

Quanto às alternativas para melhorar a eficiência da adubação mineral e orgânica em cana-de-açúcar, o engenheiro agrônomo do Centro de Tecnologia Canavieira (CTC), Claudimir Penatti, enfatizou que o nutriente é um dos fatores essenciais para o desenvolvimento da cana-de-açúcar. “A cana-de-açúcar é a terceira cultura que mais demanda nutriente – 15%. A primeira é a soja, 35% e a segunda é o milho, 22%”, informou Penatti.

Outro ponto destacado foi o momento do plantio. “Às vezes, a adubação foi feita de forma adequada e o problema não foi a distribuição do adubo, mas o plantio em um solo compactado. É claro que o nutriente não será absorvido adequadamente, porque a raiz não consegue se aprofundar”, mencionou, alertando que 70% da compactação do solo já começa na operação do plantio.

O engenheiro agrícola da HidroEng, Osvaldo Arce de Brito, falou sobre o uso de fertilizantes dissolvidos na própria água de irrigação, a chamada fertirrigação. Segundo ele, os resultados são economia em adubação mineral; melhoria contínua no condicionamento do solo; ganhos de produtividade; ganhos de longevidade; destinação final racional da vinhaça; garantindo assim um sistema de produção com maior sustentabilidade.

Rogério do Nascimento, gerente agrícola da RCN Produção Agrícola, falou sobre a gestão aplicada aos tratos culturais. Entre os diversos fatores, ele falou como um gestor deve fazer o planejamento estratégico, tático e operacional, (check list pré-operação, pós-operação, maquinários, EPIs, organização da logística e o posicionamento dos recursos), padronizar as atividades investindo em treinamentos, realizar o monitoramento das ações por meio de acompanhamento, apoio e identificação de oportunidades, entre outros tópicos. Nascimento destacou a necessidade de ajustes no processo, para “garantir que todos estejam alinhados e realizando o processo da forma correta, eliminar falhas do processo, e estar preparado para diversas situações e decisões que terão que ser tomadas no processo”, disse.

Lucas Perim, da Dow Agrosciences falou sobre o resultado de um herbicida da empresa no manejo de plantas daninhas; e Augusto Monteiro, da Bayer, ministrou palestra sobre produto da multinacional como inovação no manejo de ervas daninhas.

Fonte: Embrapa

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