07/06/2016 11h05 – Atualizado em 07/06/2016 11h05
As exportações do complexo soja e milho pelos portos do Arco Norte saltaram de 7 milhões de toneladas em 2009, para 19,4 milhões de toneladas em 2015. Apesar desse aumento, 80,4% da produção de grãos, acima do paralelo 16, ainda é exportada pelos portos de Santos e Paranaguá, que cresceu nesse mesmo período, de 56 milhões de toneladas para aproximadamente 105 milhões de toneladas. Os dados foram apresentados no l Fórum Internacional de Logística e Modais, na 5ª edição do Rondônia Rural Show, realizada na última semana em Ji-Paraná.
Para a assessora técnica da Comissão de Logística e Infraestrutura da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Elisangela Pereira Lopes, o aumento do embarque de grãos, principalmente em Belém (PA) e Itaqui (MA), demonstra um avanço nas políticas de incentivo do setor, mas que ainda não é suficiente para ampliar a capacidade de escoamento e diminuir o custo dos produtores com o transporte, que aumenta, por conta da falta de infraestrutura em rodovias, ferrovias e hidrovias.
De acordo com a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec), os custos com transporte da lavoura até o porto de embarque, no Brasil, apresentaram um aumento de 228,6% de 2003 a 2013. “A mudança da produção para o Centro-Norte do país – região desprovida de infraestrutura e logística adequada – eleva o custo operacional em até 30%”, afirmou a assessora. Segundo dados do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), apenas 12% da malha rodoviária brasileira é pavimentada. Desse valor, 60% estão em condições regular, ruim ou péssima.
Os dados da Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), de 2014, apresentado por Elisangela Lopes durante o evento, faz uma simulação do custo do transporte da produção escoada para os portos do Sul e Sudeste. Atualmente, a produção de soja que sai pelas rodovias de Sorriso, em Mato Grosso, com destino a Santos, (SP), custa US$ 126 a tonelada. Se fosse utilizada a BR-163, de Sorriso a Miritituba, (PA), com transbordo até os portos de Belém, o valor seria reduzido para US$ 80 a tonelada.
Fonte: CNA