10/06/2016 11h42 – Atualizado em 10/06/2016 11h42
Ontem, 9, pelo quarto dia consecutivo, tanto no interior de São Paulo como em Minas Gerais, o frango vivo obteve novo ajuste de preços, desta vez de cinco centavos em relação ao dia anterior nas duas praças. Com isso a cotação do produto paulista passou para R$2,70/kg e a do mineiro para R$2,80/kg.
Embora nos dois mercados o preço alcançado permaneça cerca de 10% abaixo daquele registrado nos primeiros dias de 2016, os ganhos mensais e anuais são expressivos. Em relação ao mês anterior chega a 8% em São Paulo e a 12% em Minas Gerais. Já em comparação ao mesmo dia do ano passado são, respectivamente, 12,50% e 16,67% superiores.
Mas nada disso é suficiente frente à elevação dos custos. Para comprovar, tome-se como exemplo, apenas, a explosão de preços do principal insumo do frango, o milho.
Nos últimos 10 anos (2006/2015), o preço alcançado pelo frango vivo adquiriu, em média, perto de 4,5 kg de milho. Mas neste instante, com o milho comercializado por R$56,00/saca (média CIF no interior de São Paulo), o frango vivo adquire não mais que 64% desse valor.
Levando em conta que é o milho a matéria-prima que mais onera o custo do frango e supondo-se que seu preço acompanhasse a média histórica, chega-se à conclusão de que o frango vivo deveria estar sendo comercializado, atualmente, por cerca de R$4,20/kg.
Naturalmente, o milho não representa 100% do custo do frango. Além disso, outros custos também se elevaram e devem ser reputados ao calcular-se o valor de venda ideal. Mas está claro que, independente dos recentes reajustes, o preço pago pelo frango vivo permanece extremamente defasado.
Menos mal: a oferta, agora, é deficitária e, por isso, as altas devem prosseguir.
