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quinta-feira, 28 de novembro de 2024
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Brexit pode reforçar protecionismo irlandês contra carne, diz Informa FNP

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27/06/2016 11h54 – Atualizado em 27/06/2016 11h54

Os grupos irlandeses que tentam proteger o mercado local contra a entrada da carne brasileira podem se fortalecer com a saída do Reino Unido da União Europeia, na opinião do diretor técnico da Informa Economics FNP, José Vicente Ferraz. Ele pondera, no entanto, que é preciso esperar os próximos passos para análises mais concretas a respeito de eventual impacto para o Brasil. “Precisávamos ver quem vai chegar ao comando (como primeiro-ministro), qual é seu pensamento e para onde ele vai pender”, afirmou Ferraz.

“A princípio, não vejo benefício para o agronegócio mundial e brasileiro com o Brexit.” Historicamente, grupos irlandeses como a Associação de Produtores Rurais da Irlanda (Irish Farmers Association – IFA) tentam impor barreiras à importação do produto brasileiro alegando questões como falta de cuidados com o bem-estar animal. Contudo, o elevado custo da mão-de-obra rural da União Europeia, inflacionado em parte pelos subsídios pagos pelo bloco ao setor, além do alto valor das terras, tornou a proteína brasileira mais competitiva e frustrou as tentativas ao longo dos anos.

Livre das regras da UE, há a possibilidade do Reino Unido assumir uma postura mais liberal, reduzindo estes subsídios, o que pode levar a um ganho de competitividade do produto local e reforçar o protecionismo dos grupos irlandeses, disse Ferraz. “Em um primeiro momento, isto pode preservar empregos locais, mas isso implica em mais custo para eles.” Ainda de acordo com ele, a região deverá ter, a partir de agora, suas próprias regras para exportação e importação, que ele acredita não deverão se diferenciar muito das praticadas pela UE. “De imediato é complicado falar sobre reflexos diretos, porque vai depender muito da postura do Reino Unido e de que forma eles vão negociar”, afirmou o analista. Ferraz ressalta que a produção agropecuária do Reino Unido não é muito significativa e que os principais produtos importados pela região são frutas e carnes em geral.

Fonte: Estadão Conteúdo

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